segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

SEM DESCULPAS


Um dos grandes presentes que recebo por poder viajar ao redor do mundo disseminando essa sabedoria é me conectar com muitas pessoas. Geralmente, converso com aqueles que assistem a uma aula introdutória e dizem que foram inspirados e que adorariam saber mais sobre Kabbalah, mas não têm tempo. Até daqueles que recebem as Sintonias, escuto com frequência que usar a sabedoria os auxilia em suas vidas, e que, embora tivessem muita vontade de frequentar as aulas ou ter um professor e realmente se comprometer com um caminho de mudança, estão muito ocupados com o trabalho naquele momento – talvez no próximo mês. É claro que quando passa o mês seguinte, geralmente tem alguma outra coisa que os mantém ocupados. 

Quase todas as formas de espiritualidade defendem a ideia de que o propósito real das nossas vidas é reforçar nossa conexão com o Criador. Por que, então, até mesmo aqueles de nós que acreditam que isso seja verdade, investem tanto tempo de suas vidas fazendo tudo, menos aquilo que vieram fazer neste mundo?

A resposta está na seguinte história: era uma vez um rei que estava muito doente. Ele disse que quem conseguisse curá-lo seria agraciado com duas horas dentro do tesouro real, de onde poderia levar todo o ouro, diamantes e rubis que pudesse recolher. Logo depois, um dos conselheiros do rei o curou e obteve acesso ao tesouro. Após ser curado, o rei se preocupou em ceder tanta riqueza do seu tesouro. Então, esquematizou um plano para distrair o conselheiro. O rei sabia que esse conselheiro em particular tinha uma grande paixão por música, e assim contratou cem dos melhores músicos para tocarem as canções mais belas dentro do tesouro, enquanto ele juntasse sua fortuna durante as duas horas.

Toda vez que o conselheiro começava a recolher as joias, a música se tornava mais alta e o distraía. Às vezes, um novo instrumento era adicionado e ele se via compelido a largar tudo e ir assistir, encantado. Depois de algum tempo, ele se deu conta de que suas sacolas estavam vazias e que era melhor começar a recolher o tesouro. Mas aí já era tarde demais. Seu tempo havia se esgotado. 

Somos como o conselheiro: nos distraímos. Quando começamos a focar no verdadeiro propósito das nossas vidas, o Oponente, ou Lado Negativo, sempre desvia nossa atenção. Uma boa forma de derrotar essa voz é não lhe dar espaço, para começo de conversa. Quando ocupamos nossos pensamentos e nossa agenda com nosso trabalho espiritual, compartilhando, estando com os outros, nos conectando com a Luz – não há espaço para distrações!

Viver um caminho espiritual é difícil quando nossas conexões são intermitentes. A Luz é consistente, e quando somos consistentes na nossa espiritualidade, atraímos a Luz para as nossas vidas de forma consistente também. 

Haverá sempre uma razão para não estudar, não compartilhar, não se comprometer – porque essa é a forma do Oponente atuar!

Até um dia, em que é tarde demais para receber todos os tesouros que a Luz tem a intenção de nos dar. 

Quando paramos de dar desculpas e realmente nos comprometemos com o caminho da mudança, começamos a viver o propósito da nossa vida. 


Rav Yehuda Berg



Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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