Um Conhecimento Adequado da Lei do Carma Levará a Humanidade à Felicidade Suprema
O equilíbrio que surge do conhecimento filosófico produz uma satisfação duradoura. Para obter esta conquista, devemos adotar uma visão de longo prazo em relação à vida, esforçar-nos para viver corretamente, e aprender com os nossos erros.
A Lei do Carma constitui a chave e o código que levam desde o sofrimento até a felicidade. O conhecimento da lei do universo liberta o buscador da verdade.
O pensador Robert Crosbie escreveu:
“Na realidade, a Teosofia não exagera de modo algum a importância do ‘lado árido’ da vida. Ela explica com lógica e bom senso as coisas que ocorrem; e uma vez que o ser humano entende em função de que a meta da vida existe e qual é o seu verdadeiro significado, e percebe as suas grandes possibilidades, ele não pode mais concentrar-se no ‘lado árido’, mas sente uma imensa confiança, uma grande esperança e alegria – e tem uma base verdadeira para este sentimento.”
Crosbie acrescentou:
“O fato de que a Lei do Carma governa todas as coisas e cada circunstância é uma evidência de que a mais exata Justiça é a lei da vida. Quando o ser humano vê que não há um ‘Deus’ que o condenará ou punirá, e percebe que só receberá o que é justo e que seguramente receberá tudo o que pertence a ele porque o Universo é regido pela Lei, então ele não tem mais motivo para sentir-se ‘sem alegria’; mas se sente satisfeito, responsável e confiante.” [1]
O Dhammapada Ensina a Ser Feliz
O pessimismo constitui uma característica dos ingênuos. Esse sentimento é frequentemente infantil. Está ligado à falta de uma autoconfiança profunda, e pode ser curado através da busca da verdade. Mohini M. Chatterjee escreveu sobre o fato de que a Teosofia é um caminho para a felicidade. [2] O “Dhammapada” budista examina cuidadosamente o processo pelo qual o desapego leva à bem-aventurança. Em um estilo que inclui um grau de repetição mantrâmica, esta obra clássica afirma:
“Devemos viver, pois, livres do ódio e felizes entre os que odeiam. Entre os homens que odeiam, que nós vivamos livres do ódio. Devemos viver, pois, livres da doença da cobiça e felizes entre os que sofrem desta doença. Entre os homens que têm a doença da cobiça, que vivamos livres desta doença. Devemos viver, pois, livres da ansiedade e felizes entre os que estão consumidos pela preocupação. Entre os ansiosos, que nós vivamos livres da ansiedade. Devemos viver com felicidade, pois, nós que nada possuímos. Vivamos como os Seres Iluminados, alimentados pelo contentamento.” [3]
É um fato que a primeira nobre verdade do budismo é Dukkha, uma palavra frequentemente traduzida como Sofrimento. No entanto, as outras três nobres verdades do budismo ensinam sobre o caminho que vai do Sofrimento para o Nirvana, ou Felicidade.
Um pensamento lúcido e uma visão equilibrada da vida nos permitem compreender pouco a pouco o fato de que Sabedoria é Felicidade; e perceber, também, que toda satisfação verdadeira e durável deve emergir como resultado natural de uma vida correta.
Três Verdades Sobre o Futuro Humano
Os sábios ensinam que a humanidade está no rumo correto. O futuro não corre perigo. As crises e os renascimentos fazem parte da aprendizagem. O inverno e a primavera são necessários à natureza. Nada há de separado ou isolado no universo, e a ajuda mútua é a lei. No final do século 19, Mabel Collins publicou alguns princípios fundamentais da filosofia esotérica em relação à evolução dos seres humanos.
Ela escreveu:
“Há três verdades que são absolutas e não podem ser perdidas, mas podem permanecer em silêncio por falta de quem as expresse. A alma do homem é imortal, e o seu futuro é o futuro de algo cujo crescimento e esplendor não têm limites. O princípio que dá vida habita em nós e fora de nós. Ele é imortal e eternamente benéfico; não é ouvido, nem visto, nem sentido pelo olfato, mas é percebido pelo homem que deseja a percepção. Cada homem é o seu próprio absoluto legislador, produzindo para si glória ou trevas; é o decretador da sua vida, da sua recompensa, da sua punição. Estas verdades, que são grandes como a própria vida, são tão simples como a mais simples das mentes humanas. Alimenta com elas os famintos.” [4]
A competição egoísta é a marca dos desinformados. Na verdade, a felicidade surge da combinação de fatores como boa vontade e discernimento, cooperação e responsabilidade própria, autonomia e confiança mútua.
A chave para o futuro está no fato de que um conhecimento adequado da Lei do Carma leva a humanidade à felicidade suprema.
A vida é sempre simétrica. Ao ajudar, recebemos ajuda. Ao observar e compreender a dor, nos libertamos dela. Quando abrimos o nosso próprio caminho para a satisfação duradoura do auxílio mútuo, tornamos mais fácil a caminhada de todos os seres. Um Mestre escreveu:
“… Olhe para o futuro; cuide para que o contínuo cumprimento do dever, sob a orientação de uma Intuição bem desenvolvida, possa manter sempre o equilíbrio. Ah! Se seus olhos estivessem abertos, vocês poderiam ter tamanha visão das bênçãos potenciais para vocês mesmos e para a humanidade, que repousam no germe do esforço de agora, que teriam suas almas incendiadas pela alegria e pelo entusiasmo!” [5]
Carlos Cardoso Aveline
Fonte do Texto e da Gravura: Blog "Filosofia Esotérica"
http://www.filosofiaesoterica.com/a-essencia-do-futuro-humano/
NOTAS:
[1] “The Friendly Philosopher”, Robert Crosbie, Theosophy Co., Los Angeles, 1945, 415 pp., ver p. 197.
[2] “Theosophy as the Path to Happiness”, artigo de Mohini M. Chatterjee. O texto pode ser encontrado em nossos websites associados.
[3] “O Dhammapada”, capítulo quinze. A obra está publicada em nossos websites.
[4] “Luz no Caminho”, de M. C., tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, 85 páginas. A obra foi publicada em 2014 por The Aquarian Theosophist. Ver nota de pé de página à p. 29.
[5] “Cartas dos Mestres de Sabedoria”, editadas por C. Jinarajadasa, Editora Teosófica, Brasília, 1996, Carta 20 da primeira série, p. 66.
O texto acima foi publicado pela primeira vez em inglês em janeiro de 2012. Título original: “The Essence of Human Future”. Ele também é um dos capítulos do livro “The Fire and Light of Theosophical Literature”, de Aveline. A presente tradução – feita pelo próprio autor e portanto não literal – foi liberada para publicação em fevereiro de 2012.
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