segunda-feira, 17 de abril de 2023

CONHECIMENTO DAS LEIS DIVINAS


Quando amanhece o dia e os seres encarnados acordam para uma nova jornada de trabalho e aprendizado, ao invés de olharem para a movimentação de pessoas, devem mirar o céu durante o máximo de tempo que puderem, para, ao invés de assimilarem as inquietações, amarguras, angústias e negatividades da maioria das pessoas, sintonizarem com a harmonia que o céu reflete, no cumprimento das Leis Divinas que regulam o Universo e que os seres chamados “inanimados” cumprem sem nenhuma desordem.

No Universo inteiro, somente os seres na fase humana representam, em sua grande maioria, a desarmonia, justamente porque, estando despertos para o livre arbítrio, ou seja, a oportunidade de participarem mais ativamente na evolução das demais criaturas, ainda não utilizam sua própria força mental para a construtividade do “Seja feita a Vossa Vontade e não a minha” e, normalmente, dizem a cada minuto: “Seja feita a minha vontade.”

A harmonização interior prepara os seres humanos para atuarem durante toda a jornada diária de forma construtiva, apesar de, a cada minuto, haver induções para os variados tipos de desvios morais, através de mil formas de egoísmo, orgulho e vaidade.

Mas (...) temos a dizer que os Espíritos Superiores que orientaram Allan Kardec foram precisos na afirmação de que a Lei Divina está escrita na consciência, com o que quiseram dizer que, ao criar cada ser, na fase pré atômica, Deus imprimiu nele Sua própria essência luminífera, como se fosse uma semente, que, gradativamente, se desenvolverá até tornar-se uma árvore gigantesca, que alcança sessenta metros de altura. Apenas que essa árvore não será eternamente uma árvore, mas é uma luz, que se transforma em facho cada vez mais poderoso, passando, externamente, por variadas aparências exteriores, pelo mineral, pelo vegetal, pelo animal, pelo ser humano, pelo anjo e daí para frente, infinitamente.

Dissemos "passando pela aparência exterior", porque a essência é sempre luz. Não há diferença em um Espírito, na essência, em qualquer dessas fases exteriores: será sempre a mesma luz. Quanto à Lei que regula o seu desenvolvimento é a mesma para todos os seres, pois seria contraproducente uma Lei para cada nível de evolução ou diferente para um grupo de seres em detrimento dos demais. A Lei, portanto, é uma só para todos, por toda a eternidade.

A maioria das pessoas ainda estranha essa unicidade, bem como o fato da passagem pelas sucessivas formas exteriores, mas são apenas formas exteriores, como uma pessoa que veste, a cada dia, uma roupa diferente, mas trata-se da mesma pessoa.

A trajetória ascensional representa o aprendizado de cada segundo, pois ninguém realmente estaciona, mas aprende, mesmo quando se rebela contra o aprendizado e as oportunidades de vivência: a evolução é cada nova vivência, acumulada a cada segundo da existência dos seres.

Temos de nos desvincular da noção terráquea de contagem do tempo, pois o tempo não existe e o que dá a ilusão do seu transcurso é o movimento de rotação da Terra, no caso dos terrícolas, mas, na verdade, tudo isso não passa de uma ilusão dos sentidos corporais primitivos.

Enquanto as pessoas da Terra não se desvincularem dessa forma de encarar a sucessão de lições, ficarão presas mentalmente às coisas da materialidade e não voarão, em espírito, para o conhecimento da Lei Divina, que está escrita dentro de cada criatura.

Conhecer a Lei Divina é simplesmente olhar para dentro de si, observando todo o seu percurso evolutivo, desde o início e, no caso dos seres que lhe são superiores, imaginar o que lhes aconteceu para chegarem àquele patamar de aperfeiçoamento. Mas também deve cada ser da fase humana procurar sintonizar com a Mente Divina para receber d’Ela os esclarecimentos que suplantam sua capacidade de compreensão. Ninguém precisa ler muito para conhecer a Lei Divina, pois, mesmo sendo iletrado, pode conhecê-la até seu nível pessoal máximo de compreensão, se resolver aprofundar a sonda da observação no seu próprio mundo interior.

Os terráqueos ainda, no geral, não aprenderam a olhar para dentro de si, preferindo atentar para as outras criaturas, mas sem entender-lhes a essência, mas olhando-as apenas na forma exterior que apresentam. Olhar para as outras criaturas não faz ninguém compreender a Lei Divina, pois a forma não é a criatura e a essência não muda de uma criatura para outra, pois todas as criaturas são a mesma realidade luminífera.

Entendamos isto que vai ser repetido: somente observando sua própria biografia, desde o instante da própria criação por Deus, cada ser humano tem condições de conhecer a Lei Divina.

Não será nos laboratórios de pesquisa das universidades, não será na leitura de muitos livros, não será na visão das mudanças exteriores que a Lei Divina se estampará para cada buscador da Verdade.

A Verdade está dentro de cada um, sendo uma só para todas as criaturas e elas devem aprender isso, porque, caso contrário, não evoluem espiritualmente, mas apenas desempenham múltiplas atividades, sem nenhum proveito substancial para seu desenvolvimento espiritual.



Irmandade dos Anônimos / João Cândido




Fonte: do livro "A Comunidade Cósmica dos Escolhidos"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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