Bem sabemos que o futuro pertence ao Divino, mas a nós o que nos cabe então?
Sendo feitos a sua imagem e semelhança somos as criaturas da natureza capazes de criar, tanto coisas maravilhosas quanto terríveis, pois afinal o livre arbítrio nos foi dado. Diferente é o homem de outras espécies, cujos comportamentos não só são pré determinados pelos instintos do seu código genético, mas fixados permanentemente. Não que nós não os tenhamos, ou que devamos combatê-los, pelo contrário, nossos instintos não são nossos inimigos e sim nossos amigos, já que sem eles nem sobreviveríamos individualmente, nem a nossa espécie.
Entretanto, o homem tem nas suas próprias mãos a possibilidade de mudar o seu próprio destino fatalista. Mas como?
Colhemos aquilo que plantamos. Abacate do abacateiro, limão do limoeiro. Podemos até fazer com que nossas plantações melhorem tanto a qualidade quanto a quantidade dos seus produtos, mas não podemos fazer com que produzam uma outra coisa diferente de sua semente. O abacateiro não vai dar limão.
Quais são as sementes que estamos plantando em nossos corações e nos corações de nossos companheiros e companheiras, irmãos e irmãs e principalmente dos nossos filhos? Estamos cuidando bem de nosso plantio? Qual é o futuro que queremos criar desde agora? Certamente melhor e mais saudável do que hoje.
Para aprimorar é preciso que vejamos de novo a nossa matéria prima, pois só podemos melhorar aquilo que já existe, pelo menos potencialmente na forma de uma semente ou de um broto. Assim, necessitamos ver como está a nossa saúde, o que é ser sadio para podermos criar um futuro mais saudável.
A palavra ”são”, além de plural do verbo ser, quer dizer aquilo que é saudável e também aquilo que é santo. Será que são coisas tão distintas assim? A saúde se define como um estado do ser com equilíbrio, harmonia e bem estar, não só no plano individual, mas também coletivo, social e ecológico, já que estas são partes de um todo integrado. Em sã consciência podemos dizer que a palavra curar quer dizer integrar, tornar íntegro, inteiro aquilo que foi partido, quebrado ou perdido, na forma do mal da doença. São ou Santo é o ser que, apossando-se do milagre da própria existência, realiza o grande milagre de transcender o mal e reunificar e reintegrar-se ao Criador, recuperando o seu estágio de evolução anterior a queda do paraíso, em sua pureza máxima.
A palavra religião, quer dizer religar, voltar à fonte do bem maior. Tanto na saúde quanto na santificação podemos ver como o ser humano é o agente capaz da transformação no plano da natureza, pois é o Homem que faz o vínculo entre o céu e a terra. Entretanto, mais uma vez perguntamos, mas como?
A resposta comum, que tanto a ciência quanto a fé nos dão é que é através do amor e do trabalho que conseguimos realizar esta missão transformadora do ser humano. Crendo e amando com as mãos, unindo pensamento, palavras e obras, curando-nos e santificando-nos, dia a dia, a si mesmo e uns aos outros é que poderemos construir um futuro melhor e mais saudável. Fazendo despertar dentro de cada um de nós, no fundo de nossos corações o Cristal Divino transformador e realizador de todos os milagres, quando então transformaremos as espadas em arados e os animais conviverão em paz.
Este será o grande dia da reunificação e que cabe a cada um de nós e a todos coletivamente escolher, com liberdade e responsabilidade, participar ou perder o bonde da história.
Benjamin Mandelbaum
Fonte: BINÁ - Cabala - Núcleo Benjamin
https://www.cjb.org.br/bina/cabala/benjamin/Textos%20Gerais/Futuro.pdf
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/kavala-komotini-gr%C3%A9cia-navios-5372427/
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