O relato bíblico da tomada de Jericó, cujas muralhas se desmoronaram ao som das trombetas, ou o mito de Orfeu, que com a sua lira encantava não apenas os humanos, mas também as feras, as rochas e as ondas desenfreadas, revelam-nos, entre tantos outros, que desde a mais remota antiguidade os Iniciados conheciam a influência mágica dos sons sobre os seres e sobre a matéria.
É interessante conhecer que centros do organismo são ativados pela audição dos sons. É toda uma ciência, ainda pouco explorada. Até agora, os místicos têm-se interessado mais pelos instrumentos do que pela voz. Eles têm tendência a acreditar que a voz é menos expressiva que um instrumento, o que não é exato. Se a voz humana ainda não deu toda a sua riqueza e ainda não manifestou todos os seus poderes, é porque os homens não dão suficiente atenção à sua maneira de viver.
As cordas vocais não são um instrumento exterior ao homem, como todos os outros instrumentos musicais; portanto, tudo o que o ser humano vive, mas também todos os sentimentos e pensamentos que alimenta no seu coração e na sua cabeça se refletem sobre elas. Mesmo que um cantor possua grandes qualidades técnicas, as suas fraquezas e as desordens da sua vida transparecerão na sua voz.
Por isso, aqueles que querem verdadeiramente cultivar a sua voz e conservá-la por muito tempo, devem não só tomar muitas precauções com a sua saúde, mas também dar atenção às emoções que vivem. A menor emoção – inquietação, medo, dúvida, cólera, alegria, esperança – reflete-se na voz.
Omraam Mikhaël Aïvanhov
Fonte: Publicações Maitreya, Porto, Portugal
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Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/vectors/%C3%ADcone-de-fala-voz-falando-audio-2797263/
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