segunda-feira, 26 de agosto de 2013

AMOR-BONDADE (METTA)

O que é esse sentimento de "metta" (amor-bondade) e por que isso é tão venerado nos ensinamentos do budismo inicial?

Às vezes em nossas vidas encontramos pessoas que parecem irradiar um sentimento de amor e bondade genuínas, pessoas que parecem tratar o mundo inteiro com um cuidado amoroso. Elas podem ser pessoas famosas como Madre Teresa, Mahatma Gandhi ou Martin Luther King Jr. Ou podem ser pessoas comuns que conhecemos que têm esse grande dom, essa capacidade.

Quando estamos com pessoas assim, elas nos fazem sentir que naquele momento somos a pessoa mais importante do mundo, não devido a quem somos ou o que fizemos, mas simplesmente porque somos um ser vivo semelhante.

Essa qualidade especial de amor-bondade é a generosidade e abertura de coração que simplesmente aspira pela felicidade de todos os seres. Metta não procura o próprio benefício; não se oferece com a expectativa de receber algo em troca. E como não depende de condições externas, de pessoas sendo ou se comportando de determinado modo, esse sentimento dificilmente se desaponta.

Quando metta se fortalece, nos sentimos mais abertos aos outros, mais abertos a nós mesmos, com benevolência e bom humor. O poeta W.H. Auden expressou isso bem: “Ame seu torto vizinho com todo seu torto coração”.

Às vezes, quando praticamos o envio de sentimentos de amor-bondade para os outros, e nós mesmos, podemos sentir que não estamos amando o suficiente. Ou esperamos que metta seja um sentimento de êxtase que nos carregará em ondas de bem-aventurança, apenas para nos desapontar quando não nos sentimos especialmente em êxtase.

Mas o amor-bondade pode ser melhor compreendido como a simples qualidade de responder amigavelmente às pessoas à nossa volta. Traduções mais úteis de metta seriam “boa vontade” ou “bom coração”. Basicamente, é uma abertura do coração que permite a entrada do mundo. Quando olhamos para nós mesmos e nossas ações desse modo, é possível descobrir que amamos mais do que imaginamos.



Joseph Goldstein



“One Dharma” (loc. 1683)
(traduzido no Brasil como “Dharma – O caminho da libertação”)


Fonte: http://darma.info/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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