Enquanto você pensar que pode apenas meditar o suficiente para se dar bem ou o suficiente para conquistar algo, na verdade você não começou a meditar. Quando você se der conta que deu início a uma jornada que irá durar até o fim de sua vida, você terá começado a aprender. A esse momento, de reconhecimento e concordância, chamamos compromisso. Ele é corretamente descrito como um momento de graça e compreensão, porque nele experimentamos nossa mais profunda significação e compreendemos a importância da prece para que estejamos completamente vivos. Meditamos não tanto para entendermos porque estamos vivos quanto para vivermos diferentemente, para vivermos mais completamente. [...]
A própria meditação é uma experiência de aprendizado, literalmente “uma disciplina”. Só a disciplina nos ensinará a verdade e só a prática nos levará a despertar. A disciplina da meditação é uma escola. É uma escola de amor e nosso crescimento nessa escola é crescimento no discipulado do amor. Nos ensina o que precisamos saber, a enxergar com o coração, a viver a partir do centro, a abraçar com todas as fibras de nosso ser. Nos ensina o que precisamos saber para cumprirmos o destino essencial que cada ser humano possui: ser seu eu pela eternidade. O destino humano é o do viver eterno... A maioria de nós começa a meditar num ponto em que parcialmente concordamos com a ideia de vivermos uma vida finita. Todavia, também começamos a compreender que isso foi um erro.
É fácil concordarmos com a ideia de vida finita, porque é uma vida vivida no interior de paredes protetoras. Nos parece estar segura e a salvo... Mas a opção mais desafiadora de todas é a de vivermos eternamente, a de respondermos a mais elevada verdade sobre a existência, a identidade e a morte. A compreensão de que somos feitos para a eternidade extrapola o poder da imaginação, significando não apenas a vida do mundo futuro, mas vida vivida completamente agora. E o estarmos completamente vivos demanda, a todo momento, tudo o que somos. Não admira que depreciemos a maravilha disso e construamos aquelas paredes protetoras... Todavia, a vida é mais forte do que nossos medos... Viver eternamente significa viver integralmente no presente momento. A eternidade é o perpétuo agora, e ao aprendermos a viver eternamente no presente aprendemos a verdade sobre o amor.
Dom Laurence Freeman, OSB
Fonte: "O agora do amar" - Leitura de 15/06/2008
The Selfless Self (London: Darton, Longman and Todd, 1996) pp. 36-37.
Tradução de Roldano Giuntoli
Via Comunidade Mundial de Meditação Cristã - www.wccm.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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