Todas as coisas possuem o seu duplo na Natureza. Tudo o que fazeis, fazei-lo duplamente. Se ajudardes alguém ou fizerdes mal a alguém, o original dessa ação vai-se, mas deixa a sua marca em vós: um clichê, uma lembrança, uma assinatura. Se foi o bem que fizestes, esse bem seguiu caminho, deixou-vos, mas deixou também um traço em vós, um registo da mesma natureza. E se tiverdes feito o mal, esse mal também vos abandonou, mas deixou um duplo exatamente da mesma natureza, que continua a trabalhar, a demolir e a desagregar.
Vede, por exemplo, o que se passa quando um homem comete um crime. Por que será que ele sempre é perseguido por uma lembrança, um clichê que volta, que não o deixa tranquilo? O crime foi feito, pertence ao passado, não ficaram dele traços visíveis e o criminoso poderia estar tranquilo. Mas o duplo da ação ficou, e é ele que produz essas lembranças, essas imagens de que ele não consegue desembaraçar-se, as recriminações que a sua consciência lhe faz e de que só poderá libertar-se quando tiver reparado o mal que fez.
Omraam Mikhaël Aïvanhov
Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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