domingo, 28 de fevereiro de 2021

PODER DE RECOLHER-SE


Recolher-se é desapegar. É dar um passo atrás da situação atual. É me distanciar da influência das situações externas que me prendem nas teias dos sentimentos e emoções. Para que eu possa me recolher é crucial entender que não preciso ficar apegado aos acontecimentos rotineiros ou às marés da vida. A meditação me ajuda a construir esse poder. Aprendo a ficar mais quieto. Falo menos. Penso menos. Desenvolvo uma disciplina interior. Para isso, preciso considerar minha mente como minha filha. Não devo repreendê-la por pensar negativo, mas tratá-la com cuidado e amor. Isto trará perseverança e finalmente o poder de recolher-se.


Brahma Kumaris



Fonte: https://www.brahmakumaris.org.br/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/est%C3%A1tua-de-buda-est%C3%A1tua-musgo-378137/

EVANGELHOS E SIGNIFICADOS OCULTOS E ATEMPORAIS


Os evangelhos revelam verdades eternas tais como as leis do ser, as experiências místicas interiores e progresso das nações e dos homens.

Os incidentes relacionados, em acréscimo ao significado temporal como história, tem pelo menos quatro significados atemporais.

Eles descrevem leis e operações do divino na natureza cósmica e solares; a experiência mística do gênero humano em geral; despertares interiores em discípulos ou naqueles que se desenvolvem adiante da raça; e experiências durante as grandes iniciações.


Geoffrey Hodson



Fonte: do livro "A Vida do Cristo da Natividade à Ascensão", Ed. Teosófica, Brasília/DF
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/livro-aberto-b%C3%ADblia-escrituras-981405/

A VIDA TEM UM SENTIDO


Por mais decadentes que pareçam o homem e o mundo e por mais terrível que se torne o desespero humano, enquanto o homem continuar a ser homem, é a sua própria humanidade que continuará a dizer-lhe: a vida tem um sentido.

Essa é, de fato, uma das razões pelas quais tende o homem a rebelar-se contra si mesmo.

Se ele pudesse ver sem esforço o sentido da vida e chegar sem tropeço ao seu fim, jamais discutiria o fato de que a vida bem vale ser vivida.



​Thomas Merton, OSB




Fonte: do livro "Homem Algum é uma Ilha"
Via Comunidade Monástica Anglicana - Igreja Anglicana Tradicional do Brasil
https://www.mongesanglicanos.org/
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sábado, 6 de fevereiro de 2021

EXPERIÊNCIA GNÓSTICA


Os gnósticos chegaram à conclusão de que o único caminho para superar o sofrimento era reconhecer a verdade sobre o papel e o destino da humanidade no universo. Convencidos de que as únicas respostas estariam dentro deles mesmos, os gnósticos empenhavam-se em uma jornada interior intensamente particular. Ao dar-se conta desse seu Eu Essencial, do Divino dentro de si, o gnóstico rejubilava-se por ter-se libertado das restrições exteriores e celebrava sua identificação com a existência divina. O gnóstico não pode simplesmente confiar no que os outros dizem, exceto temporariamente, até ter encontrado o seu próprio caminho e descoberto a sua própria relação imediata com a verdade em si.


Elaine Pagels



Fonte: do livro "Os Evangelhos Gnósticos", Ed. Cultrix, São Paulo/SP
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

POR QUE CONTAMOS CONTOS DE FADAS NAS ESCOLAS WALDORF ?


Músicas e contos antes de ir dormir fortalecem os aspectos espirituais das crianças, além disso, são uma porta de entrada para os mistérios da noite e dos sonhos. Contos são pura sabedoria.​​​​​

Não há cultura nem etnia que não tenha em sua existência uma série de contos que se caracterizam por dar a conhecer suas próprias raízes e costumes: sua própria maneira de se aproximar da realidade e de compreender a vida. Os contos - como as músicas - dão a volta ao mundo e nós, desde que nascemos, vamos nos permeando deles.

Um conto sempre tem ouvidos para ser ouvido, principalmente os de uma criança que, por mais que avance a tecnologia, fica boquiaberta, enfeitiçada pela narração e pelo relato. Há contos que são recebidos por tradição oral e há contos que são lidos diretamente dos milhares de livros que os compilam.

Ouvir e ler contos vai moldando futuros leitores e amantes da literatura; o bom falar, a paixão por procurar palavras-chave para expressar cada emoção (como acontece com a poesia) e perceber que palavras podem servir tanto para ferir como para amar. Aprender a ler (e também a escrever) vai além de ser algo simplesmente funcional para não ser analfabeto.

Deleitar nossos meninos e meninas na linguagem é ajudá-los a se conhecerem melhor e a saberem se expressar da melhor maneira possível. Músicas e contos antes de ir dormir fortalecem os aspectos espirituais das crianças, além disso, são uma porta de entrada para os mistérios da noite e dos sonhos. Contos são pura sabedoria.

Com contos realizamos os dois melhores presentes que podemos fazer aos nossos filhos: tempo e paciência. Hora de crescer e amadurecer e paciência para que cada menino e cada menina se desenvolva como pessoa, trazendo o melhor de si para a comunidade. E que, com a ajuda dos contos, ajudemos as crianças a construir a sua maneira pessoal de viver a vida, de captar a realidade e de lutar pela verdade para que elas cheguem a ser pessoas nobres e honradas.

O nosso mundo precisa da voz das crianças, e nós adultos precisamos de contos para não perder a criança que levamos dentro e que, com o tempo e a vida que nos disseram que devemos viver, tem vindo a ficar submersa nas profundidades da rotina, desconsolo e falta de sentido. Os contos nos libertam de tudo isso através da imaginação e nos conectam com nosso mundo inconsciente, ávido e necessitado de valor.

Com os contos surgem os aspectos morais (em relação aos outros) e os aspectos éticos (em relação a si mesmo) como necessidade de explicar tanto a realidade que nos rodeia como a própria natureza humana. Alguns acompanham festas e celebrações antropológicas e outros refletem problemas e situações humanas.

Não há dificuldade, problema ou situação humana que não fique refletida nos contos e narrações orais. A narração oral surge espontaneamente em quase todas as comunidades e culturas como uma necessidade tanto individual como grupal de se explicar o mundo. Os contos realizam uma função catártica (purga emocional; profilaxia anímica) que facilita a reflexão e o controle dos pensamentos e sentimentos do ser humano, ao mesmo tempo que são alimento espiritual (e compreendemos o conceito espiritual sob um ponto de vista da transcendência da vida, não como crença religiosa; religião é uma maneira de entender o espiritual, mas não é a única).

Cada conto tem uma mensagem concreta e personagens e ações simbólicas, um tesouro por descobrir, algo valioso do que se apropriar que dá sentido ao próprio ato de busca e apropriação, ou seja, de viver a vida. Vamos aproveitar tudo isto e recuperar a tradição do conto na vida familiar para bem de todos!


Escola Waldorf Córdoba

Tradução livre: Leonardo Maia



Fonte do Texto e da Gravura: Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/

MEDITAÇÃO - O CONTATO COM A FONTE


A meditação é o caminho do crescimento, o caminho do aprofundamento do nosso compromisso com a vida, a nossa própria maturidade.

É a mais importante prioridade para cada um de nós possibilitar ao seu espírito duas coisas: primeiro, o contacto mais profundo possível com a fonte da vida, e, então, como resultado desse contacto, disponibilizar ao nosso espírito um espaço dentro do qual se possa expandir.



Dom John Main, OSB



Fonte: Comunidade Mundial para a Meditação Cristã (Portugal)
https://www.meditacaocrista.com/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/monge-figura-relaxado-religi%C3%A3o-5357402/

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

PODER DE JULGAR


De forma imparcial e desapegada, eu julgo meus pensamentos, palavras e ações. Eu vejo se eles são benéficos e coerentes à situação. Eu me torno um juiz de mim mesmo, nunca um juiz dos outros. Como reflexo disso, há um equilíbrio entre amor e lei. Há amor espiritual pelos outros e disciplina para manter minha conduta elevada. Se eu vejo uma pessoa fazer algo que não me parece correto, há duas atitudes possíveis: (1) inspirá-la a agir corretamente, caso ela não tenha percebido o erro; (2) ter bons votos, caso ela tenha reparado no erro e está se esforçando para superá-lo.


Ken O'Donnell



Fonte: Brahma Kumaris
https://www.brahmakumaris.org.br/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/martelo-madeira-sala-de-tribunal-1017953/

ENSINAMENTO DE JOÃO CASSIANO SOBRE A ORAÇÃO


Foi no final do séc. IV que João Cassiano, que teve mais tarde uma grande influência em S. Bento, introduziu o uso de um versículo de oração no monaquismo ocidental. Tendo ele próprio recebido essa prática dos santos padres do deserto, Cassiano situava a sua origem à época de Jesus e dos apóstolos. Ele recomendava a quem se mostrasse desejoso de aprender a orar que pegasse num único versículo e o repetisse sem interrupção. Na sua Décima Conferência sobre a oração, ele aconselha vivamente a utilização desse método de repetição simples e contínua, para afastar as distrações e a tagarelice estéril da mente, a fim de poder ficar imóvel em Deus.

O ensinamento de Cassiano sobre a oração apoia-se nas palavras de Jesus nos evangelhos: “Quando rezares, não sejas como os hipócritas… mas entra no teu quarto e, depois de fechares a porta, reza a teu Pai em segredo, pois Ele, que vê o oculto, ouvir-te-á. Nas tuas orações não sejas como os gentios, que usam de vãs repetições porque julgam que, por muito falarem, serão atendidos. Não faças como eles, porque o teu Pai celeste sabe do que necessitas antes de Lho pedires”. (Mt: 6,5-8)


Autor não especificado.



Fonte: Comunidade Mundial para a Meditação Cristã (Portugal)
https://www.meditacaocrista.com/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/isl%C3%A2mica-ora%C3%A7%C3%A3o-crep%C3%BAsculo-sol-3710002/

DE PASSAGEM


Conta-se que no século XIX, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egito.

Seu objetivo era visitar um famoso rabino.

O turista ficou surpreso ao ver que o rabino morava num quarto simples, cheio de livros.

As únicas peças de mobília eram uma mesa e um banco.

— Onde estão os seus móveis? — perguntou o turista.

E o rabino, bem depressa, perguntou também:

— Onde estão os seus?

— Os meus? — Disse o turista. — Mas eu estou aqui de passagem?!

— Eu também! — Disse o rabino.

A vida está além da dimensão do corpo carnal, exuberante e luminosa, aguardando todos que a enfrentaram.



Divaldo Pereira Franco



Fonte: do livro "Anotações Espíritas", FEB, 1ª ed., 2013
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/bear-s%C3%B3t%C3%A3o-sala-leitura-educa%C3%A7%C3%A3o-3214226/

A TRADIÇÃO DA PALAVRA SAGRADA OU MANTRA


A mente tem sido comparada a uma árvore monumental cheia de macacos turbulentos que saltam de ramo em ramo sem nunca parar o alarido e a agitação. Basta começarmos a meditar para nos darmos conta até que ponto esta imagem descreve com exatidão a agitação permanente que impera na nossa mente. A oração não consiste em aumentar essa confusão tentando cobri-la com mais palavreado.

A meditação tem por objectivo levar a nossa mente agitada e distraída à imobilidade, ao silêncio e à atenção. Para nos ajudarmos nesta tarefa recorremos ao uso de uma palavra sagrada ou mantra.

O meditante que se inicia pode escolher entre várias palavras sagradas, mas é preferível recorrer a uma palavra consagrada ao longo dos séculos pela nossa tradição cristã, como é o caso da palavra MARANATHA. Esta palavra aramaica significa “Vem Senhor, vem Senhor Jesus”. É a palavra recomendada por John Main (1926-1982), um monge beneditino que transcreveu para uma linguagem moderna o ensinamento ancestral desta forma de oração. Foi com esta palavra que S. Paulo concluiu a sua primeira carta aos Coríntios (1 Co 16,22) e S. João o seu Apocalipse (Ap 22,20). Esta foi a palavra escolhida porque não tem qualquer conotação visual ou emocional. A sua repetição contínua conduz-nos, com o tempo, a um silêncio cada vez mais profundo.

A repetição da palavra sagrada é uma prática cristocêntrica, o que significa que ela está centrada na oração de Cristo que brota em permanência das profundezas de cada ser humano. Assim, neste caminho de “oração pura” abandonamos todo o pensamento, toda a palavra e toda a imagem. Nesta via, renunciamos ao nosso eu egotista para morrer e renascer para o nosso verdadeiro eu em Cristo.


Autor não especificado.


Fonte: Comunidade Mundial para a Meditação Cristã (Portugal)
https://www.meditacaocrista.com/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/menina-ora%C3%A7%C3%A3o-reino-unido-nuvens-1538725/

LIBERDADE E ESCRAVIDÃO


Existe uma história sobre um santo e uma grande alma sentados em um barco. Era noite e eles não conseguiam enxergar, mas podiam sentir o movimento do barco. Passaram toda a noite pensando que estavam navegando e ficaram contentes de estar ali sentados. Mas quando amanheceu eles descobriram que ainda estavam atracados à margem. Esta história nos ensina a não ficarmos ancorados à margem de nossas escravidões. Devemos nos assegurar que estamos nos movendo para frente. E para isso o método é sentar-se no barco da verdade e romper todas as amarras que nos causam tristeza.


Dadi Janki



Fonte: Brahma Kumaris
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

A ANTIGUIDADE DA MEDITAÇÃO CRISTÃ


A meditação não é uma novidade na vida cristã; ela tem raízes profundas na tradição dos primeiros séculos do cristianismo.

Meditar, é ficar na quietude de corpo e espírito. O que é realmente extraordinário é que esse silêncio, apesar de todas as distrações do mundo moderno, é perfeitamente possível para cada um de nós. Para alcançar esse estado de silêncio e de quietude é preciso tempo, energia e amor.

O meio de empreender esta peregrinação consiste em recitar uma frase curta ou uma palavra, a que chamamos mantra. O mantra não é mais do que um meio de levarmos a nossa atenção para além de nós mesmos, um método de nos desligarmos dos nossos pensamentos e preocupações. O verdadeiro trabalho da meditação é aquele que nos faz chegar à harmonia do corpo, da mente e do espírito. É esse o objetivo para que nos aponta o salmista: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus”.

São Paulo escreveu (Rom 8,26): “Não sabemos rezar como deve ser, mas o Espírito intercede por nós”. O que significa, na linguagem do nosso tempo, que, para rezarmos, devemos primeiro aprender a estarmos imóveis e atentos. Só depois é que entraremos com amor no conhecimento do espírito de Jesus, no mais profundo do nosso coração.

A meditação, também chamada de oração contemplativa, é a oração do silêncio, lugar onde o contacto direto com Cristo se pode realizar, uma vez que a atividade incessante da mente se interrompe. Na meditação, vamos para além das palavras, dos pensamentos e das imagens para estarmos na presença de Deus no interior de nós mesmos.

Segundo São João da Cruz, “Deus é o centro da minha alma“. A meditação é essa peregrinação quotidiana para o nosso centro.

Autor não especificado.


Fonte: Comunidade Mundial para a Meditação Cristã (Portugal)
https://www.meditacaocrista.com/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/buda-est%C3%A1tua-templo-religi%C3%A3o-1024347/

SOBRE O CONTENTAMENTO


É uma coisa interior que se associa à liberdade.

A liberdade depende dele, e quem não sabe ficar contente na adversidade não consegue ser livre.

O contentamento nada tem a ver com concessões ou derrota; é a condição para a vitória.

Pois quando estou contente eu reconheço que não preciso de outras condições e de nenhuma outra situação para ser livre e feliz.

Isso, em certo sentido, é transcender toda a questão!



Thomas Merton, OSB




Fonte: Merton na Intimidade, (Fisus, 2001) p. 171
Via Associação Thomas Merton - https://merton.org.br/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/c%C3%A3o-cachorro-animal-animais-1283104/

SOLTAR NÃO É ...


Soltar não é me desligar, mas entender que eu não posso controlar o outro. Soltar é permitir-se aprender com as consequências naturais dos acontecimentos. Soltar é não culpar ou acusar outros, mas dar o melhor de mim. Soltar não é corrigir, mas dar suporte. Soltar não é negar, mas aceitar. Soltar não é repreender ou argumentar, mas identificar minhas próprias falhas e corrigi-las. Soltar não é ajustar tudo aos meus desejos, mas tomar cada dia como ele vem, e valorizar-me nele. Soltar não é reclamar do passado, mas crescer e viver para o futuro. Soltar é temer menos e amar mais.


Brahma Kumaris



Fonte: https://www.brahmakumaris.org.br/
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