John Main, ... falando sobre “o medo mais obsessivo do homem: isolamento e solidão, e de que o mundo seja, ele próprio, apenas um terrível engano”. Ele continua, afirmando que isto é “uma imagem absurda e errônea da realidade”, que é “dissolvida pela força absoluta, do puro poder, do amor de Deus”. Experimentamos por meio da oração "que a condição básica do homem não é a da separação, mas da comunhão, ser-com". Como é que a oração / meditação faz isso? Como isso nos leva da falta de sentido para o sentido pleno da realidade?
O ponto importante aqui é o papel desempenhado pela ATENÇÃO. John Main sabia disso intuitivamente, e por experiência própria. Daí a ênfase que ele deu ao seu conselho: apenas repita sua palavra (MANTRA). O quão certo ele estava, agora foi provado pela neurociência. A pesquisa mostrou que, prestando atenção concentrada em nosso mantra, passamos da utilização do hemisfério esquerdo cérebro para o modo do hemisfério direito do cérebro. O cérebro tem a capacidade de acessar duas formas complementares de interpretar a realidade.
Talvez uma analogia com a física quântica possa nos ajudar a compreender esses dois aspectos diferentes de nossa consciência mais ampla. Experimentos mostraram que uma partícula subatômica, um elétron, exibe propriedades de 'partícula' e propriedades de 'onda', dependendo da configuração experimental, das circunstâncias através das quais examinamos a realidade: "Temos que lembrar que o que observamos não é a própria natureza, mas a natureza que se manisfesta ao nosso método de questionamento". (Heisenberg)
Uma vez que somos compostos de elétrons, poderíamos entender isso como também se aplicando a nós. Dadas as circunstâncias em que nos encontramos, metaforicamente falando, ou exibimos nossa natureza de "partícula", ou nossa natureza de "onda". Quando tratamos de nossos negócios diários, nos identificamos com nossa natureza de 'partícula'; estamos em nosso manifesto aspecto físico de 'matéria', governado pelo 'ego' - separados, lutando pela sobrevivência. Quando entramos na solitude e silêncio internos, nos conectamos com nossa natureza de 'onda', e no centro está nosso verdadeiro ‘eu’, 'Self', através do qual estamos conectados com a realidade de 'onda' de toda a humanidade, a criação, o Cosmos, o Divino.
Nosso lado esquerdo do cérebro fixa-nos em nossa natureza de 'partícula' e nosso lado direito do cérebro acessa nossa natureza de 'onda'. Podemos estar fixos no tempo e no espaço, ou em um estado de mudança fluida. Quando estamos preocupados com questões tais como, 'Como somos neste momento em particular? Qual é a nossa posição na vida? Qual é a nossa aparência? ', restringimos nosso ser e consciência à nossa natureza de "partícula", focada em nossa personalidade superficial separada, julgando e avaliando. No entanto, quando nossa consciência não está ocupada com pensamentos específicos, quando ligamos nosso hemisfério direito, fazemos conexões instintivas e nos tornamos intuitivamente cientes da unidade subjacente; estamos em nossa natureza de 'onda'. Tocar nesse aspecto da realidade leva ao conhecimento verdadeiro e experiencial: "de que somos e estamos em Deus, e de que n'Ele descobrimos a nossa identidade essencial, e o nosso singular significado.
Kim Nataraja
Fonte: Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Brasil
https://www.wccm.com.br/cartas/82-ano-3/1178-carta-320
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/vectors/espalhamento-mec%c3%a2nica-qu%c3%a2ntica-145104/
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