quinta-feira, 24 de setembro de 2020

ASPECTOS DO AMOR


Podemos aprender a enxergar a realidade. Apenas enxergá-la e viver com ela já tem efeito de cura. Nos conduz a uma nova espécie de espontaneidade, como a de uma criança que aprecia o frescor da vida, o caráter direto da experiência... Trata-se da espontaneidade dos verdadeiros princípios morais, de se fazer a coisa certa naturalmente, não vivendo a própria vida de acordo com livros de regras, mas vivendo-a por meio do único princípio moral, o princípio moral do amor. A experiência de amor ao ser, nos confere uma capacidade renovada de viver a própria vida com menos esforço. Diminui a luta pela vida, que se torna menos competitiva, menos aquisitiva, na medida em que abre para nós aquilo que todos nós alguma vez vislumbramos de alguma maneira através do amor, de que nossa natureza essencial é repleta de alegria. Lá no fundo, somos seres alegres. Se pudermos aprender a saborear os dons da vida e a enxergar o que a vida realmente é, estaremos melhor equipados para aceitar as atribulações e o sofrimento dela. Isso é o que aprendemos suavemente, paulatinamente, no dia-a-dia, à medida que meditamos.

A meditação nos leva a entender a maravilha daquilo que é comum. Tornamo-nos menos dependentes da busca por tipos extraordinários de estímulo, de excitação, de divertimento ou de distração. Começamos a perceber, nas próprias coisas comuns da vida cotidiana, que essa radiação de fundo do amor, o onipresente poder de Deus, está em toda parte, a todo momento.


Dom Laurence Freeman, OSB



Fonte: Leitura de Domingo, 13 Setembro 2020, extraído de “Part Five”, ASPECTS OF LOVE (London: Arthur James, 1997), pp. 54-55.
Via Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - https://www.wccm.com.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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