Uma das características do monge arquetípico e do monge cristão em particular, em todas as épocas, é a busca pela familiaridade com as escrituras sagradas. Uma constante ruminação da palavra, não para encontrar a erudição, mas para interiorizar o ensinamento, para viver aquela mensagem que faz dela a sua regra de vida.
Familiaridade implica conhecimento e confiança. O familiar permite a proximidade e estabelece-se facilmente um diálogo fecundo e profundo, marcado pelo afeto e pela verdade. A escrita torna-se tão íntima do monge que até as suas divagações podem girar em torno das verdades reveladas, em torno do seu significado último e na busca dos significados que os versos lhe revelam pessoalmente.
A repetição, por vezes memorizante, dos fragmentos do dia torna-se uma das formas de oração implícita, daquele “estar na presença” que é o caminho e a meta da vida monástica. Com o tempo, reconhecemos a nossa própria voz na salmodia paciente e estes poemas antigos parecem-nos escritos por nós próprios, quando os traduzimos intuitivamente para a realidade pessoal da vida quotidiana.
Às vezes, a simplificação da vida e a unicidade de propósitos permitem que alguns parágrafos, de um dos evangelhos, se tornem um critério geral de discernimento para qualquer situação. E então cada dúvida ou conflito se resolve à luz desse ensinamento, daquela palavra divina inspirada aos homens nas diversas situações e momentos. Você só pode amar o que você conhece.
Dá-me, Senhor, beber todos os dias da tua palavra, ensina a verdade ao meu coração, para que eu possa te amar e viver de acordo com a tua vontade!
El Santo Nombre
Fonte: Blog El Santo Nome
https://elsantonombre.org
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/budismo-theravada-retiro-do-himalaia-1823527/
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