O "recuo" voluntário da Divindade, para que um mundo finito viesse a existir, através do processo de emanação.
Como Deus é Infinito, sem o Tzimtzum não haveria uma "área vazia" na qual se pudesse produzir a estrutura espaço-tempo de uma criação.
Para a cabala luriânica, o Tzimtzum inicial, e os atos subsequentes de Tzimtzum que ocorrem em cada estágio da criação geram as Sefirot restritivas do "lado esquerdo" e, no fim, as forças do "sitrá achará" ("o outro lado", "as forças oponentes").
Embora seja uma parte necessária da criação, a auto-contração divina faz surgir um mundo carente de retificação (Tikun/Karma), devido ao choque entre as forças restritivas e o transbordante amor divino. Esse choque expressa-se na imagem da "quebra dos vasos" (Shevirat haKelim) que deveriam conter toda a Luz Divina.
O Tzimtzum explica como um Deus infinito poderia dar existência a algo finito.
Metaforicamente, é Deus "ocultando-Se" na Sua Criação, para que os mundos e os seres pudessem ter o senso de sua própria "separação" de Deus. Se Ele não estivesse "escondido" (oculto), nada mais poderia ser percebido por causa de Sua magnitude e Luz absoluta.
Entretanto, a existência dos mundos e dos seres "independentes" é só na aparência, e a alteridade de Deus é uma ilusão, pois nada pode existir que não contenha a Sua infinitude.
O mundo, portanto, existe na intimidade divina e se reveste da natureza divina que apenas está oculta.
Não há um Deus separado, uma criação do "nada"; tudo é um processo monístico (monismo) que se apresenta aos nossos olhos míopes como panteísmo, politeísmo e monoteísmo.
A divindade é transcendente sem deixar de ser imanente.
Aceitar algo fora de Deus é o mesmo que crer numa limitação de Deus; o Absoluto não pode estar fora de nada, pois, por este fato, deixaria de ser Absoluto.
Prof. Hermes Edgar Machado Jr. (Issarrar Ben Kanaan)
Fonte da Imagem: Acervo de autoria pessoal
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