Você consegue imaginar outro método mais justo e sábio de nos fazer despertar, de nossos equívocos e muitas vezes insano comportamento, senão o de nos surpreendermos com os efeitos de nossas próprias escolhas?
Eis porque a expressão pedagogia é muito bem aplicada quando se refere ao modo como a vida encaminha a cada um de nós nos aprendizados necessários, porquanto em sua raiz grega original, pedagogo é o condutor de crianças.
Concorda o leitor o quanto ainda somos crianças? Sim, crianças no entendimento, nas fragilidades, nos equívocos. Quem de nós poderá erguer a própria voz e eleger o próprio comportamento e decisões com a segurança da sabedoria?
Não! Somos ainda aprendizes. Na infância, adolescência e mocidade ainda inseguros, vivendo os desafios da autoafirmação. Na madureza, quando a experiência começa a mostrar caminhos, muitos de nós nos perdemos na fragilidade da suposta auto competência; quando a madureza vai caminhando para a velhice, apesar da experiência acumulada, a fragilidade se acentua.
Seres humanos o que somos sujeitos aos equívocos próprios de nossa condição, necessitados todos do aprimoramento próprio e dos aprendizados da convivência.
Nada mais sábio e justo, portanto, do que o método utilizado pela vida, para não dizer por Deus, para nos ensinar a viver: nossas escolhas geram efeitos que vão nos surpreendendo gradativamente.
Somos responsáveis pelo que pensamos, sentimos, fazemos... Não temos de reclamar de ninguém, pois somos os próprios geradores de nossos infortúnios ou das alegrias que possamos colher.
São das consequências de nossas decisões e escolhas que colhemos a experiência do aprendizado.
Podemos mesmo reclamar da situação que nos encontramos? Podemos realmente culpar alguém pelo que nos aconteceu?
Antes de acusar ou reclamar, passemos em revista os próprios atos do passado. Voltemos, passo a passo, nos rumos que escolhemos. Avaliemos, friamente, as decisões, posturas e mesmo as intenções e vontades. E vamos nos surpreender com a realidade de que o que estamos colhendo hoje é fruto de nós mesmos!
Equívocos, paixões, acertos e desacertos, escolhas, inseguranças, omissões, iniciativas, medos, ousadia ou acomodação fazem parte desse processo de aprendizado que devolve a cada um o resultado das próprias ações e escolhas.
Nada mais justo. Nada mais sábio. Um autêntico método de aprendizado.
Nota do autor: inspirado em reflexões do livro "Despedindo-se da Terra", de Lúcius/André Luiz Ruiz, edição IDE.
Orson Peter Carrara
Fonte: www.adde.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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