domingo, 30 de junho de 2013

SINTONIA

Desde o início do dia, pensai em sintonizar-vos com as entidades celestes. Dizei-lhes que quereis entrar na sua harmonia. Apelai para todas as criaturas luminosas que povoam o espaço. Concentrai-vos nelas por um momento, pensai como são belas, puras e plenas de amor. Se o vosso desejo for sincero, pela lei da afinidade conseguireis entrar em contacto com elas. Alguma coisa se passará em vós. O vosso coração, o vosso intelecto, a vossa alma e o vosso espírito vibrarão em uníssono com o mundo divino e todo o vosso ser se tornará um instrumento bem afinado. Há tantos encontros e acontecimentos na vida que podem perturbar-vos, fazer-vos perder a vossa paz! Mas, aconteça o que acontecer, resta-vos sempre a vontade de vos sintonizardes com o mundo divino, para que a harmonia venha habitar em vós.



Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

MEDIUNIDADE E PARCERIA

João Pedro retirou-se, mas a conversa com o amigo provocou em mim o ímpeto de refletir sobre o passado, meus sonhos de adolescente, meus ideais universitários… na essência, sempre admiti ser a mesma pessoa. Leva-se para o além-túmulo ao desencarnar, o que existe de essencial na personalidade; caso contrário, perderíamos a identidade.

A firmeza de caráter, a franqueza e o desejo de auxiliar o próximo foram fatores determinantes de minha conduta. Pouco poderia realizar um jovem que transitou pelo mundo físico por um curto período de tempo, contudo agora tenho a eternidade pela frente. Por que não aproveitar o momento presente?

Com o regresso ao mundo espiritual do querido médium Chico Xavier, a Espiritualidade, antecipadamente preparada, organizou-se em novos moldes para dar prosseguimento ao surto de evolução espiritual que ele deflagrou. Muitos médiuns foram convocados para assumir tarefa que se deverão multiplicar em diferentes grupos. Não será momento de destaque individual, mas de trabalhos em equipe, bastante produtivo na divulgação da doutrina e das mensagens evangélicas, sem o risco do personalismo destrutivo.

Uma nova era está se estabelecendo no mundo e toda contribuição, por menos que possa parecer, será bem-vinda e somará muito aos esforços do missionário que sempre esteve na vanguarda desse movimento de renovação espiritual. Novos espíritos formarão parcerias produtivas com médiuns que despontarão do anonimato, no seio do movimento espírita. Como serão recebidas essas parcerias? Produzirão bons frutos?

Mentores confiáveis garantem que sim, que muitos esforços consolidarão o objetivo visado e que toda tentativa, aparentemente frustrada, logrará êxito de revolver ideias adormecidas, da mesma forma que uma minúscula pedra é capaz de movimentar as águas de um lago.

Médiuns mais valorosos não se deixarão intimidar por críticas ou descrenças e seguirão em frente, realizando o trabalho a que foram convocados. Ao lado de todos, as poderosas forças do Bem estarão atentas, dando suporte e orientação.




LUIZ SÉRGIO



Fonte: do livro “AMANDO SEMPRE"
http://omundoqueeuencontrei.blogspot.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

FORÇA INTERIOR

Quando somos conscientes da nossa força interior, circunstâncias difíceis parecem muito fáceis de atravessar. 

Nada parece ser impossível. Nada parece ser um grande obstáculo. 

É a força interior que permite uma travessia fácil e rápida sobre as situações difíceis e desafiadoras da vida. 

Quando temos a capacidade de voar, ou seja, de ir além das situações, não experimentamos as escravidões provocadas por elas. 

Quando estamos lá em cima, tudo que está abaixo parece muito pequeno e insignificante. 

Nessa posição somos inabaláveis.



Brahma Kumaris



Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sábado, 29 de junho de 2013

INDO ALÉM DAS PALAVRAS

Para compreendermos um ao outro, eu penso que é necessário não ficarmos presos em palavras porque, uma palavra como Deus, por exemplo, pode ter um sentido particular para você, enquanto que para mim pode representar uma formulação totalmente diferente, ou nenhuma formulação de fato. Assim é quase impossível se comunicar com o outro, a menos que nós dois tenhamos a intenção de compreender e ir além de simples palavras. A palavra livre geralmente implica estar livre de alguma coisa, não é? Comumente significa estar livre da ambição, da inveja, do nacionalismo, da raiva, disto ou daquilo. Por outro lado, liberdade pode ter um significado totalmente diferente que é o sentido de ser livre, e penso que é muito importante compreender este significado. Afinal a mente é feita de palavras, entre outras coisas. Ora, pode a mente estar livre da palavra inveja? Experimente isto e você verá que palavras como Deus, verdade, ódio, inveja, têm um profundo efeito na mente. E pode a mente estar tanto neurologicamente como psicologicamente livre destas palavras? Se não está livre delas, ela é incapaz de encarar o fato da inveja. Quando a mente pode olhar diretamente para o fato que ela chama “inveja”, então o próprio fato atua muito mais prontamente do que o esforço da mente para fazer alguma coisa sobre o fato. O processo de reconhecimento é pela palavra, e no momento em que reconheço o sentimento pela palavra, dou continuidade a esse sentimento. 



J. Krishnamurti



Fonte: do livro "The Book of Life"
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

NOÇÃO EQUIVOCADA

Inquietação (Ashanti) está em alta por causa de apego, ódio e paixão. Estes nascem da ignorância, o que provoca ilusão. 

Coisas vistas na escuridão não podem ser nítidas - uma corda é confundida com uma cobra, um pedaço de vidro pode ser cobiçado como um diamante. Portanto, esta luz indistinta, ou seja, essa noção equivocada deve desaparecer. Isso só pode acontecer quando os métodos de descobrir a verdade forem aprendidos. 

Isso é o que as Escrituras e os sábios ensinam. Eles o guiam a dirigir seus sentidos investigadores de fora para dentro. O reino interior dos impulsos, instintos, hábitos, preconceitos e atitudes deve ser limpo para que Deus possa ser refletido claro e brilhante nele.



Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 28 de junho de 2013

REAÇÕES RESPOSTAS

Hoje sabemos que grande parte das doenças estariam ligadas diretamente a um psiquismo de profundidade (fundo psicogênico). Com isso foram melhor avaliadas as doenças psicossomáticas que, em última análise, teriam origem em fontes espirituais necessitadas de expurgar o acúmulo de energias ali elaboradas. A tela física, por ser nutrida pelas fontes do espírito (núcleos-em-potenciação do Inconsciente passado), seriam o campo ideal de descarga; porquanto, neste nível, determinaria sintomas diversos e em graus variados de acordo com a desenvoltura do processo em questão. Os sintomas daí resultantes, como reações kármicas (reações respostas de negatividade de vidas pregressas ou da vida atual) refletiriam dores físicas ou psicológicas por excelência, sempre aproveitadas na construção dos núcleos-em-potenciação deficientes ou doentios, responsáveis diretos pelos desencadeamentos das reações. Reações refletidas nas doenças psicossomáticas são reações de variável teor, porém muito mais brandas do que as reações apresentadas pelas severas doenças mentais, embora sempre presentes no componente emocional que envolve as doenças em geral.

As alterações no corpo físico, por influência do campo emocional, já eram conhecida das antigas civilizações. Afirmavam que as funções do corpo poderiam ser descontroladas pelos mecanismos da alma (…) Desde a escola iniciática de Alexandria que já se pensava existir no corpo físico uma região mais diretamente influenciada pela alma – a glândula pineal. Este pensamento atravessou os séculos tendo em Descartes o seu grande defensor.

Estudos bem modernos pelo pesquisador Francês Thiebault, estão concluindo que a glândula pineal é o campo mais expressivo nos mecanismos psicológicos. O espírito André Luis, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, no livro “Missionários da luz” (Ed. Feb), dedica interessante capítulo sobre a epífise ou glândula pineal e sua importância nos mecanismo mais expressivos do psiquismo.

Todas as manifestações da tela física (manifestações neurovegetativas) podem dar-se diante de emoções disparadas num determinado momento de vivência do ser, ou podem desencadear-se sem causa aparente, por terem raízes pretéritas, isto é, em vivências passadas, verdadeiras reações dos automatismos do inconsciente. Quando as reações são desencadeadas no decurso da vida atual, podem ser denominadas reações aprendidas por se associarem a situações reais vividas e lembradas. Em ambos os casos todos esses sintomas emocionais são semelhantes, refletindo taquicardia, sudorese, tremores, distúrbios visuais e outros, podendo chegar ao ponto de desencadear uma situação emergencial de luta ou fuga, tudo a depender da estrutura psicológica que o ser possui.

As coisas ficam mais difíceis quando o quadro passa a ser consequência das desarmonias pretéritas, cujos sintomas se mostram renitentes, sem causa aparente, verdadeiras respostas reflexas incondicionadas, assim chamadas por desconhecermos os mecanismos de implantação nas raízes do próprio espírito. É de compreender-se que esses vórtices doentes do espírito levam algum tempo para serem implantados, o seu deslocamento também exigirá tempo e perseverança.

Diante de sintomas dessa natureza, as respostas emergenciais na organização psíquica da zona consciente se fazem registrar, de modo inusitado, demonstrando anorexia ou fome excessiva, e como uma inexplicável necessidade de defesa de um inimigo desconhecido. Este último sintoma é comum em médiuns despreparados (pessoas mais sensíveis a projeções psicossomáticas) daqueles que ficaram á margem dos conceitos doutrinários espíritas; não sabem como lutar contra o “inimigo” (influências espirituais negativas). Fatos dessa natureza, sem o devido respaldo espírita (estudo, compreensão do processo mediúnico, boa conduta moral), podem desencadear processos obsessivos que, em fase avançada, se mostram como autênticas psicoses.

Pelo visto, as doenças psicossomáticas têm um horizonte bastante amplo, transcendendo a zona física. A presença de transtornos corporais, como reflexos de processos espirituais, contribui para uma ampliação psicológica do mais alto valor científico. As úlceras pépticas, a asma, a hipertensão arterial, certos grupos alérgicos, cujos sintomas em sua maioria psicogênicos, teriam explicações bastante largas se anexarmos as razões espirituais como fonte propulsora e desencadeadora do processo.

F. Dubar e F. Alexander, reconhecidos mestres da psiquiatria, sugeriram que o cortejo de sintomas psicossomáticos estariam relacionados a tipos psicológicos bem caracterizados, isto é, indivíduos predispostos à hipertensão arterial, angina, asma etc. Acreditamos que certas características dos tipos psicológicos, onde tais processos se mostram com maior projeção, já seriam demarcações nos fatores cromossomiais da herança física durante o movimento morfogenético (reencarnação); isto é, o ser durante o próprio desenvolvimento no útero já apresentaria tendências como resultado de legítima herança espiritual, sem precisões determinísticas, mas com oscilações imensas, onde o livre arbítrio influenciaria ao lado da alimentação, educação, intelecção, desenvolvimento psicológico etc.



Dr. Jorge Andrea


Fonte: do livro “Visão Espírita nas Distonias Mentais"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DE QUEM VOCÊ É REFÉM?

Há alguns dias, tendo de tomar uma importante decisão no meu universo profissional, comecei a me sentir incomodada com algo, mas sem saber o que, exatamente. Sentia-me sem vontade de trabalhar, me dispersando por qualquer motivo, improdutiva. Resolvi me observar; queria descobrir o que estava me deixando irritadiça, como se estivesse contestando alguém ou alguma coisa.

Numa tarde, conversando com minha agente e amiga muito querida, a Claudinha, descobri! Enquanto contava sobre como vinha me sentindo nos últimos dias, inclusive porque ela mesma dizia perceber que eu não estava dando o retorno de sempre, ‘a ficha caiu’: estava me sentindo refém!

Mergulhei neste sentimento... Refém de quê? De quem? A troco de quê? Quanto deveria ser pago pelo meu resgate, a fim de que eu me sentisse livre? Quem pagaria?

Segundo o Aurélio, ‘refém’ significa: “Pessoa importante que o inimigo mantém em seu poder para garantir uma promessa, um tratado etc.” Achei esta definição perfeita, formidável. Era exatamente isso que estava acontecendo. E fiquei pensando que a maioria de nós se torna refém de algum inimigo durante boa parte de nossa vida.

“Mas que inimigo? Não tenho inimigos!”, você poderia argumentar. E eu afirmo, com certeza, que se não estivermos atentos, teremos um inimigo em potencial muito mais perto do que imaginamos: uma parte de nós mesmos, seja em forma de pensamentos negativos, de crenças limitantes, de promessas ultrapassadas, de tratados que já não fazem sentido, ou simplesmente de desejos que não valem o preço do resgate.

Traduzindo melhor, esses inimigos podem ser escolhas que garantem aquisição de bens materiais – uma casa ou um carro, por exemplo; podem ser comportamentos para obtenção de fama ou reconhecimento de alguém ou a crença de que agindo de determinada forma seremos amados; a aceitação inconsciente da ilusão de que somos o que vestimos, o lugar onde frequentamos, e assim por diante.

Claro... tudo isso tem sua importância, sem dúvida! Mas desde que você seja sempre o mentor de cada uma dessas crenças e afirmações. Desde que você seja comandante de suas ações, dirigente de seus passos e tutor de suas escolhas – cada uma delas – durante todos os dias de sua vida, lembrando que a sua verdade de hoje pode simplesmente se tornar uma mentira amanhã... e que isso, na maioria das vezes, se observarmos com os olhos do coração, não é de todo ruim.

Por fim, é bom começar a considerar que a partir do momento em que você age sem respeitar seus verdadeiros sentimentos, sem levar em conta sua missão, seus dons e seus valores, torna-se refém de si mesmo, torna-se seu próprio inimigo.

Abdica deliberadamente do seu direito de questionar o caminho que tem seguido e, se for o caso, mudar de ideia, de perceber que nada é garantia nesta vida, além da chance encantada de viver...

Deste modo, quando algo nos incomodar, que tal nos interrogarmos: quem disse que só existe esta saída? Quem disse que eu só poderei me sentir feliz deste jeito, neste lugar, com esta pessoa ou neste trabalho? Quem disse que eu tenho de ter isso ou aquilo? O que eu realmente quero? O que tenho feito para seguir a minha verdade, ainda que ela seja diferente da verdade de ontem? E, por fim, o que tenho feito para apostar diariamente naquilo em que eu genuinamente acredito?!?

Assim, estou certa de que valerá a pena pagar o preço do seu resgate. Sim, porque é você, sempre você, quem terá de pagá-lo. Afinal de contas, você é uma pessoa importante e não pode permitir que o inimigo – ainda que seja você mesmo – o mantenha em seu poder para garantir uma promessa, um tratado etc. Se uma promessa se torna um cativeiro, é hora de pagar o preço por sua liberdade e retomar o caminho da felicidade, o seu caminho! 


Rosana Braga (*)


(*) Escritora, Jornalista e Consultora em Relacionamentos Palestrante e Autora dos livros "Alma Gêmea - Segredos de um Encontro" e "Amor - sem regras para viver", entre outros.
www.rosanabraga.com.br
Email: rosanabraga@rosanabraga.com.br

Fonte: www.stum.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O PODER DA IDEOLOGIA: UM DECRETO POLÍTICO QUE MUDOU A HISTÓRIA


O mundo tem demonstrado, através dos tempos, uma necessidade de criação de mitos relacionados a temas religiosos, dentre outros. A sociedade, praticamente sem se interrogar e questionar sobre a significação dos seus mitos, absorve signos, símbolos e estereótipos durante toda a vida.

Há casos de mitos que existem sem que possamos ter noção de sua origem, são atemporais, pois sua formação não é intencional, ou seja, nunca houve uma intenção inicial de criá-los, sendo assim, a sociedade, o tempo e o inconsciente coletivo os responsáveis pelo processo natural e gradativo da criação. Entretanto, há casos de mitos programados antecipadamente. É a mitificação artificial de coisas e pessoas com finalidades de conquistar a sociedade para interesses econômicos, políticos, sociais e religiosos.

Mas, o que é um mito? Muitas definições são encontradas. Porém, algumas são coincidentes e nos revelam ser uma tentativa de explicação de acontecimentos considerados sobrenaturais ou naturais que escapam da compreensão do homem. Surgem, então, as lendas, a poética, a fábula etc., que pertencem à sabedoria da humanidade através do tempo. São preservadas de geração em geração pelo inconsciente coletivo, sob a forma de arquétipos, símbolos e figuras. É através deles que são transmitidas as mensagens essenciais.

Por isto é muito difícil, com neutralidade, estudar e analisar o que representam os mitos. E quando  falamos em mitos, devemos ter a clara distinção de que há, por um lado, mitos atemporais, que nos projetam a um universo profundo, simbólico e de arquétipos, com fins pedagógicos e cheios de lições permanentes para todas as épocas e povos, como por exemplo os mitos simbólicos do “dilúvio”, de "os doze trabalhos/provas de Hércules”, da “caverna” de Platão, dos “contos de fadas” (“era uma vez...”), dos “orixás”, dos mitos de “criação do mundo” (“no princípio”) e de tantos outros mitos que são as bases de todas as Escrituras Sagradas e de todas as tradições (Antigo e Novo Testamentos, Alcorão, Bhavagad Gita, Vedas etc.). Por outro lado, há mitos programados, a mitificação artificial de coisas e pessoas. E aqui reside o perigo, o engano, a hipnose coletiva. São os mitos sociais, políticos, religiosos e econômicos no sentido perverso da ideologia de domínio e exploração.

É, portanto, neste sentido que os mitos se tornam ou benéficos ou maléficos. Ou seja, enquanto uns falam à nossa alma nos ensinando a transcender problemas, lidar com nossos problemas interiores, existenciais e entender sobre nossa origem, missão e destino, outros nos levam a uma inércia mental, a uma alegria ilusória, a uma vida sem sentido, a uma alienação cultural, política, a uma “militância” subjugada a interesses egoístas de inúmeras ideologias, a ideias preconceituosas, a mitos raciais, a dogmas religiosos, econômicos e científicos indiscutíveis, a ídolos objetivos e subjetivos (artistas, super heróis, políticos, modo de vestir-se, novelas, comportamento, desportistas etc.), a patriotismos desmedidos e a tantos outros mitos que nos afastam da realidade e do verdadeiro sentido de uma vida plena, consciente e de crescimento.

A título de exemplo, trarei à tona três, dos milhares de exemplos de mitificação artificial e programados. O primeiro deles não chega a representar um grande problema, mas nos exemplifica claramente como absorvemos detalhes que se tornam “peças” fundamentais e “inseparáveis” de nossas crenças e costumes. O segundo já toma proporções maiores porque envolve uma ideologia, uma crença, uma fonte econômica e uma subjugação alienante e idólatra. O terceiro exemplo, que é o ponto fundamental deste artigo, nos fala de um “decreto político que mudou a história”.

Vamos ao primeiro exemplo: “O Gato Ritual - complicando o que é simples” (conto zen budista). “Quando um mestre espiritual e seus discípulos começavam a meditação do anoitecer, um gato que vivia no monastério fazia tanto barulho que os distraía. Então, o professor ordenou que o gato fosse amordaçado durante a prática noturna. Anos depois, quando o mestre morreu, o gato continuou a ser amarrado durante a meditação. E quando o gato morreu, outro gato foi trazido para o monastério e amarrado. Séculos depois, quando todos os fatos do evento estavam perdidos no passado, praticantes intelectuais que estudavam os ensinamentos daquele mestre espiritual escreveram longos tratados escolásticos e teológicos sobre a significância de se amordaçar um gato durante a prática da meditação...”. Dá para discordar?

Como segundo exemplo, temos a crença na padroeira do Brasil: Nossa Senhora Aparecida. Poucos questionam, analisam e enxergam o simples fato de que algo, uma estátua em questão, em algum momento tenha sido deixado cair na água, por acidente, ou tenha sido levado por alguma correnteza durante uma chuva, e que quando foi encontrada e resgatada das águas pelos pescadores, tenha sido apenas uma das possibilidades de resgate acidental daquelas águas; a outra possibilidade poderia ter sido a de até hoje estar submersa e, neste caso, não haveria "padroeira". Porém, a mentalidade da época, não muito diferente da de hoje, logo partiu para a ideia do milagre, aviso, aparição. A “fé” cega e a necessidade de ídolos que lhes protegessem no dia a dia levou, por um lado, o povo da época a construir mais um objeto de culto. Por outro lado, estava a Igreja, sempre pronta a incorporar em seus dogmas qualquer fato, por mais absurdo que possa ser, que lhe rendesse fiéis e lucro. Estava assim formado, no Brasil, mais um culto que tomaria proporções gigantescas. Culto este com uma sólida estrutura política, social e digna de um feriado nacional. Um verdadeiro paraíso para “os vendilhões do templo” e para a Igreja. Eis um mito, um culto forjado, que encontrou terreno fértil no senso comum e sofrido da população. Não devemos desmerecer a maneira de expressão e pensamento do homem movido pelo senso comum, mas não podemos também permanecer sem uma superação, rumo a uma abordagem crítica e coerente. O erro está na acomodação no papel de vítima e de dominado.

No terceiro exemplo, temos as proporções maiores da mitificação artificial de pessoas com finalidades de conquistar a sociedade para interesses econômicos, políticos, sociais e religiosos. Trata-se de um tema polêmico e que está contido  profundamente no modo de vida e crenças do Ocidente. Quer trate-se de algo que esteja no “inconsciente coletivo”, “memória genética”, “vida após vida”, ou de tudo um pouco, o fato é que teve um começo, um auge e agora está havendo um profundo questionamento do que foi criado em torno de um personagem, um grande homem, um espírito evoluído, chamado Jesus, pelos ocidentais.

Sabe-se, historicamente, que nos dias de opressão romana o povo judeu estava nos limites de sua força e tolerância. Uma ideia e desejo de liberdade e “salvação” já percorria o coração e a mente de cada judeu. A ideia começou a concretizar-se em doutrinas e movimentos (essênios, nazarenos etc.). Os grupos estavam sendo organizados em “fraternidades” (chevrot, em hebraico), também conhecidos como “grupo de servidores” (chaburah, em hebraico). Os membros eram chamados de “companheiros”, “servidores”, “membros”, (chaverim, em hebraico). Tinham como ideal a  pobreza, a abstinência, os banhos simbólicos de purificação. Enfim, uma preparação à “redenção” sempre iminente. Eis a gênese, o solo fértil para um outro grupo que estava para nascer.

Jesus, um espírito esclarecido no judaísmo e na cabala (iniciado por José de Arimatéia), também se referia à vinda de um “messias”. Alertava o povo sobre o poder do amor, sobre as injustiças sociais, sobre o erro daqueles que tratavam a religião como comércio, sobre a hipocrisia e tantas outras coisas. E sabemos do trágico fim que estas ideias lhe custou.

Mas, até então, os pequenos grupos simplesmente compartilhavam das ideias e ouviam a Jesus. Porém, um pouco mais adiante, já consideravam-se como seus discípulos, mas ainda judeus. Tais grupos continuaram após a sua morte e foram tomando proporções maiores. Passaram a crer, seus companheiros e discípulos, que o próprio mestre havia cumprido o destino de “messias”. Já surgia a crença que ele teria “ressucitado dos mortos” e retornaria do paraíso como governante de uma nova era final. Não é necessário citar todas as crenças e doutrinas que se fermentavam em torno do nosso querido irmão Jesus, porque já é de conhecimento de todos. Mas é claro que Jesus nunca andou em meio do povo proclamando-se messias, ou pedindo que o seguissem porque era rei. Ele apenas era um homem consciente, conhecedor do lado espiritual mais profundo, um conhecedor do lado esotérico da vida e do poder do amor e da justiça. Um ser além do seu tempo em visão e evolução.

O tempo passava, os grupos e crenças em torno de Jesus cresciam. As reuniões começavam a se tornar menos públicas em vários lugares porque já estavam a despertar a atenção de líderes religiosos e políticos. Tudo isto ainda acontecendo dentro do terreno do judaísmo. Mas um dia, o personagem chamado Paulo de Tarso, abriu as portas aos não-judeus, e os grupos, a partir de então, já não se regiriam totalmente pelas leis judaicas. Começava uma espécie de “cristianismo primitivo”. Cristianismo porque tem origem no nome de origem grega, cristo, o “salvador”, o “ungido” etc. Aqui começa a sobreposicão, aos poucos, dos mitos judaicos, gregos, romanos, egípcios, persas e outros nos novos núcleos em torno de Jesus. Cada vez mais as palavras de um homem tomavam formas e crenças diversas. Não me refiro aqui que as outras crenças, mistérios e mitos sejam inválidos; refiro-me somente à sobreposição que estava havendo.

Tudo isso, historicamente se sabe, não estava passando desapercebido pelos romanos. Estes percebiam o forte crescimento desse “movimento popular”. Estava, portanto, prestes a começar o conflito entre as comunidades que se expandiam e o poder do imperador romano. Em Roma já estava configurado o dilema, e era preciso escolher: o imperador ou Jesus. A princípio temidos, depois odiados, os novos “cristãos” iam se alastrando pelo Império. Entretanto, como a seita que crescia era aberta a todas as raças, a partir de Paulo, adquiria um caráter mais universalista, e isso começou a agradar ao Império Romano mais adiante. O culto ao imperador estava já prestes a tomar outro rumo. Mas antes, muito sofrimento e perseguição era a realidade vivida pelos chamados cristãos. E após a perseguição de vários imperadores romanos, que culminou com Dioclesiano, temos no Imperador Constantino o personagem que transformou o cristianismo em religião oficial do Império Romano.

Assim, temos em um decreto político, um rumo histórico-social que quase todos conhecem, mas não questionam. E toma, em resumo, após a oficialização pelo Imperador Constantino, o caráter de disputas pelo poder político e econômico. Ou seja, Concílios desenham, então, o modo de vida da humanidade cristã que a influencia até hoje: Jesus se torna Deus, Deus se divide em 3, formando a Santíssima Trindade; nasce a figura do demônio; a Igreja se torna a única intermediária entre Deus e o homem; adquire justificativas santas para silenciar os inimigos; renascimento se transforma em ressurreição (também por decreto!); e assim estava se formando uma teologia onde tudo se adequava ao perfil da Igreja (aos interesses). Mais adiante, o Protestantismo faz a reforma, mas sai da mesma raiz e continua nas mesmas disputas e interesses ideológicos.

E o que vemos hoje? A religião, como a política, atualmente, tornou-se um palco, um circo, um negócio muito lucrativo. Hoje já nem se fala tanto da Igreja Católica, mestra antiga no que se refere à sede de poder, ouro, corrupção, crime e falsidade, mas salta aos nossos olhos o "evangelismo", subdividindo-se continuamente em diversas denominações “evangélicas”, “pentecostais”, “neo pentecostais”, às centenas, verdadeiras multinacionais, gerenciadas por estelionatários e enganadores que assaltam a multidões sofridas e sem discernimento. Eis o porquê de C. Marx ter dito que a religião é o opium do povo. Imaginem o que Marx diria atualmente!

Mas a verdadeira educação está, aos poucos, mostrando a sua face. Mais cedo ou mais tarde, as Leis Divinas estarão acima das leis dos homens e dos "intermediários" e "sábios” do divino. A evolução não pára. A Verdade sempre será a Verdade, mesmo que pervertida pelos homens. O Divino está acima dos interesses humanos, interesses disfarçados de leis, pregadores, padres, pastores, evangelistas, missionários, dirigentes espíritas “donos da verdade”, monges, "devotos", "milagres" e de "iluminados". Enfim, acima de interesses de todas as religiões e seus ministros.

Atualmente, há várias correntes em torno do ideal chamando cristianismo, Jesus, cristo ou messias: a tradicional católica romana, as ortodoxas, as protestantes (centenas), as judaico-messiânicas, o espiritismo e os esoteristas cristãos.

As católicas, ortodoxas e protestantes a história já tem demonstrado sua trajetória e interesses até os nossos dias. Só uma cegueira hipnótica, a tradição cega, o inconsciente coletivo, ou vida após vida dentro dessas tradições, forjadas no medo e tortura, poderiam explicar a razão de uma continuidade da humanidade atrelada, ou melhor, acomodada em  suas doutrinas e crenças.

As judaico-messiânicas deram um grande passo. Um retorno às origens é salutar. O problema, entretanto, continua quanto ao “ideal messiânico” ou de “messias”. É a conhecida tendência psicológica de materializar o espiritual. Ou seja, “tomar a letra que mata pelo espírito que vivifica”. O ideal de um messias que já veio também foi cristalizado num homem (Jesus) e mais uma vez a letra sufocou o espírito da mensagem. Esquecemos que o ideal messiânico, que o próprio Jesus falava, é individual. Cada um o receberá no seu coração. Não é “alguém” o ideal, mas um “estado crístico” que cada um chegará por evolução. Esta é a “redenção”.  A era messiânica sempre esteve, está  e estará aberta a cada um que buscar dentro de si o amor, as corretas relações humanas, a reforma íntima; é um novo sentido de vida, uma “conversão”, um redescobrir-se a si mesmo.

No espiritismo temos um caso interessante. Ele é, em sua essência, uma ciência e uma filosofia com consequências morais e éticas, não religiosas como o entendemos por religião. Allan Kardec, como ocidental, referia-se às palavras de Jesus como sendo bons conselhos e ideais maravilhosos, dignos de serem seguidos, mas nunca codificou um cristianismo espírita, como querem no Brasil. O “igrejismo” espírita começou, em terras brasileiras, com Bezerra de Menezes e Francisco Cândido Xavier, principalmente. E o povo, sem bases culturais e conhecimento do espiritismo clássico, filosófico e científico, acostumado e impregnado do cristianismo vigente, logo adotou a postura cristã. Por isto ouvimos no meio espírita expressões como: “Jesus é o único modelo e guia”; “espiritismo sem Jesus não é espiritismo”; “não compreendo um espiritismo sem Jesus”; "mediunidade com Jesus", e assim temos centenas de expressões similares. Provavelmente tudo isto seja efeito do que já me referi acima, ou seja, inconsciente coletivo, memória genética, vida após vida, arquétipos, símbolos etc., que perduram na mente dos espíritas encarnados e desencarnados, sendo que muitos destes últimos foram clérigos católicos. No espiritismo também há uma confusão entre Jesus e o “estado crístico” a ser atingido. Lógico, depois de praticamente dois mil anos de medo, tortura e condicionamentos, torna-se difícil enxergar mais nitidamente os fatos e muitas coisas temperam o espiritismo, inconscientemente. E pesa-se ainda o fato de que a grande maioria dos espíritas é de origem católica e protestante.

Temos ainda os “esoteristas cristãos”. São pertencentes a organizações, ordens, fraternidades e escolas espirituais que tem suas origens mesmo antes da época de Jesus. São cristãos no verdadeiro sentido da palavra, pois têm a “cristo”, a “essência crística” como objetivo de vida e doutrina. Consideram que Jesus atingiu esse estado e que falava disso aos seus contemporâneos, incentivando-os a buscar o amor, o reino, a sabedoria, o arrependimento etc. Algumas correntes de "esoteristas cristãos" também não ficaram imunes à influência do "cristianismo tradicional" e adotaram uma postura mais ortodoxa referindo-se ao "mestre dos mestres".

Assim, rapidamente, dentro dos parâmetros de um artigo, busquei evidenciar o poder da mitificação que tornou um homem em um fato político-social, e a construção, cada um a seu modo e interesses, de toda  uma história que custou milhares de vidas, guerras “santas”, discussões teológicas, ideologias e desunião. Uma verdadeira aspiração de uma época que se personificou num homem e que mais tarde foi transformada em um decreto político que veio a influenciar toda a história e trajetória ocidental.

Finalizando, um pequeno conto indiano exemplifica, “mutatis mutandis”, o que tentei expôr acima. Um homem desejava livrar-se de todas as formas de ritos religiosos, deixando apenas a essência da direta experiência da Verdade. Ele atraiu discípulos que costumavam se reunir a seu redor toda semana, quando ele falava a todos sobre seus princípios. Após algum tempo, eles começaram a se  reunir antes do mestre aparecer, porque eles gostavam de estar em grupo e cantar juntos. Eventualmente foi construída uma casa para as reuniões, com uma sala especial para o mestre. Após sua morte, tornou-se uma prática entre seus seguidores fazer uma reverência respeitosa à sala vazia, antes de se entrar no salão. Em uma mesa especial a imagem do mestre era mostrada em uma moldura, e as pessoas deixavam lá flores e incenso, em respeito ao mestre. Em poucos anos uma religião tinha crescido em torno daquele homem, que em vida não praticava nada disso, e que, ao contrário, sempre disse aos seus seguidores que ficar preso a estas práticas levava frequentemente a pessoa a se iludir no caminho da Verdade. (desconheço o autor)


Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)



Algumas referências e sugestões bibliográficas:

- “Quatro Milênios de Existência Judaica”, Fritz Pinkuss, Revista de História (USP)
- “Jesus: uma biografia revolucionária”, John Dominic Crossan, Ed. Imago
- “O Dogma de Cristo”, Erich Fromm, Ed. Zahar
- “Origem e Evolução da Ideologia”, Oto Alcides Ohlweiler, Ed. Universidade
- “Sociologia Geral”, Eva Maria Lakatos, Ed. Atlas
- “Quem Matou Jesus? As Raízes do Anti-Semitismo”, John Dominic Crossan, Ed. Imago
- “Saber Cuidar”, Leonardo Boff, Ed. Vozes
- “A Psicanálise dos Contos de Fada”, Dr. Bruno Bettelheim, Ed. Paz e Terra
- “Revisão do Cristianismo”, J. Herculano Pires, Ed. Paidéia
- “Filosofando: introdução à Filosofia”, Maria Lucia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires   Martins, Ed. Moderna
- “La Evolución del Pensamiento Judío”, Jacob Bernard Agus, Ed. Paidós
- “Heresia: o jogo de poder das seitas cristãs nos primeiros séculos depois de Cristo”, Joan O'Grady, Ed. Mercúrio


Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quinta-feira, 27 de junho de 2013

AJUSTAMENTO PSICOLÓGICO NA REENCARNAÇÃO

Podemos dizer que na zona do inconsciente, influenciando o processo da herança, seria uma zona construída pelas experiências que se perdem na noite dos tempos, todas calcadas em diversos corpos físicos (personalidades) que ocupou e continua ocupando na trilha evolutiva.

O espírito necessita de imensas experiências como lastros de aptidões, a fim de que numa determinada etapa reencarnatória possa oferecer tais condições de criatividade, como elaboração alicerçada no acúmulo de qualidades. Aconteceria como que um real ajustamento de proposições que no cadinho das específicas reações psicológicas, em determinada época, jorrasse em torrente por necessidade de equilíbrio psíquico. Essa torrente seria tanto mais harmoniosa e bela, quanto mais plena de experiências construtivas for lastreado o espírito.

Compreende-se perfeitamente, se não houver um ajustamento adequado de qualidades, que a zona espiritual só poderá oferecer pequenos fragmentos, até mesmo sem sentido, de algo que está por derramar, que se desgarrou do conjunto, ainda não bem elaborada.

O processo de deságue pode dar-se ordenadamente ou mesmo com certo atropelo, traduzindo na zona consciente, algo harmônico e belo, ou com reflexos destoantes.

É bem lógico que o mecanismo em pauta estaria relacionado com o grau de evolução e consequente biótipo psicológico de determinado ser encarnado, considerando-se também, os aspectos das influências que propiciam experiências, principalmente àquelas relacionadas com a conduta educacional.

Os vôos do espírito são imensos em seus graus e variações, tudo a depender de um grandioso processo elaborativo diante do rosário de vivências na matéria. De reencarnação em reencarnação o espírito vai elaborando as suas aquisições cujas aptidões alcançadas no incontável tempo das sedimentações experienciais se vão transformando num bloco energético de potencialidades; estas por sua vez vão incentivando as telas reflexivas da consciência na busca de novos horizontes, cada vez mais claros e luminosos, transformando as sombra e dores do passado em sementes elaborativas de uma ainda imortalidade incompreendida e infinita.

É justamente na construção do próprio corpo físico que o espírito encontra o exaustor ideal para sua depuração, caso existam negatividades.

Pelo visto o processo reencarnatório não será tão somente condição de pagamento das deficiências passadas, mas, principalmente, fatores de impulsão evolutiva.



Dr. Jorge Andrea


Fonte: do livro “Visão Espírita nas Distonias Mentais"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PROFUNDIDADE

A maioria de nós pensa muito, principalmente sobre acontecimentos e pessoas, sejam elas locais ou globais, famosas ou não. 

Quando pensamos no que está acontecendo na superfície da vida - o visível - é como se estivéssemos vivendo uma vida superficial. 

Mas lá no fundo há uma voz, uma saudade, um chamado à profundidade. É o nosso coração nos lembrando que devemos visitar, explorar e expressar as profundezas de nós mesmos. 

Para aprofundar e ser profundo precisamos de momentos de introversão e uma boa conversa com nós mesmos. 

Como podemos ver o que está em nosso coração, a menos que a gente mergulhe fundo, acenda a luz e olhe? E o que vemos? 

Simples, apenas beleza e verdade. Elas estão sempre lá, esperando por nós. Esperando para nos acolher e nos apresentar a nós mesmos.



Brahma Kumaris



Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

APENAS DIFERENTES LINGUAGENS

O estudo comparado de religiões, filosofias e tradições e sua vivência íntima e sem apegos, nos leva a conhecer e a perceber a Verdade maior intrínseca e transcendente a todas.

Mas, como disse o cabalista Prof. Ian Mecler em seu livro "Aqui, Agora": "As religiões, as escolas, as estruturas políticas, são todas fundamentadas no sistema baseado na CULPA, o que faz uma grande neurose tomar conta da humanidade. Quanto mais culpado, menos consciente. E se você seguir essa sistemática estará sempre dividido e acuado. Afinal, como lidar simultaneamente com forças opostas e com a imposição social que define como você deveria ser?"

Dentre tantas consequências danosas, essa culpa tem levado os homens à cegueira de não perceber que todas as religiões e filosofias são apenas diferentes linguagens, e que suas tradições não são maiores do que a Verdade; são apenas diferentes estradas para um único fim. Óbvio que aqui não se enquadram as "religiões" comerciais, fundamentalistas e fanáticas.

Aprendemos, assim, com despretensão, as reais diferenças entre o ter uma religião e o ser religioso. Pois na maioria das vezes a religião é o próprio obstáculo à religiosidade. Isto não quer dizer que não se possa ser religioso dentro de uma escola religiosa, filosófica.

Buscar a experiência interior de religiosidade, de interioridade e de transcendência deve ser o motivo principal e essencial; o restante é apenas uma peça teatral a nos dizer e indicar algo, a didática.

Então, não é mais inteligente entender a essência da mensagem da peça teatral do que ficar preso à figuração e à técnica da peça?

Forma e conteúdo: o que é mais importante? A forma pode ser atraente, mas de pouco valor sem o conteúdo. Entretanto, se o objetivo for o conteúdo a forma pode ser de grande auxílio.


Prof. Hermes Edgar Machado Jr. (Issarrar Ben Kanaan)



Fonte da Imagem: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 26 de junho de 2013

PSICOSSOMÁTICA

Os espíritos reencarnantes, carentes e necessitados de reconstrução e reequilíbrio, podem apresentar variações em seus respectivos tipos psicológicos, em faixas consideradas normais ou patológicas.

Sabemos que o nosso planeta alberga a maioria de indivíduos em processo de expiação; em breve se elevará a fim de conquistar a faixa regenerativa.

Nos tempos atuais, por serem momentos de transição, as reações cármicas se mostram mais ativas e acentuadas, porquanto mais ativa e acentuada é a exigente lei de equilíbrio da vida.

As reações cármicas tornaram-se mais bem compreendidas quando as doenças chamadas psicossomáticas foram alertadas pela ciência. Esta compreendeu a importância das forças psíquicas refletidas no arcabouço material.



Dr. Jorge Andrea



Fonte: do livro "Visão Espírita nas Distonias Mentais"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

EM TI MESMO

“Tens fé? Tem-na em ti mesmo, diante de Deus.” — Paulo. (ROMANOS, cap. 14, vers. 22)

No mecanismo das realizações diárias, não é possível esquecer a criatura aquela expressão de confiança em si mesma, e que deve manter na esfera das obrigações que tem de cumprir à face de Deus.

Os que vivem na certeza das promessas divinas são os que guardam a fé no poder relativo que lhes foi confiado e, aumentando-o pelo próprio esforço, prosseguem nas edificações definitivas, com vistas à eternidade.

Os que, no entanto, permanecem desalentados quanto às suas possibilidades, esperando em promessas humanas, dão a ideia de fragmentos de cortiça, sem finalidade própria, ao sabor das águas, sem roteiro e sem ancoradouro.

Naturalmente, ninguém poderá viver na Terra sem confiar em alguém de seu círculo mais próximo; mas, a afeição, o laço amigo, o calor das dedicações elevadas não podem excluir a confiança em si mesmo, diante do Criador.

Na esfera de cada criatura, Deus pode tudo; não dispensa, porém, a cooperação, a vontade e a confiança do filho para realizar. Um pai que fizesse, mecanicamente, o quadro de felicidades dos seus descendentes, exterminaria, em cada um, as faculdades mais brilhantes.

Por que te manterás indeciso, se o Senhor te conferiu este ou aquele trabalho justo? Faze-o retamente, porque se Deus tem confiança em ti para alguma coisa, deves confiar em ti mesmo, diante dEle.



Emmanuel/Francisco Cândido Xavier



Fonte: do Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DESPERTANDO BÊNÇÃOS A PARTIR DO CAOS

Quando os tempos se tornam realmente duros, é difícil enxergar a Luz.

Mas os kabalistas revelam que, mesmo em nossos momentos mais sombrios, existe uma forma de despertar bênçãos. 

Primeiramente, temos que saber que o Criador é uma força infinita de compartilhar e de amor, e como tal, jamais faria qualquer coisa para nos ferir. Existe uma lei espiritual de que não existe nada que o universo nos envie que não seja para o nosso bem. Com esse conhecimento, percebemos que não existe nada que tenha acontecido ou que possivelmente possa acontecer em nossas vidas que seja “ruim”. Pode não fazer sentido naquele momento, mas no final das contas tudo ocorre para nossa própria proteção ou crescimento.

Poderíamos ficar chateados quando nosso carro não pega e estamos atrasados para o trabalho, mas no panorama mais amplo, talvez o universo esteja nos protegendo de um acidente. Choramos por causa de relacionamentos rompidos, mas e se tudo que aprendemos com aquele relacionamento esteja pavimentando nosso caminho em direção à nossa alma gêmea? 

Até mesmo as coisas verdadeiramente trágicas nos tornam mais fortes, nos aproximam dos outros, nos fornecem ensinamentos ou uma maior apreciação pela própria vida.

O segredo para despertar bênçãos a partir do caos é saber que até mesmo o que parece ser caos, na verdade constitui uma bênção.

Passamos no teste quando temos certeza de que aquilo é para o nosso bem. Não é fácil, mas tente se lembrar no meio da tempestade que de fato ela está criando pastos mais verdejantes.



Rav Yehuda Berg



Fonte: www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DESEJO DE FAZER O BEM

Querer fazer o bem é uma coisa e fazê-lo realmente é outra. Sim, infelizmente, o desejo de fazer o bem é insuficiente: nós devemos também ser muito lúcidos e honestos para admitir que, crendo que estamos a agir bem, podemos cometer erros. Por isso, devemos estar ainda mais desconfiados em relação a nós mesmos do que em relação aos outros. E também pode acontecer que, agindo bem, se atraia o ódio, as inimizades. Ouve-se muitas vezes as pessoas dizer: «Fazei o bem e colhereis o mal», e é verdade. Mas isso não deve justificar o egoísmo e a recusa de ajudar os outros. Então, qual é a atitude do sábio? Ele faz o bem com conhecimento de causa e, se colher mal de volta, não ficará surpreendido nem triste, pois sabia à partida aquilo a que se expunha. Portanto, aquele que quer fazer o bem deve primeiro estudar honestamente as suas intenções e os meios que utiliza. Depois, deve saber que, mesmo que faça realmente o bem, pode receber o mal como retorno.



Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

terça-feira, 25 de junho de 2013

PALAVRAS CRIAM LIMITAÇÕES

Existe um pensamento sem a palavra? 

Quando a mente não está atravancada com palavras, então pensamento não é pensamento como conhecemos, mas é uma atividade sem a palavra, sem o símbolo, portanto não tem fronteira, a palavra é a fronteira. 

A palavra cria a limitação, a divisa. E uma mente que não está funcionando nas palavras, não tem limitação, não tem fronteiras, não tem divisa. 

Tome a palavra amor e veja o que ela desperta em você, olhe para si mesmo; no momento em que eu menciono essa palavra, você começa a sorrir e aceita, você sente. Então a palavra amor desperta todos os tipos de ideias, todos os tipos de divisões tais como carnal, espiritual, profano, infinito e todo o resto. Mas descubra o que o amor é. Certamente, senhor, para descobrir o que o amor é, a mente deve estar livre dessa palavra e do significado dessa palavra.




J. Krishnamurti



Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

INTERCÂMBIO

Quando o encarnado demonstra sinais inequívocos de mediunidade significa que no plano espiritual várias entidades se preparam para fazer o intercâmbio. Nessa preparação estão incluídos refinamento de afinidade e aprimoramento de conhecimentos.

O bom médium transmite o pensamento do espírito da maneira mais objetiva possível, servindo-se da própria bagagem literária como forma de expressão. Os pensamentos não podem ser contraditórios entre espírito e medianeiro, pelo menos no que se refere à essência do que se quer transmitir. Essa identidade deve existir no campo das ideias fundamentais que alicerçam uma obra doutrinária, científica ou filosófica; caso contrário serão notadas contradições e incoerências que anulam o trabalho de ambos.

Muito se tem escrito sobre mediunidade, mas não é demais enfatizar que uma parceria proveitosa entre encarnado e desencarnado não se improvisa. Em alguns casos os parceiros já conviveram em situação de proximidade no passado, conhecendo-se espiritualmente, situação que facilita o intercâmbio. Em outros, a afinidade acontece quando o encarnado se aprofunda no terreno da religião ou da ciência e passa a granjear a atenção de espíritos “apaixonados” pelo mesmo tema. A ideia da parceria brota a seguir.

Não existem milagres nessas parcerias. A mediunidade se assenta em leis naturais ainda pouco conhecidas. Os médiuns não são santos, assim como a maioria dos espíritos manifestantes. Somos candidatos à santidade. A mediunidade empregada no bem é instrumento vigoroso no campo do autoaperfeiçoamento.



Luiz Sérgio



Fonte: do livro "O MUNDO É UMA GRANDE ESCOLA"
http://omundoqueeuencontrei.blogspot.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 24 de junho de 2013

LIGAÇÃO COM DEUS

A única coisa que Deus quer de nós é que sejamos felizes e espalhemos felicidade ao redor. 

Ele nos diz como podemos ser felizes quando nos ensina a LEI DO CARMA: o que semearmos iremos colher. 

Aqueles que amam Deus e são obedientes dessa maneira, experimentam Seu amor e proteção. Todas as preocupações acabam. 

Esse é o papel que precisamos desempenhar agora: conectar com Deus, captar Seu amor, canalizar isso para os colegas e enriquecer suas vidas. 

Essa ligação de amor com Deus chama-se IOGA e tem o poder de transformar seres humanos em anjos.


Brahma Kumaris


Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ESCRITURAS SAGRADAS


Um aspecto pouco lembrado quando estudamos a Torá (Pentateuco) é que o povo judeu foi subjugado mais de uma vez por outras nações (Assíria, Babilônia, Egito etc.). É compreensível, portanto, que no cativeiro o povo judeu teve contato com o folclore desses outros povos e, num processo muito natural, acabou incorporando elementos estrangeiros ao seu.

A Gênese, por exemplo, é visivelmente uma interpretação ou visão da saga de Gilgamesh (Babilônia). Sabemos que grandes enchentes e catástrofes ocorreram (como sempre ocorrem) em vários pontos do planeta. Praticamente todas as culturas antigas falam de uma grande cheia e, a partir desse fato, nasceram muitas histórias, narrações e mitos simbólicos.

Tendo em vista a degradação moral, mental e espiritual dos povos daquela época, por um lado, e a ocorrência de uma grande enchente (ou várias enchentes), por outro lado, a associação tomou um sentido moral e teológico. Assim, em todas as tradições e mitos o homem era purificado de sua degeneração, colhendo dos males que ele mesmo plantou, pela ação dos elementos, no caso em questão, a água. Esta assume uma qualidade de purificadora e restauradora.

Mas o mais importante em todas as narrativas e mitos simbólicos é que acabam por esclarecer diversos aspectos da caminhada humana. A lenda ou narrativa do "dilúvio", nos mostra, claramente, dentre inúmeras interpretações e ensinamentos válidos, duas lições.

A primeira delas é que a natureza (o Criador) sempre preserva a criação (numa "arca", no caso bíblico), ou o melhor da criação, em todas as circunstâncias.

A segunda lição que podemos tomar é que quando momentos caóticos ("diluvianos") acontecem na vida humana, precisamos nos "salvar" construindo uma "arca", ou seja, um espaço interior para análise, reflexão e tomada de novos rumos na vida. O mesmo acontece com a humanidade como um todo.

Os mitos, parábolas e alegorias de todas as escrituras do mundo são ricas em ensinamentos desde que não tomadas literalmente, ou se transformem em bibliomania ou bibliolatria.


Prof. Hermes Edgar Machado Jr. (Issarrar Ben Kanaan)



Fonte da Imagem: Acervo de autoria pessoal

domingo, 23 de junho de 2013

ALTERNATIVA AO CENTRO NO EU

“Vacuidade” (“shunyata” em sânscrito) tem muitos significados sutis no budismo, mas talvez isso possa ser compreendido de modo mais simples como a ausência de centramento no eu. Geralmente consideramos o centramento no eu como um problema de personalidade, algo que faria nossos amigos nos recomendar terapia. Mas “centramento no eu” tem um significado mais fundamental.

Isso ocorre quando criamos ou mantemos a ideia de um eu no centro de nossas vidas, um ponto de referência para tudo que pensamos e sentimos. O centro no eu é uma ideia ou sentimento de alguém por trás de todas as experiências, alguém a quem isso está acontecendo.

A maioria de nós vive no campo gravitacional desse centro em si, circulando em volta das esperanças e medos, planos e preocupações, nosso trabalho e relacionamentos. Nossas vidas parecem girar em torno do desejo por experiências sempre novas, mesmo que as vejamos mudando constantemente.

Mas com atenção inteligente sustentada, através do poder da consciência plena e investigação, começamos a deixar essa familiar órbita auto-referencial. Começamos e ter vislumbres do centro zero da vacuidade, em vez do auto-centramento do ego ansiando, e isso se torna a nova força gravitacional de nossas vidas. Podemos ver insinuações disso em nossas vidas ordinárias quando entramos em um estado de fluxo sem esforço, ou talvez com música, arte ou esporte. As coisas parecem continuar sem nós mesmos — e são muito melhores assim.



Joseph Goldstein



Fonte: “One Dharma” (loc. 2774)
(traduzido no Brasil como “Dharma – O caminho da libertação”)
http://darma.info/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

AS REPRESENTAÇÕES MENTAIS E SEUS DANOS

Psicologia Gnóstica
Nas palestras anteriores, viemos estudar os diferentes aspectos relacionados com a Mente, e acredito que devemos seguir nos aprofundando no terreno prático, nos fatos interessantes que consistem na eliminação dos agregados psíquicos, que são bastante difíceis, mas que é possível eliminá-los. Entretanto, existe algo que devemos vigiar, que são exatamente as representações da mente.

Na Mente existem muitas representações mentais, suponhamos que temos na nossa Mente a representação de um amigo a quem estimamos e que alguém muito importante fala mal desse nosso amigo, levantando contra ele toda classe de calúnias, ofensas etc. Nós “damos ouvidos” a toda esta conversa e então a Imagem que temos do nosso amigo, a representação, fica alterada.

Antes era a imagem de um sujeito muito amável e que agora esta imagem assume, em nosso entendimento, a figura que o outro lhe tem dado, possivelmente de um bandido, um falso amigo etc.
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Dentro da nossa Mente existem milhares de representações que podem ser alteradas, se dermos ouvidos às conversações negativas, às calúnias, ouvir o que “ouvi dizer” etc.

De maneira que, não somente os agregados psíquicos, vivas representações dos nossos defeitos psicológicos, que levamos dentro do nosso ser, constituem um fardo pesado que carregamos, mas não devemos nunca esquecer essa questão das Representações da Mente.

Caminhantes do Sendeiro que deram ouvido às conversações negativas, por estarem em corredores onde somente se escutam frases negativas, tendem a se deformar em muitas Representações da Mente. É que elas são verdadeiros demônios que criam uma série de obstáculos intransponíveis para o despertar da Consciência.

É grave carregar tais elementos inimigos dentro de si mesmo, na nossa própria Mente. O melhor é não ter Efígies de tipo negativo, por isso é necessário apelar ao Poder Serpentino, que se desenvolve no corpo do gnóstico, Devi Kundalini Shakti, para que elimine tais representações de tipo negativo.

Na realidade, não deveríamos ter representações negativas ou positivas na nossa Mente… A Mente tem de se tornar serena e à disposição do Ser, para isso a personalidade humana deve ser passiva. Uma personalidade passiva recebe as mensagens que vêm das Partes mais elevadas do Ser, que passam através dos Centros Superiores do Ser, antes de entrar na Mente.

Por isso temos de eliminar os elementos pesados, os agregados difíceis, relacionados com o Mundo de 96 Leis, ou seja, a Região do Tártaro, para termos uma personalidade passiva…

A personalidade ativa é controlada pelos agregados de ódio, orgulho, inveja, luxúria, os abomináveis amores, o egoísmo, a vaidade perante os nossos semelhantes, por isso esquecemos que somos simples vermes no lodo da terra.

Se eliminarmos da nossa psique todos esses elementos psicológicos tão pesados, nossa personalidade humana torna-se passiva e a Mente se volta receptiva para as mensagens que descem das Partes mais elevados do Ser, através dos Centros Superiores do nosso Ser.

Compreenderam agora, meus irmãos, a necessidade de eliminar esses elementos que tenho citado? Com Devi Kundalini Shakti, ou seja, a Serpente Ígnea dos nossos mágicos poderes, pode-se eliminar, de fato, esses elementos pesados. Se continuarmos dando alimento às diferentes representações, é claro que a Mente não será serena, jamais será uma Mente projetista que está acondicionada no tempo e na dor.

Analisando a fundo, vê-se que devemos não só eliminar os agregados psíquicos indesejáveis, mas também as Representações, que são um problema difícil para a Iluminação Interior.

As representações e os diversos agregados acondicionam de tal forma a Consciência que a mantêm presa dentro de um trilho, nada agradável da subconsciência, da infraconsciência ou da inconsciência. No mundo oriental se fala muito em síntese, aliás já falamos sobre isso, no Budismo Zen-Chan se diz que: “Temos de conseguir a Quietude da Mente, o Silêncio da Mente, com o propósito de chegar, um dia, a entrar no Vazio Iluminador”.
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Nós estamos sempre, na vida prática, na batalha das teses e antíteses, nessa luta terrível dos opostos nunca existe paz numa Mente assim…

Madame Blavatsky, no seu livro A Voz do Silêncio, tem uma frase que gosto muito, que diz: “Antes que a Chama de Ouro possa arder com a Luz Serena, a lâmpada deve ser bem cuidada, estar ao abrigo de todos os ventos e dos pensamentos, que devem cair mortos na porta do Templo…”

Conforme formos estudando as pregas da Mente, percebemos que a quietude, silêncio total da Mente é possível se ela não estiver ocupada com os agregados psíquicos e as representações.

Não devemos carregar em nossa Mente coisas que não são do nosso Ser. Poderiam me contestar, dizendo que existem representações louváveis, claras, magníficas, maravilhosas etc., tudo isso é aceitável, mas o mais importante em nós é o Ser. Enquanto nosso Templo estiver cheio de elementos estranhos, coisas de fora, animais, representações, agregados, pode-se dizer que existe um sono profundo na Consciência. Se existir inconsciência, há de ter sonhos vagos, mórbidos, néscios, incoerentes, imprecisos etc.

Já dizia Platão: “Conhece-se o homem por seus sonhos”. Realmente, a vida dos sonhos é uma consulta importantíssima, porque os sonhos de cada um dizem o que cada um é… Feliz o dia em que nós deixaremos de sonhar…, aí teremos triunfado! Enquanto existirem os sonhos na Mente, sonhos imprecisos e absurdos, isto nos indica que vamos muito mal. O verdadeiro Iluminado não tem sonhos, os sonhos são para os adormecidos.

O Verdadeiro Iluminado vive nos Mundos Superiores, fora do corpo físico, em estado de intensificada vigília, sem sonhar jamais, está desperto no Espaço Psicológico. Por isso, reflitam sobre a necessidade de se conseguir a Quietude ou o Silêncio da Mente.

Expliquei na vez passada sobre os três alimentos, disse que o primeiro alimento é do corpo físico, falamos também sobre o segundo alimento, que é a respiração, mais importante do que aquele do estômago, que não vou acrescentar nada hoje sobre eles, mas há um terceiro alimento que eu já disse a vocês, o das Impressões.

Ninguém pode viver sem as impressões. Vocês enxergam através das impressões, assim também me escutam, a mente de vocês está percebendo o quê? Uma série de impressões, que vem a vocês numa figura vestida com uma indumentária Sagrada da Ordem dos Cavaleiros do Santo Graal etc. Tudo isto chega a vocês através das Impressões…

Infelizmente, o ser humano não sabe selecionar as suas impressões, o que diriam vocês se agora, estando aqui neste salão, abríssemos a porta para que ladrões entrassem aqui? É claro que o Guardião não cometeria esse um absurdo e todos eles fugiriam… Mas não fazemos o mesmo com as Impressões, abrimos as portas para as Impressões Negativas do mundo, elas penetram em nossa psique e fazem o diabo lá dentro, transformando-se em agregados psíquicos e desenvolvendo o Centro Emocional Negativo. Conclusão, elas chegam do lodo e nós abrimos as portas… É correto isso? É correto que uma pessoa que está cheia de emoções negativas, emanando do seu Centro Emocional Negativo, seja acolhida por nós? É certo que abramos as portas a essa pessoa?

Parece que não sabemos selecionar as Impressões e isso é grave! Temos de aprender a abrir e fechar as portas da nossa psique às Impressões; abrir as portas às impressões nobres, limpas e fechar às Impressões Negativas e absurdas.

Vejam o que faz uma pessoa estando na multidão; eu lhes asseguro que ninguém agora se atreveria a sair à rua para lançar pedras contra ninguém, certo? Entretanto, se alguém está dentro de uma grande manifestação pública, e esteja apaixonado pelo entusiasmo, se a multidão lança pedras, ele também acabará lançando pedras, ainda que diga depois para si mesmo: “Por que eu as lancei?”

Aqui no Distrito Federal, há uns 15 anos, vimos professores muito decentes, cultos, dignos, mas que na multidão pegavam pedras e as lançavam contra os vidros das janelas, contra as pessoas, contra tudo o que podiam. Esses professores de escolas nunca fariam essas coisas sozinhos, mas só em grupos.

Isso acontece porque se abrem as portas às impressões negativas e acaba-se fazendo o que nunca se faria sozinho, por isso é necessário que aprendamos a ser cuidadosos com as impressões.
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Se abrirmos as portas às impressões negativas para uma pessoa cheia de Ira, porque alguém lhe causou um mal, terminamos aliados dessa pessoa contra aquela que lhe proporcionou o dano, e terminamos também cheios de ira, sem ter parte alguma no processo. Se abrirmos as portas às impressões negativas de um bêbado numa diversão, terminaremos aceitando um copo de bebida, nos associaremos ao bêbado.

Da mesma forma com o sexo oposto, terminamos também fornicando com todas as classes de delito. Assim é que os seres humanos se contagiam uns aos outros dentro de ambientes negativos, os bêbados contagiam os bêbados; os ladrões transformam outros em ladrões; os drogados se contagiam entre si etc.

Selecionemos as Impressões! Se alguém nos traz emoções positivas de luz e harmonia, de beleza, de sabedoria, de amor, de poesia e de perfeição, abramos os nossos corações…

Se alguém nos trouxer emoções negativas, não devemos abrir as portas do nosso coração a essas pessoas. Fechemos as portas às Impressões negativas! Desintegrado o Ego, termina a dor, a raiz da dor está no Ego, e quando este termina, fica somente a Beleza do Ser em nós, que se transforma em Amor e Felicidade.

Para se chegar a isso, a Mente deve estar quieta, em silêncio, não projetar, deve ser uma Mente que não se ofende, não reaja por nada, só receba as mensagens que vêm das Partes Superiores do Ser, é uma Mente cheia de plenitude. Repito: temos de eliminar os agregados psíquicos e também as Representações da Mente, tanto as positivas como as negativas.

Precisamos limpar o Templo da Mente de toda essa sujeira, necessitamos que a Luz brilhe dentro do Templo da Mente para que a Chama de Ouro possa arder com a Luz serena dentro do templo, pois quando a Mente está quieta, em absoluto silêncio, advém o novo…

Dizer que é impossível ter a Mente quieta, em silêncio, quando vivemos num mundo cheio de problemas e dificuldades, é um absurdo! Porque desintegrando os agregados inumanos que em nosso interior carregamos, assim como as Representações Mentais, os problemas e as dificuldades terminam.

A Mente deve estar clara, limpa, deve ser um Templo solitário e luminoso, onde arda, unicamente, a Chama de Prájña, ou seja, a Chama do Ser…



Fonte do texto e das Gravuras: Gnosis OnLine
http://www.gnosisonline.org/