"A sabedoria eterna guia a renovação da vida a cada instante."
Para aqueles que anseiam começar a viver verdadeiramente, a literatura teosófica recomenda a impessoalidade.
Esse ensinamento não implica aniquilar a personalidade, mas sim transformá-la em veículo do Eu Espiritual. Sobre o tema, Robert Crosbie escreveu:
“A impessoalidade não está em falar; não está em silenciar; não está em insinuar; não está em evitar; não está em negar. E, sobretudo, ela não é uma diplomacia que funciona como uma máscara da ambição.”
E acrescentou:
“A impessoalidade significa estar livre da personalidade, mas nenhum de nós a obterá de imediato; e já estaremos progredindo bastante bem se estivermos vencendo a personalidade de modo lento e persistente.” [1]
Estar livre da personalidade significa acima de tudo que temos controle sobre ela. Essa é uma tarefa de longo prazo. Cabe ler a seguinte mensagem otimista de Crosbie:
“Para efeitos práticos: se estamos desenvolvendo um coração-de-criança; se estamos aprendendo a amar as coisas belas; se estamos tornando-nos mais honestos, mais claros e mais simples; se estamos começando a sentir o lado doce da vida; se estamos gostando mais dos nossos amigos e ampliando o círculo da amizade; se sentimos que nosso sentimento de simpatia se expande; se gostamos de trabalhar pela Teosofia, e não pedimos por cargos, posições ou recompensas; se não nos preocupamos demasiado com ser ou não ser impessoal; bem, isto é trilhar o caminho da impessoalidade.” [2]
O caminho do autoconhecimento e do autocontrole é longo, mas é através das pequenas conquistas que nos aproximamos das grandes vitórias. Devemos renascer a cada momento.
O texto “A Sabedoria dos Poetas” nos diz que “quem morre a cada instante para o passado é capaz de renascer a todo momento para a vida eterna.” [3] Ao renascermos, deixamos para trás aspectos da personalidade que atrapalham o convívio com a Alma Universal. O que morre não é a personalidade em si, mas a forma como encaramos a vida. É através do eu individual que levantamos nosso olhar para as estrelas e refletimos sobre sua luz e sua graça.
Renascer torna-nos crianças e são vários os textos clássicos que nos falam da necessidade de recuperarmos esse nível de pureza. Podemos ler na obra “A Voz do Silêncio”:
“O Aluno deve recuperar o estado infantil que ele perdeu, antes que o primeiro som possa chegar ao seu ouvido.” [4]
“Luz no Caminho” reafirma essa mesma ideia no seguinte trecho:
“O ser humano deve tornar-se como uma criança pequena, antes que possa ingressar no reino dos céus.” [5]
A obra de M. C. diz ainda que o estudante, ao renunciar ao egoísmo, “volta para o mundo na condição de um ser desprotegido, como uma criança recém-nascida. E isso é, exatamente, o que ele é. Ele começou a nascer de novo no plano superior da vida, naquele planalto bem iluminado em que os ventos correm livres, e de onde os olhos veem inteligentemente o mundo a partir de uma nova percepção.” [6]
As crianças simbolizam o amor e a compaixão universais [7]. É retomando esse estado inicial que começamos a viver verdadeiramente e a voz do nosso pai – Eu Superior – pode ser escutada e orientar-nos para o bem. Por isso o texto “Círculos Magnéticos de Amor Universal” [8] afirma:
“É recomendável ter a experiência de um velho e a alma de uma criança.”
Joana Maria Pinho
Fonte do Texto e da Gravura: do Blog "Filosofia Esotérica"
http://www.filosofiaesoterica.com/a-arte-de-renascer-a-cada-dia/
NOTAS:
[1] Do texto “O Que É Impessoalidade”, de Robert Crosbie, que está publicado em nossos websites associados.
[2] Idem.
[3] Do texto “A Sabedoria dos Poetas”, de Carlos Cardoso Aveline. Disponível em nossos websites.
[4] Da obra “A Voz do Silêncio”, de Helena P. Blavatsky, edição online de nossos websites associados, ver p. 12.
[5] “Luz no Caminho”, de M.C., The Aquarian Theosophist, Portugal, 2014, 85 pp., p. 78.
[6] “Luz no Caminho”, de M.C., The Aquarian Theosophist, 85 pp., p. 77.
[7] Sobre o simbolismo das crianças e o que podemos aprender com elas leia em nossos websites o texto “O Poder das Crianças”, de Carlos Cardoso Aveline.
[8] Do texto “Círculos Magnéticos de Amor Universal”, de C. C. Aveline. Disponível em nossos websites.
O texto acima foi publicado originalmente sem indicação do nome da autora, na edição de janeiro de 2015 de “O Teosofista”.
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