domingo, 26 de fevereiro de 2017

PRAZER E DOR - A MENTE É RESPONSÁVEL POR AMBOS


Por que é que a mente pensa em sexo? Por quê? Por que isso se tornou um assunto central em sua vida? Quando existem muitas coisas chamando, exigindo sua atenção, você dá total atenção ao pensamento no sexo... O que acontece? Por que suas mentes estão tão ocupadas com isso? Porque esta é a última escapatória, não é? Essa é uma maneira de completo auto esquecimento. Por enquanto, pelo menos nesse momento, vocês podem esquecer de vocês mesmos – e não existe outro jeito de esquecer de si. Todas as outras coisas que vocês fazem na vida dão ênfase ao “eu”, a si mesmo. Seu negócio, sua religião, seus deuses, seus líderes, suas ações políticas e econômicas, suas fugas, suas atividades sociais, ir a uma festa e rejeitar outra – tudo isso está enfatizando e dando força ao “eu”. Isto é, existe somente este ato específico (sexo) no qual não há ênfase no “eu”, então ele se torna um problema, não é? (The First and Last Freedom, pp. 228-229)

A questão é: Por que o pensamento sempre evita o que é medo e se atém ao prazer? Essa é uma questão. Por que o pensamento interfere quando há uma experiência? Compreende? Tenho uma experiência de pôr do sol e, nesse momento, não há nada em que pensar; estou apenas olhando para a beleza daquela luz. Então o pensamento vem e diz: “Quero repetir isso amanhã”; noutras palavras, o conhecimento como experiência, que é prazer, quer que isso se repita. Tive dor, que é a lembrança daquela dor, que é conhecimento, e, de acordo com aquele conhecimento ou dependendo daquele conhecimento, o pensamento diz: “Não quero isso.” Está me acompanhando? O pensamento faz isso o tempo todo, funcionando entre o prazer e a dor. E o pensamento é responsável por ambos. (Talks in India 1970-71, pp. 164-65)

Você obtém prazer do velho, nunca do novo. Não existe tempo no novo. Portanto, se você puder olhar para todas as coisas sem permitir a intrusão do prazer – para um rosto, um pássaro, a cor de um sari, a beleza de uma lâmina de água cintilando ao sol, ou qualquer coisa que proporcione deleite – se você puder olhar para isso sem desejar a repetição da experiência, então não haverá dor, nem medo, e, portanto, haverá imensa alegria. É a luta para repetir e perpetuar o prazer que o transforma em dor. Observe isso em si mesmo. A própria exigência da repetição do prazer traz consigo a dor, pois ele não é o mesmo que era ontem. (Freedom from the Known, p. 37)

Pensando no prazer que tive ontem, o prazer que está morto, que é só memória, estou dando vida nova a essa lembrança morta. Por favor, observe isso em si mesmo. O pensamento revive o passado morto, o prazer morto, a lembrança morta, e, a partir dessa própria ideia morta, o pensamento começou a existir. É isso o que acontece durante toda a nossa vida. Por conseguinte, o pensamento não só cria essa contradição em nossas vidas – como prazer e medo – mas também acumula a memória de inúmeros prazeres que temos tido e, a partir dessas memórias, o pensamento renasce. (Talks & Dialogues Saanen 1967, p. 220)




J. Krishnamurti






Fonte: J. Krishnamurti Online
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: http://orihinaleskrima.com/krishnamurti-imagenes-eskrima-views/

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