Pergunta de um meditador: Você diz que encontramos a luz de Cristo em nossas profundezas. Deveríamos enfrentar a escuridão no processo?
Padre John: Não é realmente possível dizer muita coisa que seja útil na meditação porque é necessário usar palavras e analogias, como luz, profundidade, escuridão. São metáforas que vêm de experiências que em si também são metáforas de experiências. Mas de alguma forma, acho que profundidade significa escuridão. Significa ancorar-se, e é atravessando os níveis superficiais do nosso ser até às profundezas que encontramos as raízes do mistério que é Cristo.
Acho que você está certo, que provavelmente para chegar à profundidade é preciso passar pela escuridão. Mas é somente quando você está enraizado nessa realidade, que você é, por assim dizer, capaz de ver a luz nas raízes, que você precisa do compromisso que é feito na escuridão, que é um aspecto da fé.
Você deve se tornar totalmente enraizado em Cristo, quando estiver nas trevas da “não experiência” ou do nada, para ter certeza. Então, quando a vida nesse enraizamento começar a crescer, você começará a crescer mais na luz de Cristo. Então não se trata mais de “nada está acontecendo”, mas sim de “não há nada que não esteja acontecendo”. Mas o caminho para a luz é através das trevas. Então, deixe a escuridão estar. Não tente tirar fotos com flash para analisar ou entender. Da mesma forma, a forma de ouvir é através do silêncio. O silêncio pode parecer negativo até que você perceba que é absolutamente necessário saber ouvir. E a escuridão das profundezas é necessária para que ocorra o ancoramento na luz.
Fr. John Main, OSB
Fonte: do livro "O Coração da Criação", Canterbury Press, 2007
Traduzido para o espanhol por Lucía Gayón, e para o português por este blog.
PERMANECER EN SU AMOR - Coordenadora: Lucía Gayón - Ixtapa, México
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Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/garota-adolescente-humano-mulher-3141445/
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