O pensamento criador é o infinito movimento do pensamento, da emoção e da ação. Isto é, quando o pensamento, que é emoção, que é a própria ação, está desembaraçado em seu movimento, quando não é compelido, influenciado ou amarrado por uma ideia, e não provém do campo originário da tradição ou hábito, esse movimento, então, é criador. Enquanto o pensamento estiver circunscrito, seguro por uma ideia fixa, ou meramente se ajustar a um fundo ou condição e, portanto, tornando-se limitado, um tal pensamente não é criador.
A pergunta que toda a pessoa sensata faz a si própria é a de como despertar esse pensar criador; pois que, quando existe esse pensar criador, o qual é movimento infinito, então não pode mais haver ideia de limitação, de conflito. Este movimento de pensar criador não busca em sua expressão um resultado, uma consecução; seus resultados e expressões não são a sua culminância. Não possui ele culminância ou meta, pois que está eternamente em movimento. A maioria das mentes estão buscando uma culminância, uma meta, uma consecução, e modelam-se segundo a ideia do êxito, e um tal pensamento, um cogitar desses, está de contínuo limitando-se a si próprio. Ao passo que, se não houver ideia de consecução, porém, sim, somente o contínuo movimento do pensamento, como entendimento, como inteligência, então esse movimento de pensamento é criador. Isto é, o pensar criador cessa, quando a mente está estropiada pelo ajustamento oriundo da influência, ou quando funciona com um fundo de tradição que não houver compreendido ou a partir de um ponto fixo como se fosse um animal amarrado a um poste. Enquanto esta limitação e ajustamento existirem, não pode existir pensar criador, inteligência, a única que é liberdade.
J. Krishnamurti
Fonte: do livro "O Medo", 2a. ed., 1948
Instituição Cultural Krishnamurti, RJ
Fonte da Gravura: Tumblr.com
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