quarta-feira, 22 de maio de 2013
A GRANDE HISTÓRIA BÍBLICA
É a história da luta da alma pela sua salvação. Não deve ser lida ou interpretada literalmente, fato este geralmente esquecido pela maioria das religiões que para tudo possuem "respostas" em versículos bíblicos lidos literalmente ("a letra mata", não nos esqueçamos).
A saída dos hebreus do Egito simboliza a libertação do indivíduo de suas paixões inferiores.
A história de Abraão significa o desenvolvimento interior do homem de fé.
Adão é a alma de cada um que sucumbe à tentação (Eva), e de sua queda nasce o orgulho (Caim), e o bem (Abel) fica diminuído ou oculto da vida da alma.
Mas a alma pode elevar-se novamente pelo arrependimento (Enoque), correção (tikun/karma) e justiça (Noé), até chegar à virtude, da qual cada um dos patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó) representa um aspecto, chegando assim à santidade, representada por Moisés.
A Gênese representa, simbolicamente, a "criação" (emanação), a "saída" dos seres de Deus, a "queda" e os caminhos "longe" de Deus.
O Êxodo representa, simbolicamente, o caminho de retorno a Deus.
O Levítico mostra, simbolicamente, as regras de como retornar.
O Livro dos Números, simbolicamente, mostra a estruturação dos homens em "comunidade", as provações, testes e aprendizados.
O Deuteronômio lança as bases filosóficas, éticas e religiosas para o caminho de retorno à Unidade Divina e de uma vida elevada.
Enfim, as fábulas, mitos, símbolos e parábolas da bíblia (como de qualquer outra escritura) são para ser entendidas e vivenciadas intimamente; vê-las como um fato histórico, algo distante ou exteriores a nós é desconhecer totalmente a mensagem profunda que se nos apresenta como auxílio à nossa evolução.
Cabe ainda lembrar que todo anacronismo, apego e bibliomania deve ser evitado. A mensagem é interior e fala ao nosso interior; é simbólica. Pouquíssimas passagens e personagens são fatos históricos reais.
Prof. Hermes Edgar Machado Jr. (Issarrar Ben Kanaan)
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
54 PARASHIÔT (PORÇÕES)
Os judeus, os cabalistas e outros que seguem o esoterismo da Torá (Pentateuco), centralizam suas práticas e reflexões em porções semanais da Torá (PARASHIÔT (porções) e PARASHÁ (porção), em hebraico).
A Torá, para este estudo, é dividida em 54 porções, uma para cada semana. Cada "parashá" contém em si uma CERTA ENERGIA A SER TRABALHADA, uma MEDITAÇÃO, uma INTROVISÃO, um TRABALHO PSICOLÓGICO, uma REFORMA ÍNTIMA, um ENTENDIMENTO ESPIRITUAL e uma CONSCIENTIZAÇÃO DE ALGO TRANSCENDENTE.
A semana começa no sábado, às 18h, e termina no outro sábado, às 18h. O ponto culminante da semana é no dia do "SHABAT" (sábado) que começa às 18h de 6ª feira e termina às 18h de sábado. O horário do "Shabat" pode apresentar pequenas diferenças de horários dependendo do local e tradições.
Estudar, meditar, trabalhar a energia, visualizar em letras hebraicas os textos da Torá e do Zohar (Livro do Esplendor) e meditar na sequência semanal dos 72 Nomes do Altíssimo, propicia que nos conectemos com o Divino e com o nosso Ser interior (Eu Sou).
Assim, durante o ano judaico-cabalístico, no nosso dia-a-dia pessoal, íntimo e inter pessoal, irão ocorrer situações e oportunidades de fazermos as nossas correções (tikun/karma), ascensões e cumprir nossa missão nesta atual encarnação.
Prof. Hermes Edgar Machado Jr.
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
TZIMTZUM
O "recuo" voluntário da Divindade, para que um mundo finito viesse a existir, através do processo de emanação.
Como Deus é Infinito, sem o Tzimtzum não haveria uma "área vazia" na qual se pudesse produzir a estrutura espaço-tempo de uma criação.
Para a cabala luriânica, o Tzimtzum inicial, e os atos subsequentes de Tzimtzum que ocorrem em cada estágio da criação geram as Sefirot restritivas do "lado esquerdo" e, no fim, as forças do "sitrá achará" ("o outro lado", "as forças oponentes").
Embora seja uma parte necessária da criação, a auto-contração divina faz surgir um mundo carente de retificação (Tikun/Karma), devido ao choque entre as forças restritivas e o transbordante amor divino. Esse choque expressa-se na imagem da "quebra dos vasos" (Shevirat haKelim) que deveriam conter toda a Luz Divina.
O Tzimtzum explica como um Deus infinito poderia dar existência a algo finito.
Metaforicamente, é Deus "ocultando-Se" na Sua Criação, para que os mundos e os seres pudessem ter o senso de sua própria "separação" de Deus. Se Ele não estivesse "escondido" (oculto), nada mais poderia ser percebido por causa de Sua magnitude e Luz absoluta.
Entretanto, a existência dos mundos e dos seres "independentes" é só na aparência, e a alteridade de Deus é uma ilusão, pois nada pode existir que não contenha a Sua infinitude.
O mundo, portanto, existe na intimidade divina e se reveste da natureza divina que apenas está oculta.
Não há um Deus separado, uma criação do "nada"; tudo é um processo monístico (monismo) que se apresenta aos nossos olhos míopes como panteísmo, politeísmo e monoteísmo.
A divindade é transcendente sem deixar de ser imanente.
Aceitar algo fora de Deus é o mesmo que crer numa limitação de Deus; o Absoluto não pode estar fora de nada, pois, por este fato, deixaria de ser Absoluto.
Prof. Hermes Edgar Machado Jr. (Issarrar Ben Kanaan)
Fonte da Imagem: Acervo de autoria pessoal
TENSÃO – CRISE – CHOQUE
Geralmente consideramos a tensão como um ponto ou situação onde duas forças distintas interagem; e neste particular, tudo e todos podem ser considerados como focos de tensão.
A tensão pode ser vista como negativa se não atentarmos à sua verdadeira mensagem e função, e nos entregarmos somente ao seu aspecto de conflito ou problemático quando interagem. Porém, observando pelo lado da alma, das essências e das causas, temos uma infinidade de possibilidades e oportunidades de realizações e crescimento; a visão das causas e efeitos será aberta.
Tanto em nível pessoal quanto grupal e mundial, a tensão e o choque sempre nos conduzem a uma nova situação e contribuição. São sugestivos e despertadores. Por exemplo, na tensão da mente e o coração, na tensão entre a verticalidade do espiritual e a horizontalidade do material, podemos encontrar claramente um ponto mediano ou um centro que conduz a uma realização ou a uma contribuição equilibrada, dinâmica e cheia de possibilidades. Portanto, é correto afirmar que toda a tensão ou atrito gera um fogo e uma luz, iluminando e indicando o caminho a ser seguido pelas criaturas.
Até mesmo as nossas próprias aspirações geram uma tensão em qualquer nível em que se observe. Em qualquer nível a tensão ou crise gera reorganização e novas possibilidades; invoca e evoca correntes de construtividade. É o fluxo do Plano Divino que deve ser cumprido.
Em cada dimensão, em cada reino da natureza a tensão se processa de acordo com a necessidade do fluxo evolutivo e sempre visando o despertar e uma aquisição. No caso do ser humano, a tensão é percebida diferentemente conforme o seu nível evolutivo, aspirações e cármico, mas sempre com sua importância porque gera, em qualquer nível, problemas e desafios, ativando descobertas, novas soluções e evolução. A própria criação prevê este processo que nos soa, por nossa fraca visão de profundidade, como desarmônico. Contudo, à medida que a nossa visão espiritual e intuição se abrem, podemos ver as essências e a profundidade dos acontecimentos críticos em nós e no mundo. É uma visão da inércia da matéria, por um lado, e o impacto do espírito, por outro, criando em tudo e em todos uma tensão/propulsão necessária à evolução.
Cabe ao homem, em equilíbrio de coração e mente, observar o papel decisivo das tensões. Saber em realidade e profundidade que os choques, as tensões e as crises indicam sempre os possíveis caminhos a seguir. E saber guiar e equilibrar a tensão correta, que é a base das realizações dentro dessa eterna transmutação e evolução, é, apesar das tensões geradas, o caminho inteligente, promissor e distintivo daqueles que já começam a vislumbrar o Plano Divino e sua Luz.
Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
SABEDORIA - AMOR -VERDADE
Sabedoria, amor e verdade formam, simbolicamente, um triângulo no qual cada lado faz a ligação entre os outros dois.
A sabedoria une o amor à verdade. Ela dá ao amor o poder de vivificar a existência e à verdade o de nos tornar livres, quaisquer que sejam as condições.
O amor une a sabedoria à verdade. Ele traz uma abertura, uma generosidade necessária à manifestação da sabedoria em sintonia com o poder libertador da verdade. Sem o amor, não podemos ter uma boa visão das coisas nem ser livres.
A verdade une o amor à sabedoria. Ela é a concretização do amor, a vida perfeita, e da sabedoria que ilumina o nosso caminho.
Nunca esqueçais que estais no ensinamento do amor, da sabedoria e da verdade, e então o amor inundará o vosso coração, a sabedoria abrir-vos-á as portas do universo, cujas chaves possui, e a verdade fará de vós um criador.
Omraam Mikhaël Aïvanhov
Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
terça-feira, 21 de maio de 2013
GÊMEOS, O AMOR POR TRÁS DA DUALIDADE
A visão esotérica do signo de Gêmeos se encontra intimamente ligada à consciência humana tal como nos é mais familiar, ou seja, baseada na mente e com a presença da dualidade. Em um sentido sutil, é graças às energias vertidas por este signo que se poderá experimentar este divino conflito, essa fragmentação interna que se suscita quando se interage com algo que se crê alheio ao eu, mas que por esse mesmo carma deverá irresolutamente se integrar no coração, desde que se queira alcançar a plenitude.
A experimentação do não-eu é fundamental na evolução da mente humana, e Gêmeos preside esse processo de interação, de relacionamento entre a forma e aquilo que está mais além da forma. É o grande agente vinculador que põe em contato ambas as dimensões, e aí reside um dos motivos pelos quais sua energia é denominada a dos mensageiros; ali também poderia se encontrar uma especial vinculação do Mestre Tibetano com esta constelação (não o signo), e inclusive talvez na dinâmica de eu, não-eu e amor unificador, base esotérica do movimento de triângulos impulsionado pelo próprio Mestre.
Para conhecer um não-eu é necessário perceber algum tipo de realidade externa à própria consciência atual, e é aí onde operam as energias de Sagitário, que são complementares às geminianas, posto que dirigem e enfocam a consciência para uma qualidade determinada, a qual se percebe como alheia ao eu. Desde o momento em que se lança a flecha começa a viagem para a meta, e aí Gêmeos rege especialmente. Isto tem um reflexo exotérico: na astrologia convencional ambos os signos regem as viagens, entendidas em tal caso como físicas.
Gêmeos é uma energia muito importante para a humanidade, porque é eminentemente a energia do amor, da paz resultante e da consequente superação dos conflitos. Através de seu acionar é que tudo aquilo que se capta como alheio ao eu é incorporado à consciência, inclusive no sentido interno, e nesse processo reside a chave da unificação das qualidades que subjazem em todo o manifestado.
A dualidade, em um sentido oculto, não é mais que a ausência de unidade consciente, e desde o momento em que nomeamos a consciência estamos falando do amor. A dualidade somente cessa de nos agitar quando abrimos nosso coração à forma, quando compreendemos que tudo no universo tem um sentido e que estaremos incompletos até que nos integremos conscientemente a ele. Nossa presença se tornará mais vívida à medida que possamos compreender, através da mente e do coração, todo aspecto da vida com o qual tenhamos interação como um sentido em si mesmo, como uma parte dessa grande meditação que é o Plano Divino, e que como tal merece um profundo respeito em todas as suas manifestações.
O mistério de Gêmeos está oculto na compaixão, e daí que seu raio, o 2º, de Amor-Sabedoria, o vincule a Peixes e Virgem, os dois signos por excelência desta qualidade. O estado de consciência que esgota a dualidade é o que se encontra mais além dos pares de opostos, ou talvez poderíamos dizer por trás, como a sublimação da compreensão de todo o existente no círculo não se passa da consciência pessoal, que cada vez mais vai abarcando esferas mais amplas, à medida que se avança no Caminho espiritual.
Neste sentido, o amor nos leva a outro ponto muito importante relacionado com este signo, e é o tema do carma: dizer relação é dizer tempo e, como sabemos, o tempo é a matriz do carma, o conjunto de energias imperfeitas que têm de se sintetizar na consciência do ser para alcançar a liberação nos planos físico, emocional e mental.
Desde o momento em que nos encontramos frente a uma interação, a uma expressão de energia no tempo, a um não-eu, surge uma profunda responsabilidade para com esse aspecto não integrado do eu, em certa maneira uma relação cármica que está presente na consciência como algo diferenciado. E é aqui onde se esquece o aspecto central de Gêmeos que é o amor.
O amor é o grande liberador do carma, porque pode existir dualidade, mas quando se compreende a origem dela e o seu sentido profundo alcança-se a consciência de síntese, nem que seja por um instante, e na plenitude não há espaço para tempo algum (e portanto, para o carma, tal como nos afeta).
No entanto, em geral a falta de compaixão e de respeito nos leva a depreciar as qualidades que nos rodeiam: a mente se fragmenta buscando caminhos longínquos, conversas mais interessantes, pessoas mais profundas etc., distraindo o Pensador e afastando-o do aqui e agora, que é onde cada vez mais encontrará respostas a todas as suas interrogações. Implica na busca do sentido de cada processo, mas também de cada situação, ato, palavra, emoção e pensamento que nos rodeia, com profunda compreensão da importância que têm porque é o que o carma nos deparou no presente; tal é a dualidade de Gêmeos e a grande oportunidade que nos brinda.
Se, ao contrário, permanecemos com a mente e o coração cegos aos significados, a interação não se aprofundará, precisamente por nossa falta de compaixão, e sofreremos reiteradamente por nossa superficialidade, que se converterá assim em uma geradora de desarmonias.
Pode-se então apreciar a importância do amor na vida espiritual, onde ocupa um lugar destacado no plano búdico, simbolicamente representado pelo ar. Precisamente ali pode se encontrar um triângulo de energia entre Gêmeos, Aquário e Libra, produzindo respectivamente relação grupal, um ponto de síntese amorosa e a consciência grupal resultante.
Em conclusão, a energia de Gêmeos está presente em cada fragmento de nossa consciência e em cada triunfo da compreensão sobre a forma, e representa uma influência muito importante na vida espiritual. O período cíclico em que nos encontramos sob sua regência pode ser especialmente propício para meditar e pôr em prática os profundos significados que contém.
Martín Dieser
Fonte do Texto e da Gravura:
LOGOS - Grupo de Investigação em Astrologia Esotérica
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GÊMEOS: UM UNIVERSO DE RELAÇÕES
As ideias centrais no signo de Gêmeos são: dualidade e relação. Toda a existência é feita de dualidades, tais como: bem e mal, atração e repulsão, eu e o outro. A influência de Gêmeos nos estimula a perceber claramente as dualidades presentes em nossa experiência; mas, além disso, estimula-nos também a unir as duas partes destas dualidades em uma relação harmoniosa.
A primeira dualidade é a de espírito e matéria. Também podemos chamar de energia e substância, vida e forma, sujeito e objeto. Esta dualidade fundamental origina todas as demais. No ser humano, a dualidade se expressa subjetivamente como alma e corpo, e objetivamente como eu e o outro. Depois vêm todas as outras dualidades da experiência humana: amor e ódio, prazer e dor, masculino e feminino etc.
Mas, para além de toda dualidade, permanece sempre a unidade essencial de todos os seres. Os dois lados da moeda são apenas facetas de um mesmo objeto. Esta unidade só pode ser experimentada subjetivamente, nos níveis mais profundos de consciência. No mundo concreto e externo, reina sempre a dualidade, os contrastes, a diversidade.
Contudo, a unidade essencial interna pode e deve ser refletida no mundo externo das aparências. Isto é feito através das relações. As relações harmoniosas refletem externamente a unidade que há internamente. Esse é o sentido mais profundo do amor: a consciência da unidade essencial. O amor é a energia da nossa essência una, que quando flui através da teia das relações, reconcilia todas as aparentes separações.
A experiência humana é marcada por um ilusório senso de isolamento, separação e independência. Muitas vezes, a vida até nos confronta com as dualidades e diversidades, mas não damos o passo adiante para relacionar e unir. A energia de Gêmeos nos incita a dar este passo, abandonando o desconhecimento, a indiferença, os preconceitos etc.
E são muitas as relações a estabelecer e aperfeiçoar, dentro e fora de nós. Há a relação entre alma e personalidade, ou entre a nossa essência espiritual e a nossa identidade pessoal material; entre mente e corpo; entre razão e sensibilidade ou cabeça e coração. Há as relações com os vários familiares, com os amigos, os colegas de estudo e de trabalho. E como está a nossa relação com o dinheiro, a política, o planeta, o sofrimento mundial?
É primordial estabelecer relações, pois elas são o campo para o cultivo e a expressão do senso de unidade interna. Mas, quando encaramos as relações a partir de um nível emocional e mental raso, fica sempre presente a separação entre eu e o outro — e o eu se sente incompleto, carente, dependente, apegado. Mas quando as relações são trazidas a um nível mais profundo de consciência, experimentamos aí a unidade essencial, com um natural senso de preenchimento e liberdade.
(...) Durante este período, a intensa circulação de energias geminianas em nosso planeta nos inspira a estar atentos às nossas várias relações, procurando aperfeiçoá-las e aprofundá-las, para que expressem melhor a beleza, harmonia e unidade de toda a vida.
Ricardo Georgini
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SUTRATMA E ANTAKARANA
SUTRATMA
- Conhecido também por "elo prateado" é o elo da vida que se estende da Mônada (Espírito) até a personalidade, passando pela Alma.
- Conduz a energia da vida e ancora-se no coração;
- É através deste elo de vida que a alma cria a personalidade e atua por seu intermédio;
- Liga todos os corpos da personalidade (corpos físico-etérico, astral e mental inferior) à alma e à Mônada.
- É por meio desse elo ou fio que a personalidade encarnada é energizada, vitalizada e existe;
- Pode dar ao homem condições de uma rápida visão da alma pela personalidade em momentos de elevação e de aspiração ardente, porém não é duradoura tal visão.
ANTAKARANA
- É a ponte ou conexão entre a mente inferior (concreta) e a mente superior (abstrata) ou corpo causal;
- Esta ponte é conseguida por meio da meditação, desenvolvimento mental, controle e equilíbrio da personalidade (instintos, emoções e pensamentos);
- Ancora-se na cabeça;
- Permite o contato com a alma conscientemente e permanentemente;
- A construção do antakarana começa quando o nosso enfoque se torna mental;
- É o produto e consequência do esforço unido da alma e da personalidade atuando juntas, conscientemente, até que uma conexão comece a se formar entre si;
- É a chave no processo do desenvolvimento da continuidade de consciência;
- A manifestação da consciência e da mente na luz.
Prof. Hermes Edgar Machado Junior
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
SAIREMOS DE NOSSAS CRENDICES, ILUSÕES E APRISIONAMENTOS QUANDO NOS CONSCIENTIZARMOS QUE:
Os problemas da humanidade são os problemas centrais do próprio homem;
O homem deve transformar-se mais num canal para a modificação, evolução e purificação do planeta do que ficar apenas enfocado em suas próprias imperfeições;
O serviço verdadeiro começa quando se percebe com mais clareza as reais situações e necessidades individuais e coletivas;
O conhecimento e a educação devem ser reorientados no sentido que desde a infância tudo o que se aprende é para o bem comum principalmente;
Existe, no fundo, uma razão de ser implícita em todos os acontecimentos;
Quando o homem redescobrir sua natureza espiritual e aprender a viver como alma, sofrerá mudanças fundamentais que se refletirão na vida social, política, econômica, religiosa, educacional, artística e ambiental;
A própria crise, em todos os níveis, é a própria aceleradora e estimuladora da transformação, da transmutação e das mudanças significativas;
A solução dos problemas humanos principiará quando for observada, com mais atenção, a busca da unidade e a sua conscientização; a busca da síntese que revela as unidades e a busca da visão dos vários aspectos ou faces que o mundo se apesenta e que são apenas ângulos de observação e não diferenças reais;
É preciso que façamos uma mudança, deixando o antropocentrismo explorador e adotando um biocentrismo participativo;
A criatividade poderá lidar com as tensões que hoje afligem o planeta em todos os sentidos da vida;
A co-responsabilidade é uma consciência que aumenta à medida que nos conscientizamos de que tudo o que existe vive e merece viver e possui um propósito maior a cumprir;
Precisamos de uma mundialização baseada na solidariedade, pelo intercâmbio aberto e pelo mútuo aprendizado;
Não bastam as transformações estruturais; precisamos também transformar o subjetivo, tanto pessoal como coletivo;
O homem deve descobrir-se como parte da natureza;
É importante somar e integrar as várias contribuições e enxergar as complementariedades e assim construir o novo para frente, numa perspectiva de convergência e assumir o melhor e o positivo do que já se viveu e se vive, numa síntese humana e espiritual; isto pode ser o passo inicial rumo a um novo paradigma;
A mudança deve ser vista como o assumir o que é assimilável e benéfico e inseri-lo dentro de outra visão ou parâmetro mais globalizante e benfazejo;
Quando passarmos a viver junto com a natureza e não sobre a natureza o sentido mais profundo de vida terá desabrochado e saído da infância. É aí que todos os setores humanos começarão a tomar seus verdadeiros rumos e os problemas globais começarão a ser vistos e solucionados com mais eficácia e boa vontade;
O governo de si mesmo é a condição de solução essencial e primeira à problemática do mundo;
A verdadeira educação é a base para acertos concretos e realizáveis em todos os setores do mundo em que vivemos.
- Esta temática é fartamente desenvolvida nos escritos de Alice Bailey, Torkom Saraydarian, Angela Maria la Sala Bata, Roberto Assagioli e Vicente Beltran Anglada.
Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
O DISCÍPULO ENFRENTA DOIS CAMINHOS, E EM CADA UM VÊ A MESMA VISÃO
"Por qualquer caminho que um discípulo se aproxima de mim, lá estarei a sua espera." (Krishna)
Todos vivemos em Deus, mesmo que a maioria ainda viva inconscientemente de tal fato. Entretanto, dentro desta vivência, lacunas e necessidades, problemas e obstáculos nos desafiam constantemente no espírito de serviço em toda a parte.
Impera ao discípulo, particularmente, a necessidade de não algemar o coração ao medo e aos obstáculos que o impede ao trabalho em benefício coletivo. E não manter a ideia de que está na obra do mundo e do Plano Divino para "aniquilar" o que achamos que é "imperfeito". Isto é uma necessidade fundamental e sempre atual. Não estamos em condições evolutivas para julgamentos.
Quando a luz começa a penetrar verticalmente (do "alto") em nós, urge que devamos difundi-la horizontalmente (no mundo) sem medo e sem desejo de aniquilar o que pensamos ser imperfeito. Devemos sim, completar o que está "inacabado", como colaboradores e coadjutores do Plano Divino.
Porém, o problema da dualidade acentua-se, pois o homem não possui ainda qualidades e nível evolutivo suficientes para registrar a verdadeira luz. Aqui faz-se necessário que, em nosso serviço, a prudência e a vigilância sejam constantes, e que nunca esqueçamos que a solução e a luz nem sempre residem onde nós ou a opinião comum pretendem observá-las. Sendo assim, lacunas e obstáculos rondam constantemente àqueles que procuram servir.
Devemos ter sempre em mente que as portas da colaboração ao Plano e o Divino Amor permanecem abertas àqueles que identificam a chamada para o serviço. Além disto, toda a oportunidade de serviço é uma benção dos Poderes Divinos manifestados no homem.
Manter-se no "caminho do meio" ou no "centro" é estar consciente de que o campo de serviço, o nosso horizonte, é o mundo inteiro, e que a luz, o amor e o poder nos penetram verticalmente e constantemente para que possamos cumprir, horizontalmente, nossa parcela de serviço no Plano Divino.
É necessário, cada vez mais, àqueles que se aproximam da realidade do serviço deixarem de ser meramente aprendizes que não atendem ao apelo da "cruz de serviço", ou seja, receber verticalmente e atuar horizontalmente; receber a luz e distribui-la à humanidade.
Se observamos os caminhos da horizontal (o mundo) vemos quão necessário se faz a aplicação da luz; se observamos os caminhos da vertical (a "fonte") vemos quão disposta é a luz para acudir e estar em meio da sua criação. Talvez aí esteja uma das razões pelas quais o discípulo, em qualquer posição ou ponto de vista, vê a mesma visão ou senda. E por qualquer caminho há possibilidades de serviço e evolução. "Por qualquer caminho que um discípulo se aproxima de mim, lá estarei a sua espera." (Krishna)
Possam os leais servidores, os homens de boa vontade, os que buscam as corretas relações humanas, aqueles que estão compreendendo e ingressando na senda do serviço, os espontâneos, dedicados e realistas, os trabalhadores devotados e que não demonstram predileções pessoais, serem canais, veículos e cumpridores de sua parte no Plano Divino para a Terra.
Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
O AMOR REVELA O PLANO DIVINO
Sabendo-se que a vontade de amar governa o relacionamento e estabelece a síntese, podemos procurar intuir o Plano Divino, tal como ele existe no coração de amor, para assim podermos auxiliar a revelar o mesmo Plano. Intuir esse Plano Divino é corresponder e buscar o amor que o revela. E o amor sintetiza igualmente como a intuição.
Não adianta somente a postura de análise, dissecação e separação intelectual. Devemos procurar sempre sintetizar, ir às essências e perceber o global, caminho que só a intuição pode fornecer, pois a intuição está além da razão, é de um grau perceptivo maior.
Como o Plano Divino é revelado pelo amor, cabe a cada um de nós, individualmente e também como grupo, buscarmos a intuição que é o amor e o caminho das corretas relações.
Do instinto à emoção, da emoção ao intelecto (razão), e do intelecto à intuição: eis uma longa jornada evolutiva. Nada disso deve ser extinto ou ignorado, pois são necessários no nosso cotidiano. Porém tudo deve ser controlado, sintetizado e transcendido. O importante é chegarmos ao intelecto e, a partir deste. coordenarmos nossa mente, emoção e instinto. O intelecto é o precursor da intuição; a intuição vem impregnada de amor da alma, que é o essencial para um verdadeiro serviço amoroso e desinteressado.
O amor em ação que o Plano Divino nos revela como amor essencial é o que devemos buscar, contatar e trabalhar. Isto nos chega exatamente pela intuição, pelo intuir do Plano exatamente no "coração", no interior, no nosso Eu Divino.
O segredo é bem guardado, está oculto no nosso íntimo, no Eu Sou, mas está muito próximo ao mesmo tempo; está ao nosso alcance, dentro de cada um de nós, se assim o desejarmos.
Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
segunda-feira, 20 de maio de 2013
GÊMEOS - 3º TRABALHO DE HÉRCULES - OS POMOS DE OURO DE HESPÉRIDES
No mito, as Hespérides eram três ninfas que habitavam um jardim secreto, onde crescia uma árvore que dava frutos de ouro. Hércules recebeu a tarefa de conseguir tais frutos, mas ninguém sabia onde o jardim ficava. O herói iniciou a sua busca indo para o norte, a procura da orientação do sábio Nereu. E muitas vezes ele encontrou Nereu sem reconhecê-lo, nem reconheceu as pistas que o sábio sutilmente lhe forneceu. Depois, Hércules foi para o sul e confrontou-se com a serpente Anteus, invencível quando em contato com a terra. O herói teve que erguê-la e sufocá-la no alto para alcançar a vitória e poder prosseguir. Então foi para o oeste e conheceu Busiris, que afirmava ser o único portador da verdade. Hércules acreditou nele e tornou-se seu seguidor, esquecendo-se de sua busca e perdendo muito tempo. Até que recordou e compreendeu certas palavras de Nereu: “A verdade está dentro de ti”. Assim libertou-se e retomou a busca das maçãs de ouro.
Em seguida, Hércules encontrou Prometeu acorrentado a uma rocha, com abutres comendo-lhe o fígado. E de novo esqueceu-se de sua busca, mas desta vez para ajudar alguém que precisava de socorro. Ele afugentou os abutres, libertou Prometeu e cuidou de suas feridas. E eis que Prometeu indicou-lhe a direção em que deveria procurar o jardim. Para o leste, então, Hércules foi, mas quando finalmente achou a árvore, viu Atlas ali próximo, sustentando o peso do mundo sobre seus ombros. E mais uma vez, Hércules se esqueceu do seu objeto de desejo e foi auxiliar Atlas em sua tremenda tarefa. Ele transferiu o peso dos ombros de Atlas para os seus próprios. Liberado, Atlas e também as Hespérides trouxeram as maçãs de ouro para Hércules, e assim o trabalho foi cumprido.
O signo de Gêmeos é o principal relacionado com o trabalho ativo do candidato ao Iniciado no plano físico, à proporção que ele chega a uma compreensão de si mesmo. Mas, antes que este trabalho ativo se torne possível, é obrigatório haver um ciclo de pensamento interior e de anseio místico. Tal é o tema deste trabalho de Hércules.
Gemini, os Gêmeos – Signo do Ar (como também o são Libra e Aquário).
Qualidade: Amor e Sabedoria. Fluidez. Controle de cada par de opostos. O subjacente amor divino alcança nosso sistema solar através de Gêmeos.
Oposto Polar: Sagitário. Um signo do Fogo (unidirecionalidade; preparação para a iniciação).
Regentes: Exotérico – Mercúrio. Esotérico – Vênus.
Ao definir apenas a necessária conquista das maçãs e os cuidados a ser tomado, seu Mestre não lhe deu, propositadamente, o local específico onde encontrá-la. Por essa razão teve de percorrer o mundo de norte a sul, leste a oeste, até encontrar Nereu que, em um de seus múltiplos disfarces, indicou-lhe o caminho do Sul.
Na simbologia esotérica, o Sul representa o retorno ao Mundo físico, da mesma forma que o Norte ao do Espírito. É neste plano que qualquer candidato ao discipulado, deve lutar para vencer a ilusão e a miragem do Mundo das Formas, ou em outras palavras, não se deixar iludir com os aspectos da fascinação material e do psiquismo inferior. A chamada “miragem” é a representação das aparências, do engodo, assim como a terra – Géia – é sua representação mitológica.
Seu primeiro embate simbólico com a fascinação material se deu com a figura de Anteu, aqui representado por uma serpente (em outras oportunidades na literatura grega citado como um gigante, filho de Poseidon, deus das águas, e de Géia, a terra, que era invencível enquanto em contato com sua mãe), que somente foi derrotado quando erguido ao ar, momento em que perdeu sua força. E Gêmeos é o símbolo do ar.
No entanto, após vencer a primeira ilusão material, outra miragem cruza o caminho do herói, representada agora na figura mitológica de Busiris, outro filho de Poseidon, agora como uma mulher mortal comum. Ele se apresentava como um grande mestre, afirmando-se portador de grandes talento e sabedoria, depositário da verdade, capaz de conduzi-lo à Luz. Deixando-se vencer por suas palavras, cedeu aos seus encantos, até deixar-se dominar por completo. Mas, recordando-se dos conselhos de Nereu, e cansado de sua prisão, consegue libertar-se após muitos esforços, acorrentando Busiris no mesmo altar onde estivera preso. É no Plano Físico, ou seja, no Corpo Material, que a prova do trabalho de realização e de obtenção das maçãs de ouro da Sabedoria para o aspirante sincero tem lugar.
Um anseio de ser bom, um profundo desejo de averiguar os fatos da vida espiritual, esforços espasmódicos para a autodisciplina, oração e meditação, precedem quase que inevitavelmente, este real e tenaz esforço.
O lugar onde se obtém a experiência e onde as causas que foram iniciadas no mundo mental têm que se manifestar é na matéria. É o lugar, portanto, onde o Conhecimento é obtido, e onde deve se transmutar em Sabedoria, pois ela, a Sabedoria, é o onisciente e sintético conhecimento da Alma. Compreensão é a aplicação do Conhecimento sob a luz da Sabedoria aos problemas da vida e à conquista de seu objetivo.
Unificar a Alma ao Corpo, de tal forma que a dualidade de lugar à unidade, é a grande tarefa a se realizar no terceiro trabalho hercúleo. A unificação do “eu inferior” com o “eu superior”, do aspecto mortal e imortal, é o objetivo e a grande luta de todo aspirante.
Gêmeos é o signo da dualidade e de sua qualidade mental. Isto se enfatiza na história de Hércules, quando é influenciado por dois professores: Nereu, o instrutor superior (ou Alma) e Busiris, seu instrutor inferior (sua Razão).
Há em Gêmeos, duas estrelas denominadas de Castor e Pólux, ou os Gêmeos. Elas personificam dois grupos principais de estrelas, as Sete Plêiades e as Sete Estrelas de Ursa Maior, que são duas constelações no norte, ao redor das quais nosso universo parece girar. Esotericamente considera-se que esses dois grupos de estrelas representam Deus, o macrocosmo, enquanto que, em Gêmeos, Castor e Pólux simbolizam o Homem, o microcosmo. Estas estrelas também são chamadas de “Apolo” e “Hércules”, a primeira significando “o Governante”, e a segunda “aquele que vem trabalhar”. Representam os dois aspectos da natureza do homem, a Alma e a Personalidade, o homem espiritual e o ser humano através do qual aquela entidade espiritual está atuando.
Considerava-se Castor o símbolo do mortal e Pólux do imortal. Por estranha coincidência, a astronomia registra o fato de que a estrela Castor está perdendo seu brilho, não mais apresentando a mesma luz de vários séculos atrás; Pólux - o irmão imortal – cresce em brilho ofuscando seu irmão mortal. Isto simboliza a crescente potência da vida espiritual e do decrescente poder do eu - pessoal.
A dualidade enfatizada no signo de Gêmeos percorre um grande número de histórias mitológicas. Deparamos com os mesmos irmãos em Rômulo e Remo, por exemplo, e em Caim e Abel: um irmão morrendo e outro vivendo. Vemos o símbolo astrológico de Gêmeos nos dois pilares da Maçonaria e muitos acreditam que, se tivéssemos poder para acompanhá-la, a tradição maçônica poderia ser rastreada até aquele período anterior à era de Touro, quando o sol estava em Gêmeos, e até aquele grande ciclo no qual a raça lemuriana – a primeira raça estritamente humana – veio à existência onde o aspecto mente começou a emergir e a dualidade do homem tornou-se um fato na natureza.
A raça humana foi a terceira raça; e este trabalho que simbolicamente Hércules executou, é o terceiro. Era a Alma que ele buscava, e tem sido sempre a não-reconhecida busca do ser humano até que ele se reconheça como Hércules, e comece a se concentrar na busca das maçãs de ouro da instrução e sabedoria.
Assim, na tradição maçônica, está exemplificada a busca da família humana: a busca da Luz, a busca da Unidade, a busca da Divindade. Os dois pilares – Boaz e Jachin – permanecem como símbolo dessa unidade.
Gêmeos é predominantemente o signo do intelecto, e tem sobre a raça ariana especial efeito vital, desenvolvendo a faculdade da mente e do intelecto continuamente. Tem influência diretamente nos assuntos que dizem respeito às relações humanas, governando todos os aspectos da educação; lida com o conhecimento, as ciências e lança as bases para a sabedoria, além de representar “a relação entre” a dualidade.
No terceiro trabalho Hércules recebeu uma importante revelação e, nas cinco etapas de sua busca, sua educação foi desenvolvida.
As três constelações em conexão com Gêmeos são Lepus, a Lebre, Canis Major, o Cão Maior, e Canis Minor, o Cão Menor.
Em Canis Major, o Mastim do Céu, encontramos Sírio, a Estrela do Cão, também conhecida na antiguidade como “a líder de todas as hostes celestiais”, com brilho dez ou doze vezes maior do que qualquer outra estrela de primeira grandeza; é o símbolo da Alma Universal, tanto quanto da Alma individual. É considerada a estrela da Iniciação.
Em Canis Minor, “o pobre coitado” ou o homem na encarnação física, sua principal estrela significa “a redentora”, e a segunda, “a carregadora de fardos” ou “a que carrega o fardo dos outros”, significando estes dois nomes o exemplo de Hércules, ao trabalhar por sua própria salvação, ao carregar o fardo de atlas, além de aprender o significado de “Servir”.
Lupus, em associação com estas duas constelações, contém uma estrela de coloração escarlate, quase uma gota de sangue, denominada por alguns de Bashtibeki, que significa “caindo em confusão”. Vermelho é sempre o símbolo do desejo das coisas materiais. Caracteriza o “eu inferior”, eternamente caçado pelo “eu superior”; a Alma humana perseguida pelo Mastim do Céu.
Toda esta história significa, realmente, a primeira lição que todos os aspirantes têm que aprender a dominar, o que é impossível sem haver passado pelas provas em Carneiro e Touro. Então, no Plano Físico, no campo do cérebro e em consciência vígil, o discípulo tem que registrar o contato com a Alma e reconhecer-lhe as qualidades. A grande lição resume-se no fato de que os candidatos não podem se esquecer, que não basta mais ser um visionário místico, mas há que somar à realização mística o conhecimento oculto da realidade. O conhecimento adquirido que lhe permite compreender melhor a Criação, um sincero desejo do Bem, o caráter refinado e uma pureza de intenções. Sem o serviço ao próximo, com o esquecimento de si próprio, de nada valem no progresso espiritual do iniciado.
Quando os aspirantes no campo religioso, no campo teosófico, no campo rosacruciano, e nos muitos grupos em torno do qual gravitam, tiverem aprendido a esquecerem de si mesmos no serviço, deixarem para trás o seu egoísmo espiritual e passarem a ajudar a humanidade, haverá uma muito mais rápida reunião de iniciados atravessando o portão do Caminho que conduz das trevas à Luz, e da irrealidade à Realidade.
Como todos que buscam com sinceridade, Hércules libertou-se do mundo da miragem psíquica pseudo-espiritual, e começou a servir. Inicialmente se libertou dos “abutres” do passado, do desejo que tanto tempo o torturava. O Plexo Solar, o estômago e o fígado são as exteriorizações da natureza do desejo. Deixou de ser egoísta e de satisfazer a si mesmo.
No signo de Gêmeos recebeu duas difíceis lições e, sob o signo de Prometeu, que significa “o Deus encarnado” ou “o Deus Interno”, pode seguir para o serviço do mundo e aliviar Atlas de seu fardo.
Do sacrifício vem a recompensa; e para sua surpresa, depois que libertou Prometeu do altar onde fora aprisionado (deixando seu “eu - inferior” em seu lugar) e Atlas, abandonando sua busca em troca de ajudar o mundo (colocando-o em suas próprias costas) recebeu as maçãs de ouro, e foi colocado em contato com as três belas virgens, ou os três aspectos da Alma.
Ao dar início ao seu trabalho ele (Hércules) faz contato com sua Alma, simbolizada como Nereu; ao término do trabalho, tendo vencido muitas miragens, ele conquista uma visão muito ampliada de sua Alma, vencendo-a em seus três aspectos, cada um contendo em si a potência dos três princípios da divindade.
Aegle simboliza a glória da vida e o esplendor do sol poente; a magnificência da manifestação no plano físico. Ela oferece uma maçã a Hércules e diz-lhe: “O caminho até nós é sempre através de atos de amor”. Eritéia guarda o portão da Alma, que é sempre aberta pelo Amor-Sabedoria, e dá a Hércules outra maçã, na qual está inscrita em ouro a palavra SERVIÇO. Héspero, a estrela vespertina, a estrela da iniciação, personifica a Vontade. Ela diz a Hércules: “palmilha o Caminho”.
Corpo, Alma e Espírito; Inteligência, Amor e Vontade, visualizados e contatados pelo aspirante desprendido por meio do SERVIÇO ao próximo, a verdadeira FRATERNIDADE.
Texto baseado nos seguintes autores:
*** Alfredo Roberto Netto .'.
A.’.R.’.L.’.S.’. União e Solidariedade - 387
*** Ricardo A. Georgini
ricardogeorgini@yahoo.com.br
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com/
*** Alice A. Bailey
"Os Trabalhos de Hércules"
*** Walter H. Sampson
"O Zodíaco: Uma síntese da Vida"
*** Homer Curtiss
"A Mensagem de Aquária"
Fonte da Gravura:
As hespérides e os pomos de ouro
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DESAPAIXONAMENTO - DESPAIXÃO - DESAPEGO
Despaixão ou desapaixonamento é a libertação das paixões, dos desejos e ambições que obscurecem e modificam a mente do ser humano. Leva ao desapego, à indiferença a todas as coisas ou ações do eu pessoal inferior (personalidade, ego).
A tranquilidade e a paz da mente é alcançada a partir de uma atitude desapaixonada em relação ao prazer ou à dor ou às formas de bem ou mal. Desapego em relação a todas as formas que atraem nossos apetites e sentidos, quer possam causar danos ou não. Todas as formas devem ser igualmente transcendidas. O desapego deve substituir a dor e o prazer e é consequência do desapaixonamento ou despaixão.
Levará todas as percepções sensoriais a desempenharem suas reais funções. É a libertação do anseio por todos os objetos do desejo, quer terrenos, quer tradicionais, aqui ou no futuro.
Pela despaixão o aspirante e servidor ameniza os efeitos cármicos resultantes de suas atividades no cotidiano.
É o nosso desejo que nos prende aos três mundos (físico-etérico, astral e mental concreto) e aos seres. "Prender a" é de natureza diferente de "união com". O primeiro está cheio de desejos e provoca obrigações e efeitos; o segundo está livre de desejos; produz a "identificação com" e não provoca efeitos que prendam aos três mundos.
Pelo desapego, as formas de conhecimento com as quais o homem entra em contato pelos sentidos vão perdendo seu domínio. Finalmente chega a ocasião em que ele é finalmente libertado e é mestre de todos os seus sentidos e de todos os contatos sensoriais. Isto não envolve um estado em que os sentidos estejam atrofiados e inutilizados, mas que sejam úteis quando e como o homem o desejar, e ainda por ele utilizados para aumentar sua eficiência no serviço grupal e nos esforços grupais.
Pela prática do desapego e da despaixão, torna-se possível ao homem reorientar-se de modo que a sua atenção não mais seja atraída, subjugada, excitada e iludida pelas exterioridades, pelos conteúdos inconscientes e conscientes e pelo fluxo de imagens mentais, emocionais e instintivas, mas seja retirada e fique sua atenção, no aqui e agora ou presente, dirigida exclusivamente sobre a realidade; por isto o desapego a todas as formas de percepção sensorial, tanto a superior quanto a inferior, deve ser desenvolvido pelos aspirantes e discípulos mundiais.
Despaixão, ainda pode ser dito, é a "indiferença" ao pequeno eu ilusório reencarnante (personalidade, ego, eu inferior). Ou seja, a sabedoria do senso de proporção e realidades das coisas; discernimento e crivo.
A atitude de "não me importo" e a "indiferença" (no sentido esotérico) são métodos rápidos pelos quais se liberta o ser das demandas da personalidade (persona, máscara). São atitudes a serem adotadas, pela personalidade pensante e integrada do discípulo, ao corpo astral, ou seja, ao seu sentir e perceber. Então assume-se a atitude de que nada que produza qualquer reação de dor ou aflição no corpo astral é de importância. Estas reações são sensivelmente reconhecidas, vividas, toleradas, mas não produzem mais limitações porque o enfoque do discípulo é mental e na busca do intucional. Uma longa viagem do instinto à emoção, e da emoção ao mental, e do mental ao intucional.
A partir desse momento e enfoque que o verdadeiro discipulado e serviço à humanidade começa.
Prof. Hermes Edgar Machado Junior
Fonte da Imagem: Acervo de autoria pessoal
Leitura recomendada para aprofundar o tema: obras de Alice Bailey, Torkom Saraydarian, Roberto Assagioli, Angela Maria La Sala Bata, dentre outros.
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CONHECIMENTO DIGNO
Nossos conceitos (e preconceitos) colorem e provisionam a maior parte do material de nosso pensamento. Sendo assim, como podemos nos assegurar de que nossas suposições básicas são corretas e que construímos através de um conhecimento correto?
Podemos ter essa segurança, segundo a ciência espiritual, somente quando nos basearmos no "ser", que é a realidade essencial. Daí baseados na verdadeira natureza, imaculada, sem o colorido da ilusão das preferências e enfoque no impermanente.
O conhecimento incorreto advém da percepção unicamente enfocada na forma, nos aspectos externos, no "ter", no ilusório e transitório, no impermanente. Eis a gênese do conhecimento errôneo e falso.
Para um conhecimento correto é necessário uma percepção, dedução e evidência corretas. A vida baseada no "ser".
Portanto, só conseguiremos esse conhecimento real a partir da meditação, estudo, concentração, reflexão e análise isentos de preconceitos, presunções, tradições e tudo mais que possa obstaculizar o pleno crescimento e evolução. Deste modo estaremos transpondo o nível de conhecimento para o de sabedoria.
Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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