quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

MEDITANDO NAS COISAS CELESTES


Oh! Quanto padeço interiormente, quando, ao meditar nas coisas celestiais, logo uma multidão de ideias carnais vêm perturbar-me o coração!

Deus meu, em vossa ira, não vos aparteis de vosso servo! (Sl 26,9).

Lançai os vossos raios e dissipai estes pensamentos! (Sl 143,6).

Despedi vossas flechas, e se desfarão todos esses fantasmas do inimigo.

Concentrai e recolhei em vós meus sentidos; fazei-me esquecer todas as coisas do mundo; concedei-me a graça de logo rebater e desprezar todas as imaginações do pecado.

Socorrei-me, Verdade eterna, para que nenhuma vaidade me possa seduzir.

Vinde, doçura celestial, e diante de vós fuja toda impureza.

Perdoai-me também e relevai-me, pela vossa misericórdia, todas as vezes que, na oração, penso em outra coisa, fora de vós.

Confesso sinceramente que costumo ser muito distraído. Pois muitas vezes não estou onde tenho o corpo, mas onde me levam os pensamentos. Estou onde está o meu pensamento, e meu pensamento está, de ordinário, onde está o que amo. Ocorre-me com facilidade o que naturalmente me deleita ou por costume me agrada.


Tomás de Kempis



Fonte: do livro "A Imitação de Cristo", Livro 3, Cap. 48, Item 5, Ed. Paumape, São Paulo
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/mosteiro-corredor-antigos-569368/

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