Salienta-se que essa divisão não é arbitrária, mas necessária, porque a substância de cada um desses corpos está sujeita à leis que, praticamente, não atuam nos outros. Além disso, a matéria desses corpos varia de densidade, sendo o corpo físico o mais denso de todos.
1º – Corpo Físico
Serve para nos manifestarmos no plano tridimensional, chamado comumente plano denso, que é onde a matéria tem sua completa manifestação. É claro que esse veículo adaptado para a zona física não serve para nos manifestarmos em outros planos (salvo em situações esotéricas muito especiais) onde a matéria é mais sutil. Para essas dimensões necessitamos de um veículo apropriado, com as características indispensáveis e acondicionadas às leis que regem essas dimensões. O Físico é o laboratório, através dele poderemos trabalhar e construir os demais corpos.
2º – Corpo Etérico ou Vital
No organismo humano existe um corpo bioeletromagnético. Este é o corpo vital ou assento vital, chamado também corpo etérico, e no Oriente de Lingam Sharira. É o assento da vida orgânica. Nenhum organismo físico poderia viver sem o corpo vital. Cada átomo do corpo vital penetra dentro de cada átomo do corpo físico para fazê-lo vibrar intensamente.
Ambos os corpos se penetram e compenetram sem, porém, confundir-se. Todos os fenômenos químicos, fisiológicos e biológicos, todo fenômeno de percepção, todo processo metabólico, toda ação das calorias etc., têm sua base no corpo vital. Este tem mais realidade que o físico. Sabemos muito bem que a cada sete anos muda totalmente o físico devido à renovação constante das células.
Ao cabo desse tempo não fica um só átomo antigo em dito corpo. No entanto, o corpo vital não muda. Nele estão contidos todos os átomos da infância, da adolescência, da juventude e ainda da idade adulta e velhice. O corpo físico pertence ao mundo de três dimensões, ao passo que o vital é um corpo da quarta dimensão.
Durante os desdobramentos astrais, o assento vital aproveita para repor no corpo físico as energias perdidas durante o dia. Quando o paciente dorme, o médico se tranquiliza, porque sabe que despertará melhor. Essa recuperação é devida ao assento vital que está realizando seu trabalho. Na verdade, o corpo vital jamais abandona o físico, salvo no último instante da vida.
O corpo vital está constituído de quatro níveis: a) éter químico, b) de vida, c) luminoso e d) refletor.
a ) Éter Químico:
As forças que produzem a assimilação e a excreção trabalham por meio dele. A assimilação é o processo pelo qual os diferentes elementos nutritivos dos alimentos e da respiração se incorporam ao corpo da planta, do animal e do homem. Essas forças não atuam cega e mecanicamente, mas de forma seletiva, realizando assim as suas finalidades, que são o crescimento e a manutenção do corpo.
A excreção é efetuada por forças da mesma índole, por meio das quais são expulsos os materiais contidos nos alimentos que são impróprios para o corpo, ou são expulsos os que já prestaram toda sua utilidade possível e que, portanto, devem ser eliminados do sistema. Esses processos, como todos os demais que são independentes da vontade do homem, são sábios, seletivos e não puramente mecânicos em sua atuação.
b ) Éter de Vida:
Assim como o éter químico é o condutor ou meio de atuação das forças que têm como finalidade a manutenção da forma individual, o éter de vida é o meio de operação das forças que têm como finalidade a manutenção das espécies, a força de propagação. O éter de vida tem polos positivos e negativos.
As forças que trabalham através do polo positivo são as que atuam na fêmea durante o período de gestação, tornando-a assim capaz de efetuar o trabalho ativo e positivo de formar um novo ser. Por outro lado, as forças que trabalham pelo polo negativo do éter de vida tornam o macho capaz de produzir o sêmen.
c ) Éter luminoso:
Este éter é também positivo e negativo e as forças que atuam pelo seu polo positivo são as que geram o calor do corpo dos animais superiores e do homem, as que os convertem em fontes individuais de calor. As forças que atuam pelo polo negativo do éter luminoso são as que operam através dos sentidos manifestando-se como função passiva da visão, audição, tato, olfato e paladar. São também os que constroem os olhos e os conservam.
Nas plantas, as forças que atuam pelo polo positivo do éter luminoso produzem a circulação da seiva. No inverno, quando o éter luminoso não está carregado de luz solar como no verão, a seiva deixa de correr até o estil. As forças que atuam pelo polo negativo do éter luminoso depositam a clorofila – substância verde das plantas – e dão cor às flores.
d) Éter Refletor:
A imagem mental de uma casa, gerada pela mente do arquiteto, pode ser recuperada, tomando-a da memória da Natureza, ainda mesmo depois de falecido o arquiteto. É que todo conhecimento deixa após uma indestrutível imagem neste éter refletor. Assim como as samambaias gigantescas da infância da Terra deixaram sua marca no carvão petrificado, assim como a marcha dos glaciais que podem ser observados pelos sinais que deixam nas rochas… assim são os pensamentos e atos dos homens que ficam gravados indelevelmente pela Natureza no éter refletor, no qual o clarividente treinado pode ler sua história com uma exatidão proporcional à sua habilidade.
O éter refletor é assim denominado por mais uma razão: as recordações ou imagens que nele se encontram são apenas reflexos das memórias da Natureza. A memória propriamente dita da Natureza encontra-se em um reino muito mais elevado. Nenhum clarividente desenvolvido dá importância à leitura deste éter, porquanto as imagens que ele apresenta são obscuras e vagas comparadas com as que encontram nos reinos superiores. Leem neste éter os que geralmente não podem fazer outra coisa ou que na realidade não sabem onde estão lendo.
Em geral, os psicômetras e também os estudantes das escolas ocultistas, nos primeiros passos do caminho do desenvolvimento, observam este éter refletor, mas o seu instrutor sempre os previne da influência deste éter como meio de adquirir informações exatas, evitando assim que venha a tirar conclusões errôneas.
Esse éter é o agente pelo qual o pensamento faz impressão sobre o cérebro humano.
Em determinado ponto do processo iniciático, o estudante aprende a liberar os éteres superiores para viajar com eles longe do corpo físico. Inquestionavelmente, as percepções clarividentes e clariaudientes se intensificam extraordinariamente quando observemos em nosso corpo os dois éteres. Tais éteres permitem ao estudante trazer a seu cérebro físico a totalidade das recordações suprassensíveis.
3º – Corpo Astral ou Corpo de Desejos
Este veículo é um corpo mais sutil que o etérico e nele tem sua vivenda os sentimentos e as emoções. Nas horas de vigília, envolve completamente o corpo denso, tendo a aparência de um ovoide luminoso; quando projetado para fora do corpo físico, assume a mesma forma destes.
Durante o sono normalmente abandonamos temporariamente a parte densa do corpo físico utilizando-nos do corpo astral como veículo. Porém, o homem comum e corrente não é consciente do que lhe sucede no mundo astral enquanto dorme em seu corpo físico. Muitas vezes recorda-se parcialmente e dirá que sonhou.
O homem que deixa o corpo físico pelo exercício de sua vontade, o deixa com plena consciência e conhece por conseguinte tudo que o rodeia no mundo astral. Então, utiliza o corpo astral por veículo, como utiliza o corpo físico, tornando-se capaz de estudar os fenômenos do mundo astral tão claramente como quando em seu corpo de carne e osso estuda os fenômenos do mundo físico.
Diz-se que o homem está desperto no mundo astral quando é capaz de valer-se de seu corpo astral como veículo operante de sua consciência, quando observa e discerne os fenômenos astrais como qualquer um de nós pode observar e discernir os fenômenos do mundo físico.
Nesse corpo existe certo número de centros sensoriais que na maioria das pessoas se encontram em estado latente. Na grande maioria das pessoas esses chacras são simples redemoinhos e não têm qualquer atividade como meio de percepção.
Todavia, é possível despertá-los em todas as pessoas, mas, conforme forem os métodos utilizados, assim serão os resultados. No clarividente involuntário, desenvolvido no sentido negativo e impróprio, esses vórtices de energia giram na direção contrária. No corpo de desejos de um clarividente voluntário, devidamente desenvolvido, giram na mesma direção dos ponteiros do relógio (quando este é apontado para o nosso corpo).
No ser humano comum e corrente, o corpo de desejos é quase completamente desorganizado, sombrio e de natureza lunar, impossibilitando o indivíduo de usufruir de uma série de experiências conscientes.
Num ser completamente desenvolvido, esse corpo é de natureza solar, eletrônica, tendo sido elaborado de forma consciente, através de grandes esforços. Tal corpo lhe possibilitará experiências transcendentais como a saída consciente em corpo astral.
4º – Corpo Mental
Aqueles que supõem que a mente é o cérebro, estão totalmente equivocados. A mente é energética, pode independizar-se da matéria densa, pois é um corpo à parte, constituído de matéria mental. A mente elabora os pensamentos que se expressam por meio de cérebro. Pensamentos, mente e cérebro são três coisas totalmente distintas. Temos de aprender a dominar a mente, submetendo-a à vontade do Ser.
A razão divide a mente entre o batalhar das antíteses; os conceitos antitéticos convertem a mente num campo de batalhas. O processo de racionabilidade extremada rompe as delicadas membranas do corpo mental. O pensamento deve fluir silencioso sereno e integralmente, sem o batalhar das antíteses.
O corpo mental pode viajar através do tempo e do espaço, independentemente do cérebro físico. Neste determinado processo do estudo esotérico, o discípulo aprende a se desdobrar em corpo astral. Já em corpo astral, aprende a abandonar este corpo e a ficar no corpo mental. O corpo mental da raça humana encontra-se até agora na aurora de sua evolução, estando quase completamente desorganizado (corpo mental lunar).
5º – Corpo Causal ou da Vontade
O corpo causal vem a ser o veículo da alma humana. No ser humano comum e corrente, este corpo ainda não está formado, tendo encarnado dentro de si mesmo apenas uma fração da alma humana. Tal fração é denominada Essência; no zen budismo, de “Budhata”.
Podemos e devemos estabelecer diferença entre o seu corpo da vontade de seres humanos comuns e correntes, do tipo lunar, e o corpo da vontade consciente de um mestre. O legítimo corpo da vontade permite ao Adepto realizar ações nascidas da vontade consciente e determinar circunstâncias.
Normalmente, pensamos que temos força de vontade, para realizar tal ou qual coisa ou projeto, porém, na verdade, o que temos é desejo concentrado e, de acordo com esse desejo, efetuamos sacrifícios a fim de lograr, de triunfar.
6º – Corpo Búdico ou da Consciência
Também chamado de “Budhi” ou Alma Divina. É um corpo totalmente radiante que todo ser humano possui, porém, ao qual ainda não está intimamente ligado.
7º – Corpo Átmico ou Íntimo
Chamado também de o Deus Interno, o Real Ser, o Íntimo de cada um.
De forma sintética, podemos ensinar o seguinte: Atman, em si mesmo é o Ser Inefável, o que está além do tempo e da eternidade. Não morre ou se reencarna, é absolutamente perfeito. Atman se desdobra na alma espiritual, esta se desdobrando na alma humana, a alma humana se desdobra na essência e esta se encarna em seus quatro veículos (corpo físico, etérico, astral e mental); se veste com eles.
Devemos trabalhar intensamente para construir ou nos ligar aos Corpos Existenciais do Ser, para podermos ir despertando e vivendo nessas dimensões superiores.
Fonte do texto (adaptado) e da gravura:
Gnosis Online
http://www.gnosisonline.org/