O propósito de toda religião é focar nossa atenção no Centro Divino e iluminar nossa atenção com o conhecimento de que esse centro é a fonte de todo Amor, de toda Vida. O que nossa tradição religiosa nos ensina é que somente pelo contato e pela contemplação é que neste centro divino o homem é capaz de ser verdadeiramente ele mesmo. Em outras palavras, é apenas focando no divino que podemos nos concentrar em nós mesmos.
A busca que toda religião propõe é para nos guiar à busca do real. Toda verdadeira religião lida com a realidade, e a sabedoria que prova a autenticidade da religião é simplesmente o dom de distinguir ilusão e realidade. A sabedoria é adquirida concentrando todo o nosso ser, com toda a nossa atenção, no centro divino.
Este é o centro da consciência que se encontra ao mesmo tempo, tanto em nossos corações quanto além de nós, nas profundezas de Deus. É esse ato de concentração que leva à sabedoria e ao conhecimento do que é importante na vida. Esse conhecimento não é estático. Capacita-nos constantemente nas diversas situações da vida para poder distinguir o que é sério e o que é essencial do que é trivial e frívolo; distinguindo o que passa e o que dura.
A sabedoria é a capacidade de focar no real e rejeitar a ilusão, ou pelo menos identificar a ilusão como ilusão: como trivial, transitória, superficial e bidimensional.
O homem verdadeiramente espiritual é a pessoa que tem um foco profundo, que pode ver as coisas em seu relacionamento interdependente porque tudo pode ser visto em relação ao centro divino. Precisamos desta sabedoria e absolutamente precisamos dela se quisermos viver nossas vidas de forma plena, sincera, séria e com amor. Acima de tudo, para viver nossas vidas com amor devemos estar em contato com o amor como o centro do nosso ser.
A tradição a que me refiro é a que nos convida a entrar nesta sabedoria e que nos ensina que para entrar nela devemos aprender a ser recolhidos. Devemos nos recolher, devemos estar atentos, lembrar quem somos, onde estamos e porque estamos. Devemos encontrar a paz interior, a paz em nossas vidas. Essa paz é consciente, é saber o que é que nos permitirá começar a focar no centro divino, o centro por onde tudo flui. Meditar é nos colocar em harmonia com o que flui da vida por Ele, com Ele e nEle.
Fr. John Main, OSB
Fonte: do livro "O Coração da Criação", Canterbury Press, 2007
Traduzido para o espanhol por Lucía Gayón, e para o português por este blog.
PERMANECER EN SU AMOR - Coordenadora: Lucía Gayón - Ixtapa, México
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Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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