domingo, 31 de agosto de 2014

COMPAIXÃO NÃO É A PALAVRA

O pensamento não pode, por nenhum meio, cultivar a compaixão. Eu não estou usando essa palavra compaixão para significar o oposto, a antítese de ódio ou violência. Mas a menos que cada um de nós tenha um profundo sentimento de compaixão, nós nos tornaremos mais e mais brutos, inumanos um com o outro. Teremos mente mecânicas, como computadores meramente sendo treinadas para cumprir certas funções; continuaremos buscando segurança, física e psicológica, e perderemos a extraordinária profundidade e beleza, toda a significação da vida. Por compaixão não quero dizer uma coisa a ser adquirida. Compaixão não é a palavra, que é meramente do passado, mas uma coisa do presente ativo; é o verbo e não a palavra, o nome ou o termo. Existe uma diferença entre o verbo e a palavra. O verbo é do presente ativo, ao passo que a palavra é sempre do passado e, portanto, estática. Você pode dar vitalidade ou movimento ao nome, à palavra, mas não é o mesmo que o verbo, que está presente ativamente. Compaixão não é sentimento; ela não é esta vaga simpatia ou empatia. A compaixão não é uma coisa que você possa cultivar através do pensamento, da disciplina, controle, supressão, nem sendo gentil, polido, delicado e todo o resto. A compaixão surge apenas quando o pensamento chegou ao fim em sua própria origem.





J. Krishnamurti





Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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