(...) Portanto, quando meditamos com um coração aberto, puro e atento, emergimos da meditação renovados, energizados, vitalizados e também revigorados na humildade.
Nossa humildade decorre do fato de que naturalmente ficaremos felizes em nos ver transformados. Não tentaremos mais nos apegar à nossa própria identidade, levando-nos, assim, a permanecermos eternamente anônimos. Só quando estamos total e integralmente atentos à energia de Deus e, portanto, totalmente fora de nós mesmos, podemos nos transformar na pessoa que somos chamados a ser, a pessoa que essencialmente somos. Então chegamos ao cerne do mistério.
Encontramos este poder transformador, o amor que nos revela nossa verdadeira identidade por meio da união, na consciência humana de Cristo. A maravilha da revelação cristã é que a consciência de Cristo habita em nossos corações e, uma vez que a aceitemos, a tarefa mais importante em nossa vida é querer estar totalmente aberto a ela.
Nossa atenção a Deus, à nossa oração, está eternamente unida na profunda consciência de Cristo que ora em nós. Aqui nos é apresentado o ponto de partida da nossa descoberta de Deus, como São Paulo o exprime imortalmente nas suas palavras reveladoras, palavras que brotam da sua experiência mais profunda:
"Pois quem entre os homens conhece as coisas do homem, senão o espírito do homem que está nele? Portanto, ninguém sabia as coisas de Deus, exceto o Espírito de Deus. E nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que vem de Deus, para que possamos saber o que Deus nos deu, que também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com as ensinadas pelo Espírito, acomodando o espiritual ao espiritual. Mas o homem natural não percebe as coisas que vêm do Espírito de Deus, porque para ele são loucuras, e ele não pode entendê-las, porque devem ser discernidas espiritualmente. Por outro lado, o espiritual julga todas as coisas; mas ele não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor? Quem vai te instruir? Mas temos a mente de Cristo." (1 Cor. 2: 11-16).
São Paulo termina este parágrafo com as palavras mais surpreendentes da Escritura: "Nós possuímos a mente de Cristo". A meditação é simplesmente sobre isso: estar aberto - totalmente, plenamente e desperto - para este grande presente que recebemos, a consciência humana de Cristo viva em nossos corações.
Dom John Main, OSB
Fonte: do livro "O Coração da Criação", Canterbury Press, 2007
Traduzido para o espanhol por Lucía Gayón, e para o português por este blog.
PERMANECER EN SU AMOR - Coordenadora: Lucía Gayón
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Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/nascer-do-sol-ioga-natureza-3848628/
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