Sem liberdade do passado
não existe liberdade de fato, porque a mente nunca está nova, pura,
inocente. Só a mente pura, inocente é livre. Liberdade não tem
nada a ver com idade, não tem nada a ver com experiência; e me
parece que a própria essência da liberdade está em compreender
todo o mecanismo do hábito, tanto consciente como inconsciente. Não
é uma questão de acabar com o hábito, mas de ver totalmente a
estrutura do hábito. Você tem que observar como os hábitos são
formados e como, negando ou resistindo a um hábito, outro é criado.
O que importa é estar totalmente consciente do hábito, porque
então, como você verá por si mesmo, não há mais a formação de
hábito. Resistir ao hábito, lutar com ele, negá-lo, só dá
continuidade ao hábito. Quando você luta contra um hábito
particular, dá vida a esse hábito, e então o próprio lutar se
torna outro hábito. Mas se você está simplesmente consciente de
toda a estrutura do hábito sem resistência, então descobrirá que
há liberdade do hábito, e nessa liberdade uma coisa nova acontece.É
só a mente embotada, adormecida que cria e se prende ao hábito. Uma
mente que está atenta de momento a momento, atenta ao que está
dizendo, atenta ao movimento de suas mãos, de seus pensamentos, de
seus sentimentos, descobrirá que a formação de mais hábitos
chegou a um fim. Isto é muito importante de compreender, porque
enquanto a mente está rompendo um hábito, e nesse próprio processo
criando outro, ela obviamente nunca será livre; e só a mente livre
pode perceber alguma coisa além dela mesma.
J. Krishnamurti
Fonte: do livro The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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