sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

O QUE É LÍCITO PEDIR AO ESPIRITISMO


Há pessoas que procuram na religião a satisfação utilitarista. Acreditam que a religião deverá lhes dar a vitória, o sucesso, a felicidade para essa vida, e a salvação eterna para a outra. Hoje, algumas seitas religiosas pregam isso abertamente, e convidam os que querem deixar para traz a infelicidade, o fracasso, a se unirem a elas.

Algumas pessoas chegam a dizer, que resolveram mudar de religião, para serem felizes. No dia a dia dos centros espíritas temos deparados com essa situação. Muitos o procuram no desejo de obter benefícios imediatos, como: curas, enriquecimento, conquistas amorosas, anular um desafeto, e outras coisas mais.

Contudo, a finalidade do Espiritismo não é o de arranjar a vida das pessoas. Os espíritos superiores, embora nos amem e nos auxiliem, não são serviçais à nossa disposição para os pequenos interesses humanos. Quando as pessoas insistem nesses pedidos, e não percebem o extraordinário novo campo de visão que se lhe abre à frente, acabam por perder a proteção dos bons espíritos, e os maus, os ignorantes tomam conta da situação, pois estão sempre prontos a atender a todos os pedidos, mesmo os injustos. Esses espíritos podem satisfazer certos pedidos, porém cobram muito caro a satisfação concedida.

Quando Jesus de Nazaré ofereceu a Água Viva do Evangelho para a mulher samaritana, afirmando que quem bebesse da água que ele oferecia nunca mais teria sede, a mulher pediu para que o Rabi Galileu lhe desse da tal água, porque assim ela não precisaria buscá-la diariamente. Ela não compreendeu que o Mestre não a isentava do trabalho, das lutas evolutivas, do aperfeiçoamento, mas alargava os seus horizontes espirituais.

O que devemos procurar no Espiritismo? Devemos procurar a elevada compreensão do processo que é a vida. O Espiritismo oferece essa compreensão. Ele é, no dizer de Herculano Pires, a plataforma para as novas conquistas da humanidade.

É proibido, então, à mãe que chora a perda de seu filhinho, buscar notícias que a console? É proibido ao homem que vê a esposa doente, em risco de vida, pedir a cura ou a esperança? Aquele que não consegue um emprego e precisa sustentar a família não pode pedir aos espíritos que o ajude a se empregar? O homem de negócios que está atormentado pelos fracassos sucessivos, não pode ir buscar orientação junto a uma casa espírita? Nada disso é proibido, e é natural que o centro espírita preste esse socorro e vários outros, mas é preciso que ensine a libertação, ou seja, o conhecimento espírita. É preciso que compreendam que os espíritos não fazem pelo homem, aquilo que ao homem compete fazer.

É comum ao ser humano, o desejo de se ver liberto das dores, angústias e dificuldades. É comum procurarem meios mais ou menos mágicos para resolver seus problemas. No Espiritismo não poderia ser diferente. Quase sempre, aqueles que se decepcionam com a Doutrina Espírita e a abandonam, são os que querem soluções mágicas. Não existem soluções sem esforços, luta, trabalho.

Não raro a dor, o problema aparentemente insolúvel, é o chamamento para uma nova postura, um novo caminho, um novo ideal. O fato de sermos espíritas ou médiuns, não nos dá privilégios, e sim responsabilidades. Não feche os olhos para a luz. Não peça o que o Espiritismo não lhe pode dar, e não se decepcionará com ele.


Amilcar Del Chiaro Filho



Fonte: A Doutrina Espírita Vista por Amilcar Del Chiaro Filho, 2011
Textos Extraídos de www.espirito.org.br
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O INTELECTO E A VERDADE


O intelecto é uma faculdade que permite ao homem conhecer o mundo físico e alguma coisa, pouca, do mundo psíquico, mas nada mais. É, pois, uma faculdade muito reduzida. O intelecto sozinho não pode conhecer a verdade. A verdade não consiste apenas em conhecer a forma, a cor e o perfume de uma rosa. A verdade da rosa é uma alma, é uma emanação, uma existência que não se pode apreender pelo intelecto, porque para conhecê-la é preciso penetrar em todo esse conjunto de elementos que constituem uma rosa. E acontece o mesmo com o ser humano; a verdade sobre ele engloba tudo o que lhe diz respeito: a sua alma, o seu espírito, os seus pensamentos, os seus sentimentos, os seus projetos... Enquanto não os conhecerdes, não conhecereis a verdade a seu respeito. Conheceis uma pequeníssima parte, a aparência, mas não a verdade. A verdade é uma síntese que só pode ser conhecida pelo espírito.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
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ESTUDO PSICOLÓGICO BUDISTA DAS EMOÇÕES


...O Budismo desenvolveu um estudo psicológico extremamente sutil das emoções, e eu gostaria de resumir rapidamente estes estudos.

Suponhamos que estou sentada no meu mosteiro na França, fora de casa em frente a uma pequena estrada. De repente vejo alguma coisa que vem por este caminho, e neste instante surge minha percepção, a visão. Primeiro vejo que é uma forma e percebo que é um ser humano, não um animal. À medida que se aproxima posso distinguir se é um homem ou uma mulher. Até então eu estava usando apenas a percepção visual, mas a partir do momento em que eu distingo esta pessoa começo a pensar se a conheço ou não. Agora surgem as emoções, então, ou eu me sinto contente ao encontrar esta pessoa, ou não me sinto nada contente em encontrá-la. Podemos imaginar que se gosto desta pessoa vou me alegrar, vou ser amável, sorrir. Mas se estou de mau humor, ou se é uma pessoa desagradável para mim vou me sentir decepcionada com a perspectiva deste encontro. Se é uma pessoa que me desgosta, que não aprecio, eu já começo a fazer caras e mesmo antes de encontrá-la crio uma maneira de recebê-la e preparo o espírito para o nosso encontro. Num instante passo por toda uma gama de emoções e sentimentos que se refletem no meu rosto. E tudo isto se passa em mim, pois a pessoa ainda está longe, mas nossa relação já esta contaminada pelos meus sentimentos...

E é assim que se forma o carma. Carma é um verbo que vêm do sânscrito e que significa "fazer". O carma é uma consequência das nossas palavras, dos nossos atos e dos nossos pensamentos...

Existe outro termo, muito importante no Budismo, que em sânscrito é "sanskara". Sanskara são as formações mentais, é exatamente o que aparece em mim no momento em que penso "eu conheço esta pessoa e não gosto dela." Nós temos uma tendência a agir, a pensar ou a falar em função de nossas lembranças, de nossas projeções mentais. Mas devemos ver que este carma somos nós mesmos que criamos a cada instante, não é alguma coisa fatal, que foi fixada anteriormente e da qual possamos dizer: "não posso fazer nada, é meu carma." Não posso de maneira nenhuma agir sobre o fato de que existe uma pessoa se aproximando, mas sou completamente livre quanto a minha reação face a ela. Podemos pensar que não somos livres, podemos achar que é normal estarmos irritados, com raiva depois de tudo o que aquela pessoa nos disse no nosso último encontro. Mas isto também é uma formação mental. É a nossa reação, e neste momento estamos dando andamento ao nosso carma e acrescentando algum sentimento passado a esta relação atual. Por isso é importante perceber que podemos reagir com liberdade, sem estarmos presos a recordações do passado.

Talvez eu também possa pensar que esta pessoa desconhecida que se aproxima, que eu não conheço, venha para me matar em função de seu carma passado, que eu desconheço. Mas mesmo assim sou livre, completamente livre na minha reação. Posso morrer sentindo ódio, raiva e recriar o mesmo carma, ou posso simplesmente aceitar as coisas como elas acontecem. O que dificulta tudo é que as emoções são extremamente atraentes, mesmo e sobretudo a raiva. Nas palavras de Buda a raiva é o primeiro veneno. Mas os momentos em que estamos com raiva são extremamente gratificantes. Nos sentimos cheios de razão, cheios de direitos: "realmente tenho razão em sentir tanta raiva", e nos sentimos muito bem em ferir e em lançar esta raiva contra as outras pessoas, que achamos que nos fizeram isto ou aquilo. Nós ficamos cheios de satisfação. E a cólera é uma emoção que sentimos frequentemente durante a meditação. Ficamos cheios de raiva contra alguém que nos vem à lembrança, ou contra uma situação da nossa vida, ou contra nós mesmos.

Durante a meditação, apesar de tentarmos evitar o que fizemos no nosso dia a dia, vamos poder reconhecer a cólera, e aceitá-la. Não vamos sucumbir à cólera como fazemos na vida cotidiana.

Nós nos sentimos bem com as nossas emoções porque é com elas que nos sentimos vivos. Vinculamos a sensação de estar vivo ao fato de experimentar emoções, alegria, tristeza, raiva. Penso que é por isso que vamos ver filmes tristes, para poder chorar, para poder sentir emoções. Achamos que se não tivermos mais emoções não seremos mais humanos, seremos como uma pedra. Mas durante a meditação começamos a compreender o que são realmente as emoções, começamos a perceber que elas são impermanentes e transitórias, baseadas nas formações mentais, no nada, no vazio.


Zuymyo Joshin Sensei



Fonte: Excertos do texto "Zen e a Transformação Interior" (a fonte é desconhecida)
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REFLEXÕES SOBRE A ALEGRIA E NOSSAS AÇÕES


Alma feliz

Iluminada é a alma que percebeu que a vida é uma oportunidade para "criar" formas de se conectar e dar a si, independente do contexto, seja em casa, no trabalho ou no lazer. Inteligente é a alma que vai para o trabalho não para conseguir dinheiro para pagar as contas, mas para estar disponível e ajudar aqueles com quem trabalha. Pessoas assim são chamadas de "verdadeiros" líderes! Feliz é a alma que transcendeu o condicionamento da sociedade de que o propósito da vida é adquirir e acumular, e agora vive uma vida de servir outros da forma que eles escolherem. Poderosa é a alma cujo poder pode ser visto através da influência que seu serviço altruísta tem sobre o mundo à sua volta. Preenchida é a alma que realizou o que talvez é a verdade mais simples de todas - viver é dar.

Mudança

Nem sempre é preciso corrigir as pessoas com palavras. Quando minhas ações não refletem as palavras que falo, deixo de inspirar as pessoas. Elas querem ver - nas minhas próprias ações - a mudança sobre a qual estou falando. Uma vez que ações falam mais alto do que palavras, são as ações que inspiram mudança nas pessoas. Hoje eu serei um exemplo para os outros em tudo que fizer.

Alegria

Alegria é uma mostra sutil dos benefícios da meditação. Pessoas que meditam tem faces alegres. A alegria é um convite silencioso para um mundo de despreocupação e felicidade. Por ser contagiante, é a mais atrativa e efetiva forma de servir os outros. Ciúme e inveja não convivem com a alegria. Grandes mentes são altruístas. Grandes mentes têm grandes corações. Para manter sua alegria absorva apenas as boas qualidades e virtudes dos outros. (Jagdish Chander)


Brahma Kumaris



Fonte: https://www.brahmakumaris.org.br/
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DOENÇAS DO COMPORTAMENTO


A vida mental responde pelas atitudes comportamentais, expressando-se em formas de saúde ou doença conforme o teor vibratório de que se revista.

O bombardeio de petardos contínuos, portadores de alta carga destrutiva, agindo sobre os tecidos sutis da alma, desarticula as engrenagens do perispírito que reflete, no corpo e na emoção, as enfermidades de etiologia difícil de ser detectada pelos métodos comuns.

À exceção dos severos problemas de saúde defluentes das reencarnações passadas, como as viroses e psicoses profundas, as mutilações e deficiências traumatizantes, as baciloses e idiotias irreversíveis que se gravaram como necessidade provacional ou expiatória, grande parte dos males que pesam na economia da área do equilíbrio fisiopsíquico decorre da ação da mente desgovernada, sujeita à indisciplina de conduta e, sobretudo, rebelde, fixada aos caprichos das paixões mais primitivas.

É natural e justo que a descarga mental desagregadora lançada contra alguém, primeiramente atinja os equipamentos que lhe sustentam a onda emissora. Acumulando cargas deletérias, desconjuntam-se os delicados tecidos sustentados pela energia, ocasionando os desastres no campo da inarmonia propiciadora de distúrbios variados e contaminações compreensíveis. A ação imunológica do organismo desaparece sob a contínua descarga das forças perniciosas, abrindo espaço para as calamidades físicas e psicológicas.

Relacionemos algumas ocorrências.

A impetuosidade bloqueia a razão e desarticula o sistema nervoso central.

A queixa e o azedume emitem ondas pessimistas que sobrecarregam os sistemas de comunicação, produzindo envenenamento mental.

A ira obnubila o discernimento e produz disfunções gastrintestinais pelos tóxicos que lança na organização biológica.

A mágoa enlouquece, em razão de produzir fixações que se transformam em monoideísmo avassalador.

A insatisfação perturba o senso de observação e afeta o ritmo circulatório, promovendo quadros depressivos, ou excitantes e prejudiciais.

O ciúme enceguece e desencadeia disritmias emocionais pela tensão que domina os neurônios condutores do pensamento.

A maledicência incorpora a calúnia e ambas desorganizam a escala de valores, aumentando os estímulos no aparelho endocrínico que se exaure.

A ansiedade e o medo desestruturam o edifício celular dando margem a distonias complexas.

A vingança, sob qualquer aspecto agasalhada, corrói os sentimentos, qual ácido destruidor, abrindo brechas para a amargura, o suicídio, a alucinação...

Não nos referimos aos componentes obsessivos, por desnecessário, que tais atitudes facultam por sintonia.

Vários tipos de cânceres, alergias e infecções na esfera física, e neuroses, esquizofrenias e psicoses na faixa psíquica, têm as suas gêneses no comportamento mental e nos seus efeitos morais.

A ação dos medicamentos e de várias psicoterapias por não alcançarem os centros mentais geradores do mau comportamento, tomam-se inócuos, quando não constituem sobrecarga nos órgãos encarregados dos fenômenos de assimilação e de eliminação...

Compreensível, portanto, que as construções positivas do bem e o cultivo das virtudes evangélicas produzam quadros de saúde e de bem-estar pelos estímulos e recursos que oferecem à organização fisiopsíquica do homem.

Mantém-te equilibrado a qualquer preço, para que não pagues o preço da culpa.

Não sejas aquele que se faz o mau exemplo.

Sê discreto e aprende a superar-te.

Vence os pequenos problemas e percalços com dignidade, a fim de superares os grandes desafios da vida com honradez.

Podes o que queres.

Resolve-te, em definitivo, por ser cristão, não te permitindo o que nos outros censuras, sem desculpismos nem uso de medidas infelizes com as quais esperas do próximo aquilo que ainda não podes ser.


Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis



Fonte: do livro "Seara do Bem"
Ed. Espírita Alvorada, Salvador-BA, 1984
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

O COMPORTAMENTO DO HOMEM EM RELAÇÃO AO SAGRADO


O destino do homem é completamente determinado pelo seu comportamento em relação ao Céu. Mas, cada vez mais, em vez de se humilharem perante a grandeza de Deus e de O glorificarem, os humanos adotam uma atitude de desrespeito que os faz contrariar os seus desígnios e introduzir a desordem na Criação. O pior inimigo do homem é o orgulho; é esta atitude tão pedante e presunçosa que o arrasta para a perdição. Se quiser salvar-se, o homem tem de aprender a ter uma atitude sagrada perante a Criação, a vibrar como a harpa de Éolo a cada sopro, a cada corrente do Céu, a comunicar com o Universo, com a alma do mundo, com Deus. Nesta troca, as energias do mundo superior trabalham sobre ele: os elementos mais puros derramam-se na sua alma e, ao invés, os elementos obscuros são absorvidos pela imensidão.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

O LUGAR DO DESCANSO


Pouco depois do dia, podemos perceber se estamos centrados, descentrados ou perdidos. Prestemos atenção à pressa em nossas ações. Se houver pressa, já temos a medida de nossa distância do coração. É um critério muito simples que nos livra do erro. Quando vamos de um momento para o outro muito depressa ou quando já estamos querendo acabar com algo e passar para a outra coisa... nós fomos para a periferia de nós mesmos.

Quanto mais perto do centro, mais calmo se fica e existe uma estabilidade que é a clareza. Antigamente, torres muito altas eram construídas no topo de altas montanhas, que permaneciam protegidas das tempestades por estarem acima das nuvens. Eram lugares inexpugnáveis ​​e, embora completamente expostas, permaneceram abrigadas. Estar ali significava distância e fácil observação de todo o ambiente.

Viver no eremitério interior, no coração espiritual, permite o mesmo. É uma capacidade de perceber os diferentes eventos que convergem em um mesmo evento e, ao mesmo tempo, manter certa distância deles. É aberto um espaço disponível que permite que você respire em todos os sentidos e não seja oprimido pelas reações que ocorrem no ambiente, na mente e no corpo.

Estar localizado ali parece novo e sem esforço, no sentido em que estamos acostumados a usar a palavra. Estar presente não cansa. Acessar aquele lugar onde somos autênticos dá sentido aos dias e nos faz sentir familiarizados com a graça. E é essa mesma familiaridade que nos chama de volta quando estamos ausentes por distração, hábito ou várias inércias.

Métodos muito diferentes são usados ​​para atingir essa profundidade da alma e são apropriados para pessoas diferentes em cada situação ou momento particular. Mas perceber que o resultado das ações não depende de nós, mas da providência divina é muito necessário. Sem essa convicção, torna-se difícil ir para o lugar de verdadeiro descanso. Se depender de nós, colocamos nas costas uma carga muito pesada que não podemos suportar.

Uma vez me disseram: você fez o sol aparecer hoje? Você decidiu a direção em que as nuvens irão? Você já sabe quantas pessoas virão ao mundo ou o deixarão no final do dia? Pois não. Você diz ao coração quando bater, ao diafragma como respirar ou ao sangue para onde deve fluir? Pois não. Reveja sua vida e verá que a pessoa com quem está, o lugar onde mora, aquele emprego e outras circunstâncias aconteceram além de sua intenção. Em qualquer caso, houve uma interação que você não pode especificar.

Seguir nosso escopo, fazer o melhor que podemos em cada momento e situação é o nosso campo de ação. E esse pequeno espaço de liberdade surge quando permitimos que a graça da atenção esteja presente em nós. Essa atenção vigilante requer distensão, não contração. E esse descanso vem quando estamos cientes de nosso papel na obra da criação. Se viajarmos em um dos assentos do ônibus e nos comportarmos como se fôssemos o motorista, viajaremos amargurados. Queixaremos que nosso curso não está sendo seguido e não entenderemos o que estamos fazendo de errado.

A prática da "oração de Jesus"*, por exemplo, ou outras formas de oração e meditação visam silenciar a mente. E isso porque a mente não é a ferramenta certa para guiar nossa vida. Se colocarmos no comando a "louca da casa", nos encontraremos com vidas atormentadas pelo sofrimento e pela inconsistência...


* Oração de Jesus ou Oração do Coração: uma oração ou meditação que faz parte dos ensinamentos dos Padres do Deserto, que permite, percorrer o Caminho Interior, onde o homem pode reencontrar-se com a Divindade que habita seu coração e tornar-se, novamente, à Sua imagem e semelhança.



Fonte: do Blog "El Santo Nombre"
https://elsantonombre.org/2021/01/09/el-lugar-del-descanso/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/tealight-luz-ora

ACEITAÇÃO E FLEXIBILIDADE


Quando há honestidade e leveza no eu não há problema na comunicação com os outros.

Se alguém insultar você, mantenha sua paz.

Se alguém se dirigir a você de cabeça quente, não fique quente também.

Permaneça calmo internamente e você manterá a boa comunicação.

Tentar explicar algo para alguém que está quente, não funcionará.

Leve sua mente para além da desconsideração, aceite o que está acontecendo e seja flexível.



Brahma Kumaris



Fonte:https://www.brahmakumaris.org.br/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/barco-barco

ESPIRITUALIDADE x EGO


É importante entender que o objetivo principal de qualquer prática espiritual é escapar da burocracia do ego. Isso significa abandonar o desejo constante do ego de alcançar versões superiores de conhecimento, religiosidade, virtude, bom senso, conforto ou qualquer outro objetivo que o ego tenha estabelecido como objetivo de sua busca.

Portanto, devemos sair do materialismo espiritual. Se não nos colocarmos fora dele, se nos dedicarmos a praticá-lo, então, a longo prazo, seremos escravizados por uma vasta coleção de caminhos espirituais. Vamos acreditar que esta coleção espiritual é inestimável. Teremos então prazer em tudo o que estudamos.

O problema é que tendemos a procurar uma resposta fácil que não machuca. Mas esse tipo de solução não se aplica ao caminho espiritual, que muitos de nós nunca deveríamos ter começado.

Uma vez que nos comprometemos com o caminho, torna-se muito doloroso para nós e sabemos que coisas desagradáveis ​​nos aguardam.

Nós nos comprometemos com a dor de nos expor, de nos despir, de trocar nossa pele, nossos nervos, nosso coração e nosso cérebro até estarmos completamente expostos ao universo. Não teremos mais nada.


Tchogyang Trumgpa



Fonte: Postado por Susana Beatriz, no Blog "Hacia la Contemplación"
https://hacialacontemplacion.blogspot.com/
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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

FUGAS E REALIDADE


Graças ao processo da individualização do ser, superando as etapas primárias, na fase animal, o predomínio do ego desempenhou papel de primordial importância, trabalhando-o para vencer o meio hostil e os demais espécimes, usando a inteligência e o raciocínio como forças que o tornavam superior, deixando os remanescentes da falsa condição de dominador do meio ambiente e de tudo quanto o cerca.

Como consequência, passou a acreditar que também poderia dominar o corpo, estabelecendo suas metas sem lembrar-se da transitoriedade e da fragilidade da maquinaria orgânica.

Impossibilitado de governá-lo, quanto gostaria, já que o organismo tem as suas próprias leis, que independem da consciência, como a respiração, a circulação, a digestão, a assimilação e outras, esses fenômenos ferem-lhe o egotismo e levam-no, não raro, a estados depressivos perturbadores.

A mente, encarregada de proceder ao comando, experimenta então um choque com os equipamentos que direciona, em razão de ser metafísica, enquanto esses são de estrutura física, portanto, ponderáveis.

Ante a impossibilidade de exercer o seu predomínio total sobre o corpo, o ego estabelece mecanismos patológicos inconscientes de depressão, desejando extinguir aquilo que o impede de governar soberano. Trata-se de uma forma de autopunição, porquanto, dessa maneira, se realiza interiormente. Como, porém, a mente não depende do corpo, quando esse sobrevive à patologia autodestrutiva, o ego esmaece e abrem-se perspectivas de ampliação dos sentimentos, como altruísmo, fraternidade, interesse pelos demais.

O egoísmo é invejoso, porque aspirando tudo para si, lamenta o prejuízo de não conseguir quanto gostaria de deter, e por isso, inveja o corpo que não se lhe submete, preferindo matá-lo, na insânia em que se debate.

Lutar pela sobrevivência é tarefa específica da mente, entre outras, com objetivo essencial de tudo empenhar por consegui-lo. Por isso, logra superar as injunções egotistas e ampliar o sentido e o significado da vida.

O ser humano está fadado à glória solar, acima das vicissitudes, às quais se encontra submetido momentaneamente, como resultado do seu processo evolutivo, que o domina em couraças, de que se libertará, a pouco e pouco, utilizando-se dos recursos bioenergéticos e outros que as modernas ciências da alma lhe colocam ao alcance, ajudando-o no crescimento interior e na conquista do super-ego.


Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis



Fonte: do livro "Amor, Imbatível Amor"
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O MISTÉRIO DA VIDA


Tudo está incluído numa célula. Tudo o que um dia há de sair e tomar forma já lá se encontra contido, como numa semente. Foi assim que os nossos órgãos e os nossos cinco sentidos apareceram em nós, e muitos outros aparecerão ainda no futuro. Sendo o corpo físico feito à imagem dos outros corpos, uma vez que temos cinco sentidos no plano físico, também temos cinco sentidos no plano astral, e o mesmo acontece no plano mental. Assim, quando o ser humano se tiver desenvolvido, terá possibilidades incríveis de ver, sentir, ouvir, saborear, agir, deslocar-se. E é isso a vida. O ser vivo, a célula viva, ou até apenas um simples microrganismo, contém em si todas as possibilidades, mas são necessários milhares de anos para elas poderem aparecer. É esse o mistério, o esplendor da vida.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte:www.prosveta.com
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TOCAR O CORAÇÃO DE DEUS


"Se você se sentar em uma sala e disser a si mesmo: estou na presença de Deus; depois de um momento, você se perguntará como essa presença pode ser preenchida com uma atividade que afoga a inquietação. Nos primeiros momentos, você se sentirá bem, porque estás cansado e sentado é um descanso; estás confortavelmente instalado numa poltrona, o silêncio do teu quarto dá-te uma sensação de imobilidade. Tudo isto é verdade, mas se ultrapassares este momento de descanso natural e permaneceres na presença de Deus, quando você já recebeu da natureza física tudo o que dela pode receber, você verá que é muito difícil não se perguntar: O que eu faço agora? O que posso dizer a Deus? Como me dirijo a ele? Ele é tão silencioso... Ele está realmente aqui? Como posso preencher a lacuna entre essa ausência silenciosa e minha presença inquieta? (1)

O silêncio de Deus é a realidade mais difícil de trazer para o início da vida de oração e, no entanto, é a única forma de presença que podemos suportar, pois ainda não estamos prontos para enfrentar o fogo da sarça ardente. É preciso aprender a sentar-se, a nada fazer diante de Deus, a não ser esperar e gostar de estar presente no eterno presente. Isso não é brilhante, mas se você perseverar, outras coisas surgirão no fundo desse silêncio e imobilidade. O que acontece dentro desse silêncio? Apenas uma descida cada vez mais vertiginosa ao fundo dos nossos corações, onde habita aquele mistério do silêncio que é Deus.

Por isso você tem que se calar, olhar, ouvir, com um amor cheio de desejo. Se soubéssemos olhar com toda a profundidade do nosso ser o rosto de Cristo, aquele rosto invisível que não podemos ver senão voltando-nos para a nossa própria intimidade e vendo-o sair dela, ficaríamos deslumbrados com aquele rosto que não se parece com nada parecido que possamos imaginar. No seu Cântico Espiritual (str. XI e XII), Juan de la Cruz dirá que os olhos da pessoa amada, que procuramos incessantemente, são atraídos nas nossas entranhas.

A perseverança na oração, então, não pretende nos mostrar esse rosto de fora, mas nos fazer cavar mais fundo para que saia de nossas próprias profundezas. Kierkegaard chegou muito perto desse mistério da oração quando disse: “A oração não se funda na verdade quando Deus ouve o que lhe é pedido. É, quando aquele que ora continua a orar até que ele mesmo ouça o que Deus deseja."

Quem realmente ora não faz nada além de ouvir. A oração escava nosso coração de pedra e faz "tocar um lá bemol" que toca o coração de Deus. A oração perseverante nos faz alcançar a verdade de nosso ser. Nesse silêncio, é onde brota a nossa oração, é um longo grito silencioso, uma reclamação, um gemido que transforma todo o nosso ser em oração: "Ó Deus do meu louvor, não te cales... E eu sou apenas oração." (Salmo 109, 1-4)

(1) A. Bloom, A., Certitudedelafoi. Cerf, Paris, 1973, pp. 149-150

Parágrafos extraídos do livro "A oração do coração", de Jean Lafrance, Ed. Narcea



Fonte: Blog El Santo Nombre
https://elsantonombre.org/2021/01/02/tocar-el-corazon-de-dios/
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SILÊNCIO E REFLEXÃO


O silêncio é uma grande terapia. Quando ficamos quietos e concentrados, poupamos energia, conseguimos nos voltar para dentro e até mesmo ajudar a curar o corpo. Todo dia a mente precisa de um espaço tranquilo para se refrescar e refletir, da mesma forma que o corpo precisa de pausas regulares para descanso e alimentação. O refrescar ocorre quando a mente é capaz de recarregar-se para manter-se positivo, leve e criativo. Reflexão (olhar para dentro) é o tempo que damos a nós mesmos para refinar nossa compreensão interna de situações externas, de modo que a nossa interação com os outros seja da mais alta qualidade. Através da reflexão podemos mudar a nossa maneira de pensar, sentir e interagir.


Anthony Strano



Fonte: Brahma Kumaris - https://www.brahmakumaris.org.br/
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domingo, 24 de janeiro de 2021

DEUS MORA EM NOSSA ALMA


Imagine um copo d'água meio cheio, mas com água turva. Se você tivesse que beber, você limparia a água enchendo a outra metade do copo com água limpa? Acho que não porque a água iria se misturar e ainda estaria turva. Não importa quanta água limpa e cristalina fosse despejada no copo, a água não seria limpa. A água deve primeiro ser purificada para receber água limpa. Isso também me lembra a passagem do Evangelho, da qual todos vocês se lembrarão, onde Jesus fala que vinho novo não pode ir em odres velhos. Tudo isso tem a ver com o que diz São João da Cruz, aplicando termos filosóficos, sobre o fato de que dois opostos não cabem no mesmo sujeito:

"Com isso, é facilmente explicado por que a alma precisa ser purificada para receber o Espírito Santo, a água viva. Ou seja, nossas purificações têm um significado e, como conversávamos outro dia, encontrar o significado torna nosso caminho espiritual muito mais suportável. E por isso também se compreende como a obra de Deus na alma é sempre amorosa e que os sofrimentos da noite escura da alma se devem a esta preparação necessária para a alma."

E aquele recipiente da água viva é a nossa alma, onde São João da Cruz diz que Deus habita secretamente, e o santo explica de uma forma muito simples de que maneiras diferentes Deus habita na alma segundo a sua limpeza, e assim diz:

"É saber que Deus em todas as almas mora secretamente e oculto na sua substância, porque, se não fosse assim, não poderiam durar, mas há uma diferença nesta habitação e muito: porque em algumas mora só e em outras não; em alguns ele está satisfeito e em outros ele está descontente; em alguns mora como em casa, comandando e governando tudo, e em outros ele mora como um estranho na casa de outra pessoa, onde não o deixam mandar nada nem fazer nada. A alma onde habitam menos apetites e gostos é onde ela fica mais só e mais satisfeita e mais como em sua própria casa, regendo e governando, e quanto mais secreta ela mora, mais sozinha. E assim, nesta alma, em que não habita mais nenhum apetite, nenhuma outra imagem e forma, ou afeições de qualquer coisa criada, a alma habita secretamente com um abraço muito mais íntimo e próximo, pois ela, como dizemos, está mais pura e só, apenas com Deus. E por isso é segredo, pois nesta posição e abraço com o divino não podem atingir o mal, nem ainda a compreensão do homem pode entender como é isto." (Chama Viva de Amor, canção 4, vers. 14)

"Oh, quão feliz é esta alma que sempre sente Deus descansando e descansando em seu seio! Oh, que cômodo é para você se afastar das coisas, fugir dos negócios e viver com imensa tranquilidade, porque mesmo ao menor ruído não perturba nem agita o seio do Bem-Amado! Ele está ali normalmente como se adormecido neste abraço com a esposa, na substância de sua alma, que ela se sente muito bem e normalmente desfruta. Porque se ele fosse sempre lembrado nela, comunicando os acontecimentos e o amor, seria estar em glória. Porque, se uma vez ele lembra de um momento ruim, abrindo seus olhos, ele coloca de tal maneira a alma, que seria como se ele estivesse totalmente acordado nela. E o que seria se estivesse plenamente desperto nela?" (Chama Viva de Amor, canção 4, vers. 15)

Estas almas de que fala São João da Cruz, que sentem que Deus repousa no seu seio, são as que já chegaram à última etapa do caminho, as que chegaram ao casamento espiritual, os santos.

Ainda estamos a caminho e, portanto, embora ainda gostemos desse sentimento, pelo menos podemos parar por um momento para ver como Deus habita em nossa alma. Seria uma boa reflexão. Por exemplo, chamou minha atenção que Deus poderia governar em nossa alma. Isso seria uma felicidade para nós, mas quão difícil é dar a ele todo o controle da nossa vida, certo?


María Jesús



Fonte: Sanación interior con San Juan de la Cruz
Hozana - https://hozana.org/
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VERDADEIRA IMAGINAÇÃO


Todos imaginam, sonham, desejam... Quando esta faculdade se desencadeia, há toda uma série de imagens que se sucedem, uma atrás da outra, por associação. E uma vez que todos imaginam, todos julgam saber o que é a imaginação.

Não, a verdadeira imaginação, tal como os Iniciados a concebem e com a qual trabalham, é uma espécie de tela situada na fronteira entre os mundos visível e invisível, onde podem vir refletir-se objetos e entidades que habitualmente escapam à consciência. Em alguns seres muito desenvolvidos e que sabem orientar a sua imaginação, esta recebe e regista muitas coisas que eles depois exprimem; muito mais tarde, apercebem-se de que aquilo que assim imaginaram não foi uma invenção sua, pois tinham captado realidades ainda não manifestadas no plano físico.

Se o homem souber trabalhar os seus pensamentos e os seus sentimentos, pode chegar a purificar o seu mental de tal maneira que a sua imaginação se torna límpida... uma pura transparência... e ele começa a “ver”. A esse nível, imaginação e visão são uma só coisa.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

GOTA DE ÁGUA


Cada ser humano é comparável a uma gota de água, e essa gota de água cairá exatamente no lugar previsto para ela pelos decretos da Inteligência Cósmica, a fim de aí cumprir a sua tarefa. De uma maneira ou de outra, cada gota de água deve sacrificar-se para dessedentar quem tem sede, refrescar quem tem calor, lavar aquele que se sujou com o trabalho do dia, regar o campo semeado... Sim, são numerosos os sacrifícios que podem ser pedidos à água: entrar no fabrico do pão, servir para cozer os alimentos, ou ainda para dissolver veneno... Em todos os casos, ela não deve revoltar-se, mas aceitar. Quando tiver cumprido a sua missão, poderá voltar para o céu e recuperar a sua transparência. Passa-se o mesmo com o ser humano.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
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UMA ATITUDE AMIGÁVEL


Um caminhante cansado tropeça na estrada de terra. Ele cai de cara no chão e se machuca um pouco, nada sério. No entanto, ele bate no chão e resmunga por um longo tempo. Então ele se levanta e anda de um lado para outro, às vezes em círculos se perguntando o motivo de seu tropeço; ele questiona se é digno de continuar no caminho; se deve voltar ao início ou abandonar tudo ... enfim, é perda de tempo e energia que não era preciso desperdiçar. E com toda a probabilidade, o comportamento pós-queda causou mais danos do que o próprio golpe.

Sem dúvida, encontraremos momentos em nossa vida semelhantes aos quais podemos apresentar nosso argumento particular. Não é verdade que um remorso mal compreendido às vezes nos obscurece mais do que o que causou a queda? Não são poucas as ocasiões em que o tropeço vem a calhar, mostra-nos uma imagem de nós mesmos que não queremos ver, remove algumas camadas de orgulho, aproxima-nos da verdadeira humildade que permite o surgimento da graça.

Assim que você cair, você deve se levantar, sacudir a poeira das roupas e iniciar seu caminho com a mesma energia de antes da queda. A atitude para retomar a marcha deve ser "como se nada tivesse acontecido", ignorando os pensamentos que nos desqualificam para o resto da viagem e que nos levam a uma autocrítica que não leva a nada, mas apenas a um ritual de autocompaixão, que no final apenas predispõe a novas quedas. Depois de um bom alongamento, com forças renovadas, será bom sentar-se à sombra de uma árvore amiga, talvez no frescor da tarde e nos examinar, refletir, reconciliar, buscar a compreensão da raiz de nosso caminhar duvidoso e inseguro. Mas essas análises funcionam quando estamos animados e fortes o suficiente.

Você tem que se tratar como se fosse um amigo querido e em quem você confia. Atenciosamente, acreditando na possibilidade de mudança e valorizando a intenção de melhoria. Podemos ser firmes com ele, mas sempre a partir do carinho incondicional que a verdadeira amizade proporciona. Não podemos amar o nosso próximo se não amamos a nós mesmos. Isso não significa aplaudir qualquer conduta ou ser permissivo, sem discernimento, mas sim incorporar em nós um pouco da infinita misericórdia de Deus. "O que você quer, irmão, ser santo?" Um monge disse a outro. "Bem, eu não sei, pelo menos tento não ser uma pessoa pior amanhã do que hoje."

Autor não citado.


Fonte: El Santo Nombre
https://elsantonombre.org/2021/01/21/una-actitud-amigable/
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CONDUÇÃO DOS NOSSOS PENSAMENTOS


"A Mente é um macaco louco pulando de galho em galho". O que equivale dizer que nossos pensamentos estão desordenados, muitas vezes em convulsão; quando conversamos fazemos "colcha de retalhos".

Você concordaria com a afirmação de que normalmente não conseguimos centrar a nossa conversação em um só assunto. Quero dizer, interrompemos o nosso raciocínio e enveredamos por outro assunto ou suspendemos a nossa exposição para darmos atenção a algo que está fora do tema presente.

Quanta energia dissipada tentando se atentar para tudo e não atendendo a nada! Isto se deve a forma de conduzir nossos pensamentos. Nós não aprendemos a parar de pensar no sentido meditativo.

A massificação nos bombardeia com ideias e estímulos que dominam as nossas características competitivas e nós não queremos perder, pois que senão seremos ultrapassados e a "vida é curta", "é uma só", sob o ponto de vista materialista ou de algumas ideologias.

Diz-se em auto-reprogramação-humana (ARH), que esta é uma característica do pensamento-horizontal. O pensamento-horizontal desvia o nosso foco do que acontece em nós e no meio ambiente que nos rodeia, divide o tempo e também nos divide: ou/ora vivemos no passado; ou/ora no presente; ou/ora no futuro.

Viver no passado "no meu tempo" é uma característica da mente-velha, retrograda, limitada, sem aspiração, fator de depressão. As pessoas idosas têm fortíssima tendência a viver no passado.

Os que pensam mais na atualidade, em geral os de meia idade e também boa parte dos jovens, expõem-se à impulsividade, pelo querer aproveitar tudo ao máximo da vida, o que os tornam intempestivos ou ansiosos e quando não conseguem caem no oposto: tédio (fossa) e passividade. Acontece um evento musical, um festival de cinema, e querem ver tudo ao mesmo tempo, faltam aulas e serviço ou deixam tudo pela metade e se não conseguem, sentem-se frustrados.

Já os que pensam mais no futuro em geral a juventude, ficam sujeitos a ansiedade e a fantasia. O medo do que vai ainda acontecer pode tornar-se mórbido e causar alienação. A competição pode gerar distúrbios emocionais que afetam sensivelmente a personalidade em formação, criando gerações neuróticas e paranoicas como já é o caso da juventude de alguns países ditos de primeiro mundo. Hoje a depressão jovem já é fato.

Na linha do pensamento-vertical temos a atenção voltada ao máximo para a percepção da realidade interna e externa do que estamos vivenciando no momento. É o que Dr. Nilson Ruiz Sanches chama em seu livro ARH - Auto-reprogramação-Humana, de "presentificação" do pensamento, que não quer dizer absolutamente fato momentoso e sim, AGORA, MOMENTO, da meditação. O pensamento-vertical, o momento, o agora, aciona o pensamento racional e o pensamento intuitivo e aditaria (acrescentaria) o pensamento inspirado.

O pensamento-vertical nos coloca da melhor maneira dentro do contexto. Desenvolve o "músculo da atenção" favorecendo a concentração e a percepção da realidade interna, do momento envolto, da família, do grupo social, do mundo.

Autoanalizando-se e 'presentificando-se', realizando visualizações e abrindo a mente para o mundo espiritual (novos paradigmas para muitos), o ser humano se coloca inteiramente dentro do contexto em nível de Consciência Superior, queremos dizer Racional e Intuitivo Superiores.

Temos uma forma racional de pensar em nível de consciência inferior, o estado de sono; e o superior em que o ser, centrado em si, faz o "nível de consciência de si".

Consciência de si é aquele nível no qual o ser humano deixou de ser apenas máquina, pois que conseguiu o "total controle da máquina".


Valdomiro Halvei Barcellos



Fonte: Grupo Espírita Casa do Caminho de S.Vicente
https://gecasadocaminhosv.blogspot.com/2015/07/conducao-dos-nossos-pensamentos.html
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

OS FARDOS ESPIRITUAIS NÃO SÃO PENOSOS


Um Mestre, um Iniciado, carrega fardos enormes, mas que não o esmagam, porque os fardos espirituais não são pesados nem penosos. Se quiserdes espalhar a luz no mundo, aparentemente sobrecarregais-vos, mas, na realidade, ficais mais leves. Por quê? Porque a natureza da carga é diferente. A natureza divina, espiritual, de certas cargas, em vez de vos esmagar, eleva-vos. Por conseguinte, tudo depende dos fardos que aceitais, da sua natureza.

Tomemos por exemplo um bloco de pedra: ele sofre a atração da Terra e por isso é pesado. Mas, se o afastardes da Terra ao ponto de escapar à sua atração, já não pesa, fica leve, até flutua. Portanto, se souberdes transportar os vossos fardos para além do limite da atração terrestre, eles não só já não pesarão sobre vós, como vos levantarão como um balão, e vós subireis... Quando um Mestre vos pede que vos liberteis, ele quer dizer que vos liberteis de todas as atividades rasteiras, terra-a-terra, para pegardes em cargas divinas que vos elevarão.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
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NÃO PENSE QUE A TORMENTA É SUA INIMIGA


Espere a flor desabrochar na quietude que sucede à tormenta: não se adiante.

O que é a flor? O florescimento do seu ser só ocorrerá quando a quietude real acontecer em você; nunca antes. Você não pode forçar a flor a se abrir. Ela se abre por si mesma. Você não pode forçar o seu ser a se abrir; isso é impossível. Você não pode violentá-lo, não pode ser violento com ele. Ele será simplesmente destruído.

A flor se abre por si mesma. O único solo necessário é a quietude autêntica, real e espontânea. A partir de uma quietude cultivada, a flor nunca se abrirá. Com uma quietude cultivada, você simplesmente se tornará entorpecido. Seu ser ficará menos vivo, apenas isso. Com menos vida, você estará menos inquieto. Isso parece bem, mas lembre-se de que a inquietude é um aprendizado.

Você não deve tentar ter menos inquietações. Fique com as suas inquietações e mova-se através delas. Não as abandona, não fuja delas. Chegará um momento em que você terá ido além delas, mas só se atinge esse momento passando-se através delas. Passe através da tormenta e permita que surja uma verdadeira quietude. Só então seu ser florescerá, nunca antes.

Ela se desenvolverá, crescerá rapidamente, produzirá ramos e folhas, e formará botões, enquanto a tormenta continua, enquanto a batalha prossegue. Porém, até que toda a personalidade do homem seja dissolvida e desfeita... até que toda a natureza se renda e se submeta ao seu superior, a flor não poderá desabrochar.

Não pense que a tormenta é sua inimiga. Ela não é. Essa tormenta é a sua maior amiga, pois sem ela não haverá quietude, sem ela não haverá florescimento, sem ela não haverá liberação. Assim, nunca pense em termos de inimizade. Não há nada que seja seu inimigo; a existência inteira é amiga. Até mesmo aquilo que parece estar contra você — até mesmo isso não é seu inimigo. Jesus diz: “Ame o seu inimigo.”


OSHO



Fonte: do livro "A Nova Alquimia", Ed. Cultrix
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

EXPRESSÃO CONSCIENTE DA DIVINDADE


No ensinamento do Buda encontram-se as três maneiras pelas quis se pode transmutar a natureza inferior e prepará-la para ser uma expressão consciente da divindade.

Mediante o desapego, o homem aprende a apartar a sua consciência e interesse das coisas dos sentidos e ficar surdo aos chamados da natureza inferior. O desapego impõe ao homem um novo ritmo.

Mediante a lição do desapaixonamento, ele se torna imune ao sofrimento próprio da natureza inferior, na medida em que desliga seu interesse das coisas secundárias e do não essencial e o centra nas realidades superiores. 

Mediante a prática da discriminação, a mente aprende a selecionar o bom, o belo e o verdadeiro.

Estes três procedimentos, levando a uma mudança de atitude em relação à vida e à realidade, quando levados a efeito sensatamente, proporcionam a regra da sabedoria e preparam o discípulo para a vida Crística.


Alice A. Bailey



Fonte: do livro "De Belém ao Calvário"
Fundação Cultural Avatar, Niterói/RJ, 1990, Tradução de Dr. J. Treiger
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INTROSPECÇÃO - UM MUNDO INTERIOR


Quando me dirijo ao mundo interior, não é para escapar do barulho incessante das ações, das exigências e confusões dos outros.

Não é para alienar-me dos acontecimentos e das pessoas.

É para fertilizar o solo interno, onde todas as minhas virtudes e poderes podem brotar, crescer e desabrochar.

Quando estou bem alimentado por dentro, não me torno um mendigo do amor ou de respeito, porque sei ser meu próprio amigo e amigo dos outros.


Ken O'Donnell



Fonte: "Lições para uma Vida Plena", Ed. Gente, São Paulo, 1993
Brahma Kumaris Brasil - https://www.brahmakumaris.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr

MEDITANDO NAS COISAS CELESTES


Oh! Quanto padeço interiormente, quando, ao meditar nas coisas celestiais, logo uma multidão de ideias carnais vêm perturbar-me o coração!

Deus meu, em vossa ira, não vos aparteis de vosso servo! (Sl 26,9).

Lançai os vossos raios e dissipai estes pensamentos! (Sl 143,6).

Despedi vossas flechas, e se desfarão todos esses fantasmas do inimigo.

Concentrai e recolhei em vós meus sentidos; fazei-me esquecer todas as coisas do mundo; concedei-me a graça de logo rebater e desprezar todas as imaginações do pecado.

Socorrei-me, Verdade eterna, para que nenhuma vaidade me possa seduzir.

Vinde, doçura celestial, e diante de vós fuja toda impureza.

Perdoai-me também e relevai-me, pela vossa misericórdia, todas as vezes que, na oração, penso em outra coisa, fora de vós.

Confesso sinceramente que costumo ser muito distraído. Pois muitas vezes não estou onde tenho o corpo, mas onde me levam os pensamentos. Estou onde está o meu pensamento, e meu pensamento está, de ordinário, onde está o que amo. Ocorre-me com facilidade o que naturalmente me deleita ou por costume me agrada.


Tomás de Kempis



Fonte: do livro "A Imitação de Cristo", Livro 3, Cap. 48, Item 5, Ed. Paumape, São Paulo
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/mosteiro-corredor-antigos-569368/

HÁ MUITO O QUE ACONTECER DE BOM NA SUA VIDA !


Jamais perca a esperança. Os dias de ventura chegarão. Seu sofrimento é um lapso na eternidade e não durará mais que o necessário. Creia que tudo está no lugar certo. Nada é descartado na contabilidade de Deus, portanto tudo pelo que você passa hoje apresenta-se mais ou menos desafiador, a depender das virtudes que cultiva, do bem o do mal que causou e vier a causar. Tenha paciência. Não há injustiça nos desígnios de Deus, mesmo que assim pareça, pois seu entendimento só virá com o tempo. Prossiga com bom ânimo. Reze, mentalize, vibre, mantenha a mente ocupada com bons pensamentos, para não produzir lixo mental, que se transforma em lixo energético. Busque ficar mais tranquilo e sereno. Isso ajudará a acalmar o cotidiano e, quando menos esperar, as coisas terão entrado nos trilhos a caminho da paz e harmonia e das realizações pessoais, familiares, profissionais. Há muito o que acontecer de positivo, por isso alegre-se!


Danielle Arantes Giannini



Fonte: Espiritismo Cotidiano
https://espiritismocotidiano.wordpress.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O FUTURO DO HOMEM


Bem sabemos que o futuro pertence ao Divino, mas a nós o que nos cabe então?

Sendo feitos a sua imagem e semelhança somos as criaturas da natureza capazes de criar, tanto coisas maravilhosas quanto terríveis, pois afinal o livre arbítrio nos foi dado. Diferente é o homem de outras espécies, cujos comportamentos não só são pré determinados pelos instintos do seu código genético, mas fixados permanentemente. Não que nós não os tenhamos, ou que devamos combatê-los, pelo contrário, nossos instintos não são nossos inimigos e sim nossos amigos, já que sem eles nem sobreviveríamos individualmente, nem a nossa espécie.

Entretanto, o homem tem nas suas próprias mãos a possibilidade de mudar o seu próprio destino fatalista. Mas como?

Colhemos aquilo que plantamos. Abacate do abacateiro, limão do limoeiro. Podemos até fazer com que nossas plantações melhorem tanto a qualidade quanto a quantidade dos seus produtos, mas não podemos fazer com que produzam uma outra coisa diferente de sua semente. O abacateiro não vai dar limão.

Quais são as sementes que estamos plantando em nossos corações e nos corações de nossos companheiros e companheiras, irmãos e irmãs e principalmente dos nossos filhos? Estamos cuidando bem de nosso plantio? Qual é o futuro que queremos criar desde agora? Certamente melhor e mais saudável do que hoje.

Para aprimorar é preciso que vejamos de novo a nossa matéria prima, pois só podemos melhorar aquilo que já existe, pelo menos potencialmente na forma de uma semente ou de um broto. Assim, necessitamos ver como está a nossa saúde, o que é ser sadio para podermos criar um futuro mais saudável.

A palavra ”são”, além de plural do verbo ser, quer dizer aquilo que é saudável e também aquilo que é santo. Será que são coisas tão distintas assim? A saúde se define como um estado do ser com equilíbrio, harmonia e bem estar, não só no plano individual, mas também coletivo, social e ecológico, já que estas são partes de um todo integrado. Em sã consciência podemos dizer que a palavra curar quer dizer integrar, tornar íntegro, inteiro aquilo que foi partido, quebrado ou perdido, na forma do mal da doença. São ou Santo é o ser que, apossando-se do milagre da própria existência, realiza o grande milagre de transcender o mal e reunificar e reintegrar-se ao Criador, recuperando o seu estágio de evolução anterior a queda do paraíso, em sua pureza máxima.

A palavra religião, quer dizer religar, voltar à fonte do bem maior. Tanto na saúde quanto na santificação podemos ver como o ser humano é o agente capaz da transformação no plano da natureza, pois é o Homem que faz o vínculo entre o céu e a terra. Entretanto, mais uma vez perguntamos, mas como?

A resposta comum, que tanto a ciência quanto a fé nos dão é que é através do amor e do trabalho que conseguimos realizar esta missão transformadora do ser humano. Crendo e amando com as mãos, unindo pensamento, palavras e obras, curando-nos e santificando-nos, dia a dia, a si mesmo e uns aos outros é que poderemos construir um futuro melhor e mais saudável. Fazendo despertar dentro de cada um de nós, no fundo de nossos corações o Cristal Divino transformador e realizador de todos os milagres, quando então transformaremos as espadas em arados e os animais conviverão em paz.

Este será o grande dia da reunificação e que cabe a cada um de nós e a todos coletivamente escolher, com liberdade e responsabilidade, participar ou perder o bonde da história.


Benjamin Mandelbaum



Fonte: BINÁ - Cabala - Núcleo Benjamin
https://www.cjb.org.br/bina/cabala/benjamin/Textos%20Gerais/Futuro.pdf
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/kavala-komotini-gr%C3%A9cia-navios-5372427/